Capítulo 3

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POV Lewy

   — Achei que tivesse entendido as regras do nosso "acordo". — Garry atravessa a todo vapor a porta do quarto em que estou hospedado. Preciso de um segundo para entender o que está acontecendo.

   Quando para sobre a luz, ela parece mais forte do que antes e ofusca a perfeita visão que tinha da porta à minha frente.

   — Que tipo de reação você queria que eu tivesse depois das terríveis coisas que me aconteceram? — Digo em resposta, utilizando da mesma quantidade de audácia que jogou contra mim ao fazer seu questionamento.

   E embora a experiência que tive com as Petrick tenha sido horrenda, ele não tem credibilidade para avaliar se meus atos são aceitáveis ou não.

   Seus passos vêm lento, mas carregados de prepotência. Sinto cada mínimo poro do meu corpo nesse instante, mas não posso demonstrar que eu estou quase enlouquecendo de tanto pânico. Seus dentes perfeitamente brancos brilham quando seus lábios começam a se mover.

   — Seus problemas podem se tornar bem mais complicados se continuar a investigar sobre mim. O desejo de ver sua mãe e namorado novamente pode tornar-se o pior episódio da sua vida, se assim eu quiser.

   Meu sangue está entrando em ebulição aos poucos. Detesto que falem deles dessa maneira. E fico mais enfurecido por ele falar assim, já que nunca os conheceu.

   — O que quer de mim? O que precisa que eu faça para me entregar o feitiço?

   — Tudo a seu tempo.

   — Por que insiste em dar respostas tão vagas? — O encaro intensamente. De fato, quero uma explicação convincente, só que nada vem. — Não tenho tempo para estar envolvido em jogos desnecessários quando há coisas mais urgentes na minha lista de prioridades. — Agarro minhas chaves, que estão sobre a mesa pequena ao meu lado, e me direciono à porta.

   — Que tipos de coisas? Pesquisar sobre mim está incluindo na sua lista de afazeres?

   Controlo minha respiração o máximo que consigo e viro lentamente para não ter que estourar seus miolos com mágica, uma vez que não estou pronto para ser um assassino, embora ele mereça as minhas piores ações.

   — Talvez, se ao invés dar rodeios e for direto ao ponto, se me der respostas coerentes, eu não precise ir atrás do seu passado cheio de... — Uma grande quantidade de definições depreciativas vem à minha cabeça, por isso tenho dificuldade em selecionar uma que se encaixe à situação — atrocidades. — Acompanho o movimento de suas sobrancelhas, mas logo sou fisgado pela movimentação dos seus lábios. Fico na expectativa que se defenda, mas para abruptamente e apenas foca-se na janela entreaberta atrás de mim.

   O ar dentro do quarto está ficando cada vez mais rarefeito. Concentro-me em pontos aleatórios por certo tempo, mas só até perceber que fitar seus olhos é a melhor maneira de provar que estou certo, mesmo que internamente eu não tenha tanta certeza disso.

   — Atrocidades? — Ele fica mais próximo a mim. — Seus termos precisam ser revisados. São muito antiquados.

   — Esse não é o ponto. — Faça menção de sair.

   — E qual é? — Sua mão forte segura meu braço direito impedindo que eu der um passo a mais.

   — É bem simples. —Desvencilho-me do seu toque e passo a mão esquerda para aliviar a ardência que estou sentindo. — Você tem algo que eu quero, se é que tem, e eu preciso fazer algo para você. Por que não deixa de jogos e terminamos logo com tudo isso?

Me Apaixonei por um Vampiro (Caçadores Imortais)Onde histórias criam vida. Descubra agora