POV Ken
— Você tem certeza que está bem? — Pela terceira vez consecutiva, pergunto isso a Lewy. Sei que não merece minha preocupação depois de tudo o que fez e que está fazendo para ferrar ainda mais com minha vida.
— Não precisa se preocupar comigo. As coisas não mudaram entre nós. — Olha para a janela do carro e ver a paisagem que vamos deixando para trás. A mesma paisagem que ele sempre detestou. Agora, não só ele, mas todos nós, estamos presos numa pacata cidade, que não tem absolutamente nada a oferecer.
— Não achei que tivesse. — Respondo, sabendo que estarmos enfrentando os mesmos inimigos, não faz de nós amigos novamente. Lewy deve estar planejando sua vitória triunfal contra mim ao mesmo tempo em que pensar em como sair daqui depois de me derrotar.
— Será que dá para parar de falar e só acelerar o carro? Não quero perder o terceiro tempo de novo. — De modo rabugento, pede a mim.
— Não pode esquecer o que viu lá. — Miguel, mesmo com muita relutância, diz a Lewy, que o fita pelo espelho. — Não ache por meio segundo que vou esquecer o que fez a minha irmã, então, vê se não piore as coisas para nós.
— Não fiz nada à sua irmã. — Defende-se. — Eu conversei com meu pai e disse que estava tudo bem. Só precisava resolver umas coisas e então partiria. Quem iria imaginar que ele não me escutaria?
— Cala boca! — Miguel grita, fazendo-me perder o controle por um segundo. — Não ponha a culpa dos seus atos nos outros.
— Já chega. — Peço, com calma. — Vocês podem se matar depois que derrubamos aquela redoma.
— Você não sabe se é uma redoma. — Lewy diz, mexendo no celular. — Pode ser só uma enorme barreira sobrenatural.
— Nunca saberemos se é, já que não temos aeroporto. — Miguel responde.
— Fala sério, pessoal. Estão discutindo sobre o que pode ou não ser? — Questiono, irritado. — Vou dizer o que é: uma enorme coisa que nos impede de sair daqui e que nos deixa vulneráveis. Então, ao invés de ficarem brigando e discutindo como chamar, que tal se descobrimos mais sobre esses Caçadores e achar a pessoa que os chamou aqui?
— Pode ser qualquer um. — Miguel diz depois de um longo tempo em silêncio. Pareceu estar refletindo. — Qualquer pessoa que acredite o suficiente no sobrenatural, com o feitiço correto, pode tê-los chamados. Como iremos saber? Estamos às cegas, como sempre.
— Tem que ter alguma coisa. Sempre tem. Eles não podem chegar e atacar sem que notemos.
— Não podem? —Lewy pergunta, deixando o celular de lado. — Não sabemos nada sobre eles. O que aprendi foi que não podemos subestimar quem não conhecemos. É um erro de principiante. Achei que soubesse disso, Ken.
— Veja só, o que fui no começo do colegial não se aplica agora. São situações diferentes.
— Não importa. — A voz do Miguel entra na minha cabeça antes que volte no tempo. — Temos que saber por onde começar. Tem que ter tido um sinal. Alguma coisa que não percebemos, mas que indicou que eles estavam vindo.
— Ou que já estão aqui. — Lewy o corrige. — Não sabemos com quem se parecem. — Nos relembra.
Paramos na frente da escola e alguns alunos estão saindo. Acho que são os dos primeiro e segundo ano. Todos nós encaramos a porta principal de entrada e pensamos no que fazer para nos ajudar.
— Há algumas pessoas novas na cidade. — Lewy diz de uma vez, quebrando o silêncio.
— Como? — Pergunto, seguindo seu olhar até Sam, o garoto que salvei no primeiro dia de aula, mas que tentou me matar depois. — Coisas estranhas começaram a acontecer depois que novas pessoas chegaram. — Constato.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Me Apaixonei por um Vampiro (Caçadores Imortais)
VampireLivro 1: Me Apaixonei por um Vampiro (História Gay) Livro 2: Me Apaixonei por um Vampiro(Caçadores Imortais - História Gay) "Louis Dewes é o meu declínio e não posso mais continuar a percorrer esse declive, que é uma estrada completamente escura. Nã...