POV Ken
De repente, sinto-me retirado da realidade contra a minha vontade. O chão sob meus pés parece escorregadio e o ar gélido paralisa minhas entranhas, deixando-me inerte. Os sons, aos poucos, vão diminuindo, até que não consigo ouvir absolutamente mais nada. Meus olhos continuam a encarar a durar realidade à minha frente: minha irmã correndo em direção a seus amigos, desacordados no chão. Ela chora muito e sei que está gritando por vê-la o fazer, não por ouvi-la.
Nick e Fernando correm para socorrer Lia que permanece debatendo-se, diferente dos dois corpos parados no chão. Mas, apesar de Lia estar viva, acredito que não deve estar nada bem. Também, pergunto-me o quão especial e poderosa ela deve ser para não morrer assim que o hospedeiro do mal deixou seu corpo. Honestamente, eu quero ajudar. Quero muito mesmo, mas encarar a face de Daenerys na minha sala de estar, ainda presa dentro de um círculo de proteção, não me deixa raciocinar direito.
Aparentemente, todos parecem tê-la esquecido aqui, mas eu não. Tudo que quero fazer é estrangulá-la até que não reste um fio de vida no seu corpo. Lembro-me, rapidamente, de quando Louis a matou e de como pensei que ela poderia ter sido aprisionada de novo, para a eternidade. Agora, reconheço, que matá-la foi a melhor decisão, mesmo que ainda esteja por aqui, infernizando nossas vidas.
Confesso que a confusão em minha mente sobre o que pode estar acontecendo aqui, com todas as pessoas mortas de volta, é mais intensa e embaraçada do que posso descrever. Em partes, a felicidade por isso estar acontecendo serpenteia dentro de mim, já que as pessoas de quem eu senti falta estão de volta; em contrapartida, a pessoa que causou minha morte mental e a morte física dos que amo, também está de volta. Não sei que lado da balança pesa mais, mas garanto que será difícil encontrar um equilíbrio nessa situação.
Como o som de um carro sendo aumentado, lentamente as vozes, gritos e choros voltam à minha mente, causando-me um desconforto momentâneo. Sei que meus olhos estão marejados e que as pernas estão aos frangalhos, mas concentro-me em tudo que perdi por causa dessa bruxa maldita. Eles estão todos de volta, comigo, mas não posso apenas esquecer o caos e destruição que ela criou.
Minha irmã não está mais chorando. Agora, ao invés disso, sua cabeça está repousada no peito de Jerry e sua mão acaricia o rosto de Anny. Alice está com os olhos vermelhos e o nariz escorrendo. Dor é uma palavra pequena para explicar o seu estado agora.
— Ela está morrendo. — Nick fala, fazendo-me fitá-lo medir a temperatura ao tocar a testa de Lia. — E está congelando também. Precisamos fazer alguma coisa. — Não sei o que fazer.
Nunca fui o garoto que cria planos bons, cujos finais sempre são felizes. Eu sou o menino que escolhe os piores aliados e acha que pode fazer com o que resultado seja bom para todos. Eu sou o menino que levou minha família e amigos à morte, portanto, esperar alguém manifestar-se é a coisa mais sensata que posso fazer.
— Em todos esses anos de vida, a única vez em que nos encontramos com eles, a fuga foi a melhor escolha. — Minha mãe fala, mas quero que vejam Daenerys aqui. Querem que entendam que ela não pode escapar.
— Por que ainda está aqui? — Pergunto à Daenerys, bem próximo já, dando-me conta que ela poderia ter ido, se quisesse. — Você é a Primeira Bruxa e pode fazer o que tiver vontade, por isso acho que tem um bom motivo para ainda estar aqui.
— Não temos tempo para isso agora, Ken. — A voz do meu irmão é estridente e impede que Daenerys fale. — Lia está morrendo. Não quero que mais ninguém morra. — Meus olhos veem uma Alice praticamente imóvel, suspirando pela morte dos amigos.
— Vamos levá-la ao quarto. — Meu pai diz. Logo os passos dele e do Nick subindo os degraus é tudo que ouvimos.
Com passos lentos e silenciosos, quase inaudíveis, Lyanna adentra a cozinha, sendo seguida por Trevis. Alguma coisa deve estar acontecendo entre eles. Sem que eu perceba, Miguel está ao meu lado. Ele pode não saber, mais sua presença me dar mais confiança. Sinto-me forte e capaz de fazer qualquer coisa, até mesmo batalhar por um amor incondicional por ele.
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Me Apaixonei por um Vampiro (Caçadores Imortais)
VampireLivro 1: Me Apaixonei por um Vampiro (História Gay) Livro 2: Me Apaixonei por um Vampiro(Caçadores Imortais - História Gay) "Louis Dewes é o meu declínio e não posso mais continuar a percorrer esse declive, que é uma estrada completamente escura. Nã...