Capítulo 1

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Anahí: Eu vou sentir sua falta, Dulce Maria. –chorou as palavras, abraçando a amiga, as duas já na porta do embarque- Pare de chorar!

- E a minha, não? -chegou ofegante, interrompendo o abraço-

Anahí: Claro que sim, Maite. –sorriu, a abraçando também- Mas são apenas dois anos. Logo eu estarei de volta! –falou limpando as lagrimas que caíam por seu rosto-

Dulce: E Alfonso? Ele não vem? –perguntou-

Anahí: Já nos despedimos mais cedo. –falou num suspiro- Ele não quis vir, disse que seria muito ruim se despedir de mim aqui no aeroporto.

Maite: Vai ver ele não quer que ninguém veja suas lágrimas de crocodilo. –soltou, se arrependendo de imediato com o olhar repreendedor de Dulce-

Dulce: Maite!

Anahí: Tudo bem, Dul. –sorriu fraca- Não é de hoje que eu sou ciente do "não amor" de vocês por ele. 

Atenção senhores passageiros do voo 7538 com destino a África, se organizem no portão C.

Anahí: Acho que eu tenho que ir. –respirou fundo após a voz eletrônica soar no aeroporto-

Dulce: Any, será que com toda essa chuva, não é perigoso? –perguntou olhando pelo temporal que caía lá fora-

Anahí: Não se preocupe, os pilotos sabem muito bem disso. E além do mais, Nova York sabe muito bem como lidar com esse impiedoso inverno que cai sobre nossas cabeças.

Com mais um abraço e desejos de boa viagem, as três se despediram. Anahí olhou uma ultima vez para as amiga, abraçadas na porta do embarque a olhando. Ela sorriu voltando para a sua frente, e chegou ao portão C.

Já dentro do avião, sem querer, Anahí começou a passar em sua cabeça tudo o que a levou até ali. O sonho antigo de viajar a África como voluntária. Era um sonho dos pais para com ela, e acabou sendo seu também.

Era uma pena que eles não pudessem estar vivos para acompanhar tudo o que ela estava fazendo, os passos que ela estava seguindo... E irresistivelmente, a primeira lágrima saiu de seus olhos.

Ela olhou pela janela do avião – que ainda estava em solo – e observou a chuva que caía sobre Manhattan. O inverno parecia não acabar nunca, e a cada dia que passa estava mais frio. Anahí lembrou com um sorriso a grande dificuldade que era deixar a cama todas as manhãs para ir aos últimos dias de aula.

E foi ainda com aquele sorriso, que se lembrou de Alfonso, seu tão amado Alfonso. As coisas aconteceram tão inacreditavelmente, que até hoje ela temia estar sonhando. Sempre que ele a beijava, ou até mesmo quando se entregou para ele pela primeira vez na noite passada. Tudo parecia um lindo sonho.

Eles estavam juntos já há dois anos, desde que ele a notou pela primeira vez e viu o tamanho do amor que ela sentia por ele desde muito tempo. E tudo o que viveram, só fez com que esse amor, que já era grande, se tornasse ainda maior, sendo incapaz de ser comparado.

No começo, a viagem foi uma tortura para Anahí. Deixá-lo depois de finalmente o ter, era como ir direto para um precipício. Mas não podia abandonar seu sonho, tampouco o sonho que seus pais tiveram um dia. E assim, com muita dor e sacrifício, ela o deixava por dois anos, para ir atrás de um velho e grande sonho.

-

- Any, o que você faz aqui? –perguntou surpresa- Não me diga que desistiu de ir, meu Deus...

Anahí: Calma tia Daphne. –disse sorrindo assim que entrou pela porta de casa- O voo foi cancelado por causa do mau tempo. –ela caminhou até a tia cadeirante e a beijou no rosto- Só vão decolar depois que esse temporal passar. Mandaram todos os passageiros para casa.

Daphne: E você está com esse sorriso, por que? –questionou analisando a sobrinha-

Anahí: Porque eu poderei ficar mais um tempo com Alfonso. –entregou contente- Ele não vai acreditar, tia! Eu vou agora mesmo até a casa dele. –falou indo até a estante da sala e pegando a chave do seu carro- Aproveito para deixar logo o carro com ele, para que use até eu voltar.

Daphne: Mas filha... Você vai sair nessa chuva? Tem certeza? –falou levando a cadeira até a porta, mas Anahí apenas lhe mandou um beijo, e saiu apressada-

Anahí dirigiu cuidadosamente até a casa de Alfonso no outro lado da ilha. Era o lugar mais simples de Manhattan, mas ela não se importava. Apesar de todo o luxo que vivia com a herança milionária que os pais lhe deixaram. Ela nunca se importou com o dinheiro. 

365 Dias de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora