Capítulo 10

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Aos poucos, Anahí foi se acostumando àquela sensação, deixando seu corpo receber todo o calor que o beijo de Alfonso lhe provocava. Timidamente ela levou uma das mãos  ao rosto dele, sentindo sua barba semi crescida arranhar de leve sua mãos. As línguas agora muito bem familiarizadas se uniam como se fossem um só.

Quando o ar se exigiu entre eles, o beijo foi encerrado outra vez.

Alfonso: Eu acho que já está na minha hora. –falou ofegante-

Quando Alfonso se foi – mais uma vez de motorista – Anahí parecia estar nas nuvens. A respiração parecia ainda descompensada por causa do beijo de despedida antes dele ir, os lábios pareciam inchados, mas estava deliciosamente satisfeita com isso.

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Dulce: COMO ASSIM VOCÊS SE BEIJARAM?

Era a hora do intervalo. Anahí, Dulce e Maite estavam sentadas na grama no pátio do colégio. Anahí estava radiante naquele dia, até se atrasara e chegou no meio da oração. O único momento que teve para contar o que havia lhe acontecido no dia anterior era esse, estava quase explodindo de tanta felicidade.

Anahí: Bom, no começo foi ele quem me beijou, mas depois eu correspondi. –disse sorrindo- E foi a melhor coisa que eu já fiz na vida.

Maite: É impressão minha ou você já está apaixonada? –perguntou confusa-

Dulce: Não é impressão, ela é apaixonada por Alfonso, desde sempre. –respondeu revirando os olhos-

Anahí: E antes disso, ele me deu uma flor. –contou num suspiro-

Dulce: O que? Tem certeza de que estamos falando da mesma pessoa?

Anahí: Pode falar o que quiser, Dulce Maria. –ela sorriu- Nada vai acabar com a felicidade que eu estou sentindo. Eu poderia morrer hoje, que eu morreria feliz.

Maite: Não fala besteira Any. –repreendeu, mas logo apareceu um sorriso, recebendo Anahí que se jogou em seu pescoço para um abraço, arrancando riso das três-

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Era quinta-feira, e era a ultima tarde que eles se reuniriam para terminar o exercício de matemática da Mrs. Morris. Anahí não podia negar o quanto aquilo mexia com ela e com toda a felicidade que se criara dentro dela naqueles últimos dias em que todas as tardes passava na presença de Alfonso.

E agora, eles tinham se beijado. Como ela iria conseguir ficar ao lado dele sem se transformar em um pimentão, depois de ter o beijado no dia anterior? Como fazer para não parecer a garota boba e tímida que realmente era?

A campainha tocou, e ela correu para abrir a porta ajeitando o óculos no rosto rapidamente e passando as mãos pela roupa, para lhe tirar qualquer resquício de algum amassado que pudesse ter.

Anahí: Oi. –falou assim que abriu a porta. Ele estava lindo como sempre, sorrindo, acabando de vir do treino- Mandei fazer um lanche para você.

Alfonso: Não precisava se incomodar.

E não era incomodo nenhum. Se ela pudesse, mandava fazer lanche para ele todos os dias.

Eles foram para a sala de estudos, onde Alfonso se deliciou com seu lanche, e logo depois, eles iniciaram.

Já era tarde e eles em nenhum momento tocaram no assunto do beijo. Alfonso copiava algumas coisas no caderno, enquanto Anahí havia ficado de resolver a ultima questão que faltava. Ela já havia encontrado há uma hora, mas não disse, deixando assim com que o tempo daquela ultima tarde, fosse mais duradouro.

Anahí: Pronto. Finalizamos. –falou minutos depois, assim que viu ele terminar de escrever-

Alfonso: Nem acredito que acabou. –suspirou, jogando a caneta sobre o caderno-

Anahí: Vamos ganhar os dois pontos. Tenho certeza. –comentou nervosa, desligando o notebook e fugindo do olhar dele-

Ele a observava. As mãos dela tremiam juntando agora os livros espalhados pela mesa. O rosto estava levemente corado, mas ele tinha certeza que dentro dela algo lutava para que ele não ficasse completamente vermelho.

Alfonso se aproximou dela, que percebendo que ele estava ficando mais perto, apressou os movimentos, fazendo alguns livros se chocarem entre si na pilha que ela montava.

Alfonso: Por que você não para um pouco? –perguntou a virando para si, segurando seus pulsos, com um sorriso-

Anahí ficou paralisada. Mal conseguia respirar o sentindo tão próximo. Os olhos estavam fixos no pescoço dele, que era quase na altura dos olhos dela. Alfonso sorria, sentindo ela tremer. Ele soltou os pulsos dela, levando as mãos até seu óculos, o tirando.

Ela abriu a boca para dizer alguma coisa, protestar, mas não conseguiu. A garganta estava seca. Ela apertou os olhos, sentindo imediatamente o incômodo pela falta das lentes. Ela piscou varias vezes, tentando se acostumar. O olhar ainda fugindo do dele, até Alfonso tocar seu queixo, erguendo seu rosto.

Ele se surpreendeu quando viu o quão lindo era o azul dos olhos dela. O choque quase lhe tirou as palavras e o foco. Quase.

Alfonso: Seus olhos... –ele falou calmo, ainda a encarando- São lindos. –elogiou, e ela sorriu tímida, sem conseguir deixar de olhar os dele-

Anahí: Não mais que os seus. –falou, ficando corada instantaneamente ao perceber a confissão que acabara de fazer-

Alfonso sorriu, se aproximando ainda mais dela. Anahí fechou os olhos, esperando outra vez por seus lábios. Quando estavam quase encostados nos dele, ele parou, passando levemente o nariz no dela. Anahí sentia a respiração dele tão próxima que era como se fizesse parte da dela, se juntando finalmente quando iniciaram o beijo.

No começo, Anahí mal conseguia mover os próprios lábios. O corpo ainda estava estático com aquele ato, que talvez ela nunca se acostumasse. Mas aos poucos, tudo ganhou movimento. A língua dela buscou pela dele, e dessa vez já não foi um beijo tão calmo como os do dia anterior. Era quente, e deixou Anahí completamente sem ar. 

365 Dias de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora