Capítulo 60

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Anahí: Que maravilha. –disse ironicamente, passando as mãos pelo rosto novamente-

Alfonso: Você não iria me dizer que está gravida? É isso mesmo? –falou pela primeira vez. O rosto agora incrédulo-

Anahí: Saia da minha sala. –mandou, sem esperar que ele dissesse mais alguma coisa-

Alfonso: Eu não vou sair. –respondeu, com um tom mais alto-

Anahí: Eu estou mandando você sair, agora! –repetiu, com o tom de voz mais alto que o dele-

Alfonso: Eu não vou sair até que você converse comigo. –grunhiu. Os olhos quase a fuzilando-

Anahí: Saia. –falou mais uma vez- Se você não sair eu vou chamar a segurança. –ameaçou, mas aquilo não pareceu abalá-lo-

Dulce: Alfonso, é melhor você ir. –se pronunciou- Ela está nervosa, não é bom. –tentou- Nós acabamos de saber, ela ainda está processando tudo isso. Depois vocês conversam.

Anahí não ligou para o que a amiga estava falando, mas aquilo pareceu convencer Alfonso. Ok, ela estava nervosa, podia fazer mal ao bebê. Por isso, ele sairia.

Alfonso: Não pense que não vamos conversar Anahí. –falou por ultimo, mas ela não o olhou. E ele saiu da sala-

Assim que Alfonso saiu, Anahí começou a arrumar suas coisas, pegando sua bolsa e se preparando para ir embora.

Dulce: Aonde você vai? –perguntou, vendo-a se preparar para sair-

Anahí: Eu vou embora. Eu preciso pensar, preciso ficar sozinha. –respondeu-

Dulce: Quer que eu vá com você? –ofereceu-

Anahí: Não. Eu realmente preciso ficar sozinha. Não se preocupe, eu vou ficar bem. –suspirou, Dulce a abraçou, e ela retribuiu o abraço-

E ela se foi. Sem olhar para trás, sem esperar e sem ser impedida. Ela entrou em seu carro e o motorista a conduziu até sua casa, completamente perdida, pela primeira vez em muito tempo.

Ela não sabia o que fazer, a situação estava praticamente fora do seu controle, e ela não sabia lidar com isso. Céus, ela nunca quis ter um filho. Ela planejou seu futuro sozinha, sem ninguém, com no máximo um parceiro. E agora, estava grávida, e ainda por cima de Alfonso. Só podia ser um pesadelo.

Na empresa, no final do expediente, Alfonso foi até o ultimo andar, encontrando Emma, já arrumando suas coisas para ir embora.

Alfonso: Emma, diga a Anahí que eu estou aqui. –falou, já sem uniforme. Emma o olhou confusa-

Emma: Primeiro, por que eu faria isso? –perguntou com um riso confuso-

Alfonso: Por que eu quero falar com ela. Ela me mandou vir agora. –respondeu superficialmente-

Emma: Segundo, ela já foi há horas. –completou-

Alfonso: Ela o que? –perguntou alterando-se-

Emma: Ela já foi Alfonso, faz tempo. Disse que não voltaria mais hoje.

Alfonso: Só pode ser brincadeira. –ele falou entre os dentes, indo para o elevador, sem se despedir da outra-

Alfonso estava completamente irritado. Anahí estava brincando com ele, brincando com aquele assunto que para ele não era nada menos que sério. Era importante, ela estava grávida. Deus, grávida dele. Ela teria um bebê deles. Um bebê como Louisa, um filho dele, e ela o odiava, e isso o fazia ter de medo do que ela poderia fazer contra isso.

Ele se lembrava das palavras dela conversando com Dulce. "Eu preciso pensar no que eu vou fazer", "Ele não vai saber".

Deus, por favor, não a deixe cometer uma loucura.

Alfonso saiu apressado até o prédio dela, chegando lá em poucos minutos. Na portaria, ele se anunciou, esperando que o porteiro interfonasse para o apartamento dela. Cada espera parecia uma tortura.

- Senhor, a Srta. Portilla não liberou sua entrada no prédio. Ela ainda disse que se o senhor insistisse, que era para eu chamar a segurança. –avisou o porteiro-

A irritação de Alfonso só aumentou com isso. Ela estava fugindo dele, o deixando sem noticias. Ele precisava saber melhor daquilo ou enlouqueceria. Ele pegou o celular, ligando imediatamente para ela, mas só caía na caixa de mensagem. E ele o fez.

Alfonso: Anahí, não pense que você vai conseguir fugir de mim por muito tempo. Eu vou atrás de você aonde quer que você esteja. Uma hora, você vai ter que falar comigo. –falou no celular, o tom duro, meio alterado, deixando na caixa de mensagem dela-

Ele olhou de fora para o prédio e seria impossível entrar lá. Sem alternativa, ele pegou o caminho de volta para o Brooklyn. Mas aquilo não significava, de maneira alguma, que ele desistiria do seu filho.

Quando ele chegou em casa, parecia que o peito iria sair para fora de seu corpo. Ele sentia-se angustiado sem noticias de Anahí. Sentia-se traído, sentia-se tão confuso, que nem parara para pensar direito que teria um filho. Não se permitira ainda sentir a felicidade que certamente sentiria por ser pai. Ele teria um filho. Ele. Teria. Um. Filho. Ele não conseguia explicar o quão maravilhoso era aquilo. E ainda por cima de Anahí, após se apaixonar por ela. Ela estava fugindo dele agora, mas ele tinha la no fundo a certeza que ela nunca faria nada contra um filho deles. Ele tinha medo que ela sumisse no mundo, mas ele faria o que prometeu, iria atrás dela em qualquer lugar, e ele seria o melhor pai do mundo para essa criança, e a amaria com todo o seu coração.

Louisa: Dinho. –falou, assim que ele abriu a porta após a campainha tocar. Ela sorria batendo as mãozinhas no colo de Ginnifer. Josh e ela haviam combinado de sair, e a filha ficaria com o padrinho-

Alfonso: Olá meu amor. –respondeu, pegando-a em seu colo-

Ginnifer: Tudo bem? –perguntou olhando para o amigo, passando a bolsa da filha para ele-

Alfonso: Sim. –suspirou- Depois conversamos. Aproveite sua noite.

Ginnifer: Tem certeza? Nós podemos deixar para outro dia.

Alfonso: Claro que não, vá comemorar o aniversario de vocês. Está tudo bem. –tranquilizou e a outra foi, ainda receosa-

No apartamento, sozinho com Louisa, ele sentiu-se com inveja do relacionamento dos amigos. Eles se amavam, eram felizes e tinham uma filha linda. Ele queria ter isso com Anahí, ele a amava e eles teriam um filho, por que ela não poderia o amar de volta?

Obviamente porque ela já fizera isso uma vez, e as coisas não haviam acabado bem. 

365 Dias de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora