Capítulo 12

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Os dias foram se passando, e com isso, as semanas se formaram. Anahí era a felicidade em pessoa. No colégio, Alfonso a procurava no intervalo rapidamente, apenas para cumprimenta-la. E nas tardes, eles sempre se encontravam. As provas já haviam se passado, onde por sinal, Alfonso fora muito bem.

Anahí o apresentou a tia, que ficou contente pelo primeiro namoro da sobrinha. Ruth, essa não podia estar mais satisfeita com a escolha do filho, que inocente assim como Anahí, nem desconfiava dos reais motivos que o levou a fazer essa escolha.

Era sábado, e eles haviam marcado de sair. Alfonso prometeu que a levaria em um lugar, porém, onde seria, era surpresa. Anahí, não podia se sentir diferente, quase explodia de tão feliz com isso.

O motorista de Anahí os levou. O lugar era um pouco afastado do caos de Manhattan, em uma área cheia de arvores.

O carro ficou na pista de terra, enquanto os dois entraram em uma trilha, com Alfonso a guiando, segurando sua mão, e na outra carregando uma cesta que tia Daphne lhes preparou.

Anahí: Alfonso, aqui só tem mato. –disse rindo, deixando ele leva-la-

Alfonso: Calma, já estamos chegando.

E mais um pouco, eles chegaram. Era um lugar lindo. Agora, sem muitas arvores e apenas a grama no tom de um verde vivo, Anahí podia ver bem a beleza dali. Ela soltou sua mão, olhando para cima encantada. Quando ela parou de rodar, olhou mais adiante e viu uma linda cascata d'agua caindo sobre um pequeno rio. E havia flores, muitas flores.

Anahí: Alfonso, que lugar incrível. –disse ainda encantada olhando cada detalhe daquele lugar- É lindo.

Alfonso: Eu sabia que você iria gostar.

Os dois deitaram sobre a toalha listrada que Daphne mandara, após comer, apenas sentiam a natureza ao redor deles, proporcionando aquele momento.

Anahí estava deitada apoiando sua cabeça no braço dele, que a abraçava. Eles conversavam sobre diversas coisas, e então, Anahí virou o rosto para olhá-lo, que contava sobre algo que acontecera no treino de basquete e as cestas que fizera. Ela o observava em todos os detalhes, até hoje não acreditava estar assim com ele, os traços do rosto tão bem desenhados, os olhos verdes agora brilhavam expostos ao sol.

Era tão lindo.

Alfonso: O que foi? –perguntou virando o rosto e olhando-a também-

Ela o encarou negando com a cabeça, e ele sorriu, confuso. Estavam tão próximos, que o cheiro de melancia dos lábios dela o invadiu, o fazendo sentir vontade de avançar e tocar seus lábios. E ele o fez. Os lábios se uniram, e o beijo aconteceu.

Agora tão íntimos um do outro, se beijavam familiarizados. As língua, agora bem conhecidas, se juntavam doces e desejosas. O hálito dele era como um vício para Anahí, o gosto era inebriante, que sempre a levava a viajar em suas sensações.

Quando o beijo encerrou, Alfonso a encarou, ela assim como ele sorria ofegante.

Anahí: Você me causa contrações ventriculares prematuras. –falou ainda o encarando, os olhos piscando ainda voltando a realidade após o beijo. E ele soltou um riso, fazendo ela sorrir ainda mais com o som-

Alfonso: Espero que isso seja algo bom. –respondeu ainda com o riso-

Anahí: Sim, é algo bom. –voltou a dizer- Quer dizer que você faz meu coração acelerar. -explicou-

Alfonso: Oh, sim. Isso é muito bom. –sorriu, ajeitando-se e se inclinando sobre ela, iniciando mais um beijo-

Depois daquele dia, tudo o que Anahí podia sentir por Alfonso foi se torando ainda maior, ainda mais intenso, e ainda mais forte. Ele demonstrava em pequenos gestos o quanto também estava apaixonado por ela, como ele mesmo já assumira a ela tantas vezes.

Porém, nem sempre as coisas são como realmente aparentam ser.

-

Era meio da semana, Alfonso estava na casa de Anahí, os dois sobre o sofá da sala de TV, conversavam enquanto na televisão passava um canal sobre vida animal.

Anahí: Quando meus pais eram vivos, eles sonhavam com uma viagem para a África. –comentou. Alfonso estava com a cabeça deitada em seu colo, enquanto ela massageava seus cabelos-

Alfonso: Na África? –perguntou- Por que a África?

Anahí: Porque é um lugar onde há muita miséria, que precisa de ajuda. E eles eram muito generosos, solidários. –suspirou- Eles sonhavam em poder ajudar todas aquelas pessoas, tentar levar um pouco de vidas às crianças. Eram pessoas incríveis.

Alfonso sentiu a voz dela embargar com a lembrança, e permaneceu em silêncio, buscando involuntariamente a mão dela, para segurá-la.

O assunto foi esquecido, e logo eles deram atenção a TV. No final daquela tarde, eles estavam no jardim, enquanto se despediam.

Anahí: Roger vai levar você, poderia ir um pouco mais tarde. –falou, com os braços enlaçados no pescoço dele. Era sempre muito difícil se despedir de Alfonso-

Alfonso: Mas já está tarde, e amanhã ainda temos aula. –respondeu- E também... –ele suspirou, desviando os olhos do olhar dela- Prometi ajudar minha mãe, ela anda reclamando de dores nas costas... Eu queria levá-la a um médico, mas você sabe como é a espera em um hospital público. –falou respirando fundo-

Anahí: Alfonso, por que você não me disse antes? –falou agora séria, soltando os braços do pescoço dele- Se você quiser, eu posso ajudar.

Alfonso: Como, Any? Não há como ajudar.

Anahí: Claro que há. Eu posso lhe dar dinheiro para você conseguir um médico particular.

Alfonso: Não princesa, eu não posso aceitar. –falou passando os dedos de leve na bochecha dela, e ela sorriu se derretendo com o modo que ele a chamava- O que sua tia irá pensar de mim?

Anahí: Ela não precisa saber. –respondeu pegando a mão pede e levando a sua boca, a beijando- Eu recebo uma mesada e não uso porque não preciso de nada, só uso às vezes quando quero algum livro. Eu posso dar ela a você, e assim você paga um plano de saúde para a sua mãe, mensalmente. Não irá me fazer falta. –ele a encarava, prestando atenção- Aceite por favor, eu quero poder ajudar. –insistiu-

Alfonso: Tudo bem. –suspirou- Mas aceitarei porque é para a minha mãe. –ela sorriu contente, e ele selou seus lábios aos dela rapidamente-

Anahí: Eu adoro sua mãe. Não poderia fazer menos que isso. –sorriu, enlaçando novamente os braços sobre ele, iniciando outro beijo- 

365 Dias de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora