Capítulo 59

3.4K 218 144
                                    

Os dias passaram e com isso Louisa ia crescendo. Ela estava uma menina linda, com os cabelos loiros crescendo, e os olhos cada vez mais azuis. Em seu primeiro ano de vida, é a alegria na vida de todos que convivem com ela. Alfonso era fascinado pela menina, e o fascínio era reciproco. Os dois eram como unha e carne.

Alfonso: Gorda. –falou, fingindo morder a barriga dela, a fazendo gargalhar. Ele estava no apartamento de Ginnifer. Era aniversario de Josh e ela preparava um jantar para eles. Alguns amigos viriam, e Alfonso ficava com Louisa na sala, enquanto ela arrumava as coisas-

Louisa: Godo. –falou, a voz fininha com a respiração ofegante pela risada-

Alfonso: Não, você que é gorda. –respondeu, fazendo com que ela soltasse outra gargalhada-

Louisa: Godo. –repetiu entre a risada, fazendo ele soltar seu mais sincero riso também-

Ginnifer: Alfonso, pare de fazer bullying com a minha filha. –repreendeu da cozinha-

Alfonso: Você. É. A. Bebê. Mais. Linda. Desse. Mundo. –falou entre as mordidas que dava nela com os dentes protegidos pelos lábios, e ela bateu as palminhas animada-

Ginnifer: Vamos Alfonso, dê banho nela, Josh já está para chegar.

Alfonso: Vamos dar banho nessa porquinha. –falou se levantando junto com a menina-

O relacionamento deles era assim. Leve, divertido, cheio de amor. Era o que Alfonso tinha de mais puro, de mais belo e mais verdadeiro. Após se conscientizar do sentimento que tinha por Anahí, as coisas haviam ficado confusas. Ele queria estar com ela, queria poder agradá-la, queria conversar, queria amá-la e dizer isso a ela. Mas era impossível. Após aquele dia em que transaram na sala dela, após ele perceber que estava apaixonado, parecia que doía ainda mais quando ela passava por ele e não o via. Doía quando após transarem, nas outras vezes, ela simplesmente ia embora de seus braços, como se nada tivesse acontecido. Theo havia aparecido mais algumas vezes durante esse tempo, e Alfonso quase invadiu a sala dela para tirá-lo de lá.

Meses se passaram e já era quase verão em Nova York. Durante todo esse tempo, alguns fatos são importantes... Alfonso finalmente conseguira pagar todo o empréstimo e a dívida com Anahí havia acabado. Os dois continuavam se envolvendo, da forma sedenta e avassaladora de sempre. O sentimento de Alfonso permanecia, apossando seu peito cada vez mais, cada mais forte, cada vez mais intenso. Anahí havia voltado de uma viagem que fez a trabalho para a Ásia há alguns dias. Louisa estava cada vez mais sapeca e gorducha. E...

Dulce: Anahí, pelo amor de Deus, se acalme.

As duas entraram na sala dela em um rompante. Anahí entrou primeiro e logo depois Dulce, fechando a porta atrás de si. Elas haviam saído para almoçar e agora estavam de volta. Anahí andava pela sala de um lado para o outro, completamente agoniada.

Anahí: Não Dulce, isso não é possível. Não! –dizia, quase fazendo um furo no chão-

Dulce: Olha, se acalme, está bem? –pediu, indo até a mesa onde havia uma jarra com água e colocou um pouco em um copo, entregando a ela-

Anahí: Eu só posso ter jogado pedra na cruz. –falou inconformada, bebendo a água que a amiga a ofereceu e lhe devolveu o copo-

Dulce: O que você vai fazer?

Anahí: Eu não posso estar grávida, Dulce. –falou entrelaçando os dedos nos fios de cabelo, como se fosse arranca-los da raiz- Ainda mais de Alfonso. –disse com mera irritação, batendo na tampo da mesa-

Dulce: Mas está. E você precisa se controlar. –avisou-

Anahí: Me diga como isto é possível? Eu tomo remédio, meu Deus. –ela se virou de frente para a vidraça, olhando a cidade, mas sem ver nada-

Dulce: Infelizmente, anticoncepcionais falham. –suspirou, apoiando-se em uma cadeira. Anahí virou de frente para ela outra vez- Você precisa falar para ele.

Anahí: Não. Eu preciso pensar no que eu vou fazer. –disse jogando-se na cadeira, apoiando os cotovelos na mesa, passando as mãos no rosto- Ele não vai saber.

Um silêncio pesado se formou na sala. As duas se encaravam, quando veio um barulho do banheiro da sala. As duas olharam imediatamente, e a porta revelou Alfonso, carregando um balde e alguns produtos de limpeza. Ele encarou Anahí, o semblante sério, impassível, assim como o dela em muitas vezes. Ele a olhava, como se esperasse por alguma explicação. Mas ninguém disse nada por segundos.  

365 Dias de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora