Capítulo 39

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Alfonso saiu da sala atordoado. O corpo dele inteiro ainda chamava pelo dela, em chamas. Ele passou como um foguete por Emma, empurrando seu carrinho até o elevador de serviço, que por sorte logo veio. Dentro do elevador, ele respirou fundo, tentando se acalmar. Não acreditava no que tinha acontecido, não acreditava que havia jogado tudo para o ar, e que se deixou levar pelas provocações de Anahí.

As coisas haviam ido longe demais, e ele sabia que estava tudo acabado, perdera seu emprego. Mas como ele poderia se conter? Ele era homem, afinal de contas! E ela o provocava da pior forma possível. Anahí era uma das mulheres mais sedutoras que ele já havia visto, não era fácil se controlar perto dela. Já bastava todas as lembranças que tinha, a superioridade dela por ele, tudo fazia com que ela se tornasse ainda mais desejável.

Mas ele não podia. Podia deixar-se enganar outra vez, deixar com que a imagem dela o leve a um caminho que ele não queria seguir. Ela era linda, e Deus... Como. Era. Linda. Era rica, sexy, inteligente... Mas também era arrogante, prepotente e despótica. E isso não podia passar despercebido. Ela o odiava, e ele não sabia ao certo se tinha por ela o mesmo sentimento.

Anahí mantinha sua mente e todas as lembranças do seu corpo no beijo de Alfonso. Que filho da puta! Que beijo filho da puta... Por que pandemônios tinha que ser tão bom? Ela estava indignada. Indignada por ter se deixado levar por ele. Indignada por ter se permitido, por ter gostado, por ter aproveitado, e por estar desgraçadamente querendo mais. Ela queria provoca-lo sim, sempre. Queria que ele estivesse limpando o chão dela, sim, era o lugar dele. Queria que ele se irritasse outra vez a ponto de beijá-la outra vez, sim também. Mas nunca pensou que chegariam a aquele ponto, céus se não fosse o telefone tocar, ela não sabia onde teriam terminado. E pensar nisso só a transtornava ainda mais.

Quando corpo se acalmou, ela voltou a se afundar em trabalho. Era bom e eficiente, a fazia esquecer do que queria esquecer. E mais uma vez, houveram reuniões atrás de reuniões, estava quase deixando Emma louca, e Dulce extremamente estressada. Quando se deu conta, a vidraça já mostrava um céu escuro, e Manhattan iluminada. Ela pegou suas coisas, e saiu da sala, vendo a mesa de Emma vazia, e só agora lembrando de quando ela havia ido até sua sala, cautelosamente perguntar se podia ir embora depois de passar duas horas a mais do seu horário, alegando que a filha a esperava na creche. Ok, as pessoas tinham família. Ela entendia isso. Estava exausta, e completamente arrependida de ter dispensado o motorista naquele dia.

Alfonso já havia acabado tudo o que tinha para fazer naquele dia, seu ultimo dia na empresa. Ele até se despedira de alguns colegas que havia criado intimidade. Se despediu de Emma, quando foi limpar a sala de Anahí e soube que ela ainda estava lá e que não iria embora tão cedo. Então, a sala não foi limpa naquele dia. Ele se despediu, mas sem deixar com que percebessem que era definitivo, ele não queria que perguntassem o motivo. Todos os dias, o departamento da limpeza são os últimos a irem embora, e quando isso acontecia o saguão de entrada já estava fechado, e por isso eles saíam pela saída de funcionários, pela garagem. Ele já estava vestido normalmente, com sua calça jeans, camisa preta e jaqueta da mesma cor para combater o frio até o Brooklyn.

No mesmo momento em que ele abriu a porta da área de serviço para a garagem, a porta da pequena recepção onde ficava o elevador também se abriu, revelando Anahí.

Thanks God.

Alfonso suspirou, e os dois se encararam. A vaga do carro dela ficava próxima ao elevador, que era o único na garagem. Ela desviou o olhar dele, caminhando até seu carro. Em uma mão estava sua bolsa, e na outra a chave do carro. Ela destravou o alarme do carro, chegando até ele, e Alfonso a seguiu.

Alfonso: Anahí, eu queria falar com você.

Não, ele não sabia o que estava fazendo. Ele só pensava que, já havia perdido o que tanto prezava mesmo, e agora, não podia mais temer falar com ela. Ele queria agradecer a ela por ter o ajudado, queria dizer que iria pagar o dinheiro que lhe devia, queria se despedir, uma ultima vez...

Anahi abriu o carro, guardou a bolsa, e fechou a porta, virando-se de frente para ele. Ele havia tomado banho, ela percebeu, os cabelos estavam molhados, e o perfume masculino entranhava em suas narinas (os funcionários tinha uma lugar para isso, e armários na empresa de uso pessoal). Ele parou de frente para ela, os dois se encarando brevemente. A expressão dela era a mesma, séria, fria, rainha do gelo. Ele, estava tranquilo.

Anahí: O que você quer?

Alfonso respirou fundo antes de começar. Ele a agradeceu pelo trabalho, pediu desculpas por tudo, e disse que pagaria o dinheiro dela, que ela não se preocupasse, ele pagaria, seria só o tempo dele arrumar outra coisa, até que passe um mês para receber o salário, e então demoraria um pouco, mas ele pagaria.

Alfonso: Então, é isso. –terminou- Adeus, Anahí.

Anahí: Hum? –ela perguntou com as sobrancelhas franzidas-

A verdade é que a partir do momento em que ele começou a falar, ela não conseguiu ouvir nem uma palavra do que ele havia dito. Os olhos dela caíram para os lábios dele que se movimentavam falando. Ela lembrou deles em seu corpo, junto com os seus, e tudo ficou turvo de novo. Ela estava ardendo de vontade outra vez, e sentia-se uma tola, por isso.

Alfonso ficou confuso também. O que ela não estava entendo? Provavelmente, era só para ele repetir tudo outra vez, para que se humilhasse ou mais uma provocação. Ele estava cansado disso. Ele suspirou, e eles continuaram se encarando. Ela continuou olhando para os lábios dele, descaradamente, e ele retribuiu o favor. A tensão sexual estava entre eles novamente, quase palpável, quase concreto, estapeando-os.

Alfonso queria beijá-la, queria beijá-la da mesma forma que a beijou mais cedo, queria tocá-la, queria... Ora, ele não tinha mais nada a perder.

Ele avançou a agarrando pela nuca, fazendo com que o corpo dela batesse com as costas no carro devido ao impacto. Os lábios se chocaram, como sempre agressivos e sedentos. A outra mão de Alfonso foi para a cintura dela, querendo sentir outra vez o quão macia era sua pele. Ele buscou a barra da camisa, a tirando de dentro da calça e adentrou sua mão, passando pela barriga dela, chegando aos seios, apertando-os por cima do sutiã. As línguas já estava familiarizadas, provocativas e macias.

Anahí soltava alguns suspiros entre o beijo, sentindo a mão dele em contato com sua pele, Deus era o inferno mesmo. O beijo cessou, a boca de Alfonso foi até a orelha dela a contornando com a língua, sentindo o corpo dela estremecer colado ao seu. A mão desceu da nuca dela, indo para sua coxa, a apertando e fazendo ela se inclinar ainda mais sobre o carro, aumentando o contato entre eles. Ela se contorceu, pressionando suas intimidades, sentindo o membro de Alfonso se endurecendo como uma rocha.

Alfonso sentia-se quente, quente como um menino. Como se tivesse algo maior, algo muito maior do que ele mesmo em mãos. Como se fosse adolescente outra vez e estivesse com a garota mais cobiçada do colégio, como se ele não fosse digno para isso, como se Deus estivesse lhe dando algo, muito além do que ele merecia.

As bocas se encontraram outra vez, mais sedentas do que antes. Alfonso grunhia quando ela persistia com o ato de pressionar suas intimidades. Ele era capaz de toma-la ali mesmo, daquele jeito, e Deus o ajude, seria maravilhoso. Quando o beijo acabou, os dois estava ofegante como maratonistas. Anahí o empurrou, afastando seus corpos, e virando-se para entrar no carro. Ele estava perdido, frustrado e duro.

Mas... Coisas boas, acontecem para garotos bons.

Anahí: Entra no carro. –ele a olhou incrédulo, buscando algum ar de brincadeira da parte dela, mas ela estava séria. Ela tinha a pele do rosto vermelha por causa do beijo, os lábios inchados que só o chamavam ainda mais. Ela entrou no carro, e ele correu para o outro lado, entrando também- 

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