Capítulo 74

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No dia seguinte, Alfonso foi até a casa dos avós de Louisa e conversou com eles sobre a guarda da menina. Ele explicou sua proposta, e enquanto fazia isso, Louisa estava agarrada em seu pescoço, recusando soltá-lo.

- Alfonso, eu não sei. –falou a senhora, mãe de Ginnifer- Louisa precisa de uma mulher, de uma mãe.

Alfonso: Olhe, vocês se lembram de Anahí? Ela esteve no hospital. –falou, e os dois assentiram- Ela está gravida, nós vamos ter um filho. Louisa irá morar conosco. –contou, ocultando a parte em que eles não são um casal e que infelizmente não morariam juntos para sempre. Ele precisava fazer o que fosse possível para ter Louisa- Por favor, eu prometo trazê-la sempre que possível para vê-los. –ofereceu, e os dois senhores olhavam para Louisa agarrada no pescoço de Alfonso-

- Bom, tudo bem. –falou outra vez a senhora- Mas eu insisto que seja tudo de forma legal, que um juiz veja se você tem capacidade de cria-la. Não nos leve a mal, mas ela foi tudo o que nos restou da nossa filha. –disse com a voz embargada e Alfonso assentiu-

Alfonso: Tudo bem. Eu não me incomodo com isso. –ele se levantou, carregando a menina que apertou o abraço, não querendo se separar dele. Ele a afastou um pouco, e a olhou, os olhos da menina já começavam a marejar, imaginando que o padrinho já fosse embora- Vamos para casa? –perguntou olhando para a menina-

O que Alfonso estava fazendo era uma loucura. Ele estava gravando uma série, e morando em uma casa que não era sua. Ele não tinha a menor ideia do que lhe esperava, tampouco do que iria fazer. Mas a única certeza que ele tinha, era que o lugar de Louisa era ao seu lado.

Naquele mesmo dia, ele levou todas as coisas de Louisa para a casa de Anahí. Era sábado e Anahí estava em casa quando eles chegaram. A menina abriu um sorriso enorme ao ver Anahí. Ela correu, indo de encontro a Anahí que estava no sofá da sala e ela e pulou no sofá, a abraçando. Anahí riu surpresa, abraçando a menina de volta, e Alfonso veio logo atrás.

Alfonso: Lou, o que foi que eu disse antes de subirmos? –perguntou olhando a menina, o rosto sério, carregando as malas dela-

Louisa: Para não incomodar a tia Any. –disse cabisbaixa, se atrapalhando com as palavras, fazendo Anahí rir, e Alfonso segurar o próprio riso- Desculpa tia Any.

Anahí: Ah, desculpa, desculpa... –imitou a pegando no colo novamente, rindo, enchendo-a de beijos- O que foi que EU disse a você? –perguntou e Louisa ficou calada, confusa- Para não ligar para o que esse chato do seu padrinho falasse. –lembrou e a menina olhou com os olhos arregalados para Alfonso, por ele ter escutado Anahí o chamando de chato-

Alfonso: Desculpe? –perguntou, e Anahí riu outra vez, agarrada a Louisa. Ele estava com o rosto sério, mas seu coração estava se desmanchando em vê-las daquele jeito, em ouvir o som do riso delas, depois de tantas horas de choro-

Anahí o ignorou, e então ele entrou para guardar as coisas da menina no quarto dele. Horas depois, ele estava no seu quarto novamente, mas agora com Louisa, a preparando para o almoço. Ele estava sentado sob a cama enquanto a segurava a sua frente, para que ela lhe desse atenção.

Alfonso: Você preferia morar aqui comigo ou com seus avós? –perguntou, ajeitando os cabelos dela atrás da orelha-

Louisa: Sem mamãe e papai? –tentou, fazendo um biquinho na boca, e Alfonso respirou fundo-

Alfonso: Você lembra o que eu disse? –perguntou e ela se manteve calada- Eles estão no céu agora. Eu também queria que eles estivessem aqui, mas não podemos fazer nada contra isso. –disse num suspiro, não vendo mais nem o fantasma do sorriso dela de ainda pouco- Mas então, com quem você quer morar?

365 Dias de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora