Capítulo 18

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—Monstro, você tem certeza? — Harry perguntava pela milésima vez para o elfo.

—Sim, Harry Potter. Mundungo Flecher levou o medalhão. Ele esteve aqui e levou muitas coisas, inclusive o medalhão.

—Traga Mundungo aqui, Monstro. É urgente. — Harry disse e o elfo aparatou.

—Cara, esse Mundungo está de sacanagem. Ladrãozinho barato. — Ron dizia indignado. Hermione apreensiva passava constantemente as palmas da mão na calça.

Esperaram sentados em frente à lareira por muitas horas. O dia ja estava ao fim e nada de Monstro retornar. Havia uma pilha de jornais velhos em cima da mesinha de centro e eles passavam seu tempo jogando as folhas no fogo.

Hermione decidiu saber o que se passava na cabeça de Ron. Ela sabia que estava errada, mas ela tinha curiosidade de saber se ele pensava nela. Olhou bem no fundo dos olhos do garoto e penetrou sua mente. Teve visões muito desagradáveis das intimidades de Ron com Lavander e quis parar por ai. Não tinha coragem de ir mais a fundo. Saiu da mente dele e o garoto a olhou assustado.

—Hermione, o que você fez? — perguntou assustado. A garota se manteve em silêncio. Tornou sua atenção ao fogo novamente.

—Ron, o que foi? — Harry, que lia um jornal sem emoção alguma, abaixou a folha e olhou para o amigo.

—Hermione. Eu vi ela. — Ron estava atônito.

—Claro que viu. Ela está aqui na nossa frente. — Harry disse calmamente.

—Não, Harry. Vi ela dentro da minha cabeça. Ela.. Ela leu minha... Mente?

—Quê? Hermione, você entrou na mente dele? — Harry se virou para a amiga.

—Sim, mas foi sem querer. — ela disse, jogando com raiva uma bolinha de papel no fogo.

—Hermione...— Harry tentou repreende-la. Péssima ideia.

—O que foi, Harry Potter? Eu já disse que foi sem querer! Me deixem em paz. — disse e subiu as escadas correndo, se trancando no quarto. Comeu todos os bombons de uma vez só. Decidiu voltar à Hogwarts para ver se Neville estava bem, pegou sua bolsa e sem pensar duas vezes, aparatou em Hogsmeade.

Infelizmente, seu plano deu errado. Um alarme começou a soar e ela ouviu o grito de vários comensais a perseguindo. Conseguiu esconder a bolsinha com todas as cuas coisas na meia antes de começar a correr. Ela correu por becos e vielas, mas no final, foi pega por Bellatrix.

—Olha quem temos aqui, se não é a sangue-de-lama. — disse com a voz estridente. Hermione não falava nada. — Venha comigo, vamos ter um papo de mulher para mulher. Você não vai querer ser encontradas por mais de vinte homens, não é querida? — Bellatrix falou sorridente e Hermione pareceu pensar na situação. Realmente, não estava podendo escolher, cedeu.

A mulher segurou forte em seu braço e aparatou. Chegaram em frente à um enorme casarão. Hermione pôde ver sob luz da lua "Malfoy Manor" escrito em letras douradas no portão de ferro fundido.

Um arrepio percorreu sua espinha. Estaria ela, nascida trouxa, entrando num enorme casarão cheio de sangues-puros. Era praticamente um ratinho entrando num covil.

—Narcisa! Venha cá. Trouxe uma visita muito especial! Você vai adorar! — Bellatrix gritou da porta de entrada da casa, cantarolando.

Logo, barulhos de salto alto contra o chão eram ouvidos. O assoalho de madeira propagava o barulho.

—Bella, você trouxe uma sangue-sujo para dentro da minha casa? —Narcisa esbravejou do outro lado da enorme sala.

—Calma, Cissa, quero me divertir um pouco. Não tem importância, é trouxa mesmo. — Bellatrix seguiu puxando Hermione pelo braço como quem arrasta uma boneca.

—O que pretende fazer comigo? — Hermione perguntou num fio de voz. Bellatrix deu uma risada muito escandalosa. Entrou numa biblioteca e a trancou.

—Pensa que eu não vi, sangue-sujo, a barriga do Draco? Sei que foste tu a costura-lo como se ele fosse um trouxa. E eu sei qual foi o feitiço jogado nele. Acho que você também sabe. Você ouviu seu amigo Potter pronunciando, não foi? Pois agora farei com você aquilo o que Potter fez com o meu sobrinho. — ela dizia com um brilho perverso nos olhos negros. — Sectumsempra!

E num lampejo, Hermione foi lançada para trás. Bateu contra uma prateleira, e já caiu sangrando.

—Nenhuma magia é capaz de curar esses cortes. E você não terá como se costurar aqui. Sangrará até a morte. Sua sangue-de-lama nojenta. — disse com raiva e saiu batendo as botas contra o chão.

Hermione, caída no chão não tinha força para fazer nada. Sentia dor tão forte nos ferimento que se mantinha curvada, com as mãos na barriga. Suas vestes já se banhavam em sangue e ela não tinha a quem recorrer.

Quando estava prestes a desmaiar, viu uma figura loura se aproximar da porta da biblioteca. Olhou para ele, e mesmo sem ter força para falar, chamou por seu nome.

—Malfoy...

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