Hermione havia terminado sua refeição ao meio dia e estava preparada para viajar. Iria para a casa de Luna, já que Ginny estava passando as férias na casa da amiga.
—Mãe, pai! Vou aparatar para a casa de Luna. Mandarei uma carta assim que chegar — disse do quarto, tentando fazer sua voz ser audível em todos os possíveis lugares onde seus pais estivessem.
—Tudo bem, Hermione. Divirta-se e boas aulas. Amamos você. — respondeu-lhe a mãe, talvez ocupada com algo na cozinha.
—Cuide-se, querida. — brevemente pronunciou o pai, ocupado em ler as notícias em seu jornal.
Ouvir a voz de ambos foi sua deixa para aparatar. Pôs-se no centro do dormitório e num súbito puxão, já estava na casa de Luna.
Sua casa era o tronco de uma velha árvore. Muito rústica, mas acolhedora e bonita, com flores nas janelas, e envolta com um gramado tão verde e bonito que parecia um tapete.
—Hermione! Que saudade! Estávamos esperando por você! - Ginny dizia saindo pela porta da casa quando viu a amiga. Luna também a saudou num abraço caloroso.
—Quantas luas, Hermione. Está tão bonita. — dizia Luna com seu jeito aéreo, brincando com uma pequena mecha do cabelo de Hermione.
—Obrigada, garotas. Senti saudades de vocês! Vamos entrar? Quero guardar minha mala. — dizia sorrindo a recém chegada jovem.
Ainda unidas num abraço, as três entraram pela porta de itaúba amarela. O cheiro de chá invadiu suas narinas. Chá de morango era o preferido de Hermione.
Foram até o quarto de Luna, onde as amigas dormiriam, e deixaram os pertences de Hermione. Duas camas auxiliares já se faziam presentes. Hermione aproveitou para escrever uma breve carta para seus pais, avisando de sua chegada na casa da amiga. Disse no bilhete que em sua chegada a Hogwarts, escreveria outra.
O quarto era realmente o estilo de Luna. Rosa bebê com libélulas de papel encantadas voando em fila junto ao teto. O quarto era oval, o que deixava ainda mais a sensação de 'um quarto de bonecas'.
Voltando ao segundo andar da casa, sentaram-se à pequena mesa redonda para beber o chá e por as notícias em dia. Nenhuma cadeira era do mesmo formato, tamanho e cor. Pareciam ter sido retiradas de vários jogos de cadeira diferente.
—Luna, onde está Xenófilio? — perguntou Hermione após algumas conversas desinteressantes.
—Meu pai está terminando uma nova edição d'O Pasquim. Já ouviu falar nos touros selvagens da Bulgária? — perguntou docemente a menina. Pela careta que as outras duas fizeram, ela soube a resposta. — Bom, vocês poderão conhecê-los lendo a nova edição d'O Pasquim.
—Ginny, seu irmão, como está? — Hermione tentou fazer com que parecesse uma pergunta inocente, mas o leve rubor nas maçãs de seu rosto provaram o contrário.
—Hermi, ele está bem, mas há uma má notícia para você.— a menina dos cabelos cor de fogo falou fazendo uma careta.
—Aconteceu algo com ele? O que houve? — perguntou com a voz carregada de preocupação, o que a fez ruborizar novamente.
—Ele está namorando Lavander, Hermi... Eu sinto muito. — Ginny tentava consolar a amiga fazendo-lhe um breve carinho com o polegar no dorso de sua mão.
Hermione sentiu um enorme vazio se formar na boca de seu estômago. Onde antes ela sentia boboletas ao lembrar de Ron, agora estava um vazio tão imenso que caberia uma galáxia inteira. Porém era uma menina forte e não chorou na frente das amigas.
—Está tudo bem, Ginny. Ele é meu amigo e lhe desejo o melhor. Se ele se sente feliz ao lado dela, então que fiquem juntos. — por fim forçou um mínimo sorriso.
—Hermione, você está rodeada de Zonzóbulos. — disse Luna, agora com um óculos esquisito, o qual as outras duas nem perceberam ela colocar. Hermione sentiu uma súbita vontade de sorrir. Sabia que apesar da má sorte com garotos, tinha uma ótima sorte com amigas.
Passadas algumas horas, pai de Luna chegou, e as meninas voltaram para o quarto de Luna.
Deveriam dormir cedo, pois no dia seguinte, rumariam de volta a Hogwarts.
Apagaram as luzes e se acomodaram, cada uma em uma cama. Logo, uníssonos sons da leve respiração das garotas eram ouvidas. Caíram no sono. Mas a mais velha não conseguira dormir, tampouco esquecer o que a amiga lhe contou.
Ron, o seu Ron, estava namorando Lavander, uma menina com quem nunca simpatizara. Talvez por suas trancinhas demasiado infantis para a idade, ou a risada estridente que hora ou outra atrapalhava a aula.
O fato era que o moço que lhe roubou o coração não lhe pertencia, e isso doeu. Hermione levantou-se silenciosamente e foi até o banheiro do térreo, onde chorou copiosamente. Desaguou em lágrimas.
Pobre Hermione. Depositou todo seu amor na pessoa errada. Mas isso há de mudar. Ela não se deixaria vencer assim. Não seria tão baixa a ponto de tomar da outra o seu amado, mas que ela deixaria de amar, ah, isso ela deixaria.
Amor é para o fracos, pensava até pouco antes de se deixar cair apaixonada pelo amigo.
Lógica é o melhor caminho. Nada de sentimentos. Este era seu mantra. Deixou de ser há mais ou menos dois anos. Mas voltaria a ser. No dia seguinte mesmo. Não tardava a deixar de amar.
Coitada... Pobre Hermione, mal sabia que ao deitar a cabeça sobre o travesseiro de plumas, a palavra estava lançada, e apesar da angústia contida nela, demoraria a fazer valer.
Se fizesse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Proud
FanfictionO sexto ano escolar de Hermione e seus amigos se vê conturbado após a morte do adorado professor e diretor Albus Dumbledore. Hermione se vê então em uma situação embaraçosa sobre amor e guerra. Eis que após peças pregadas pela vida, ela aceita aj...