Capítulo 4

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Malfoy conhecia bem aquele feitiço; já ouvira dezenas de vezes. Ao ouvi-lo sair da boca de Hermione, se quedou paralisado.

Num flash, Hermione de viu na Mansão dos Malfoy. Não podia ser vista por outros, apenas asistia uma lembrança.

Via Malfoy curvado a uma criatura, parcialmente humano, parcialmente cobra. Sentiu um arrepio na espinha: era Voldemort.

Malfoy deixou escapar uma silenciosa lágrima, mas que foi percebida pela criatura, que subitamente deu uma enorme gargalhada.

Logo, suas conversas de tornaram audíveis.

—Veja, Lucius! Seu desprezível filho chorando aos meus pés, implorando perdão. — dizia com divertimento. — Só não arranco-lhe a vida agora por que me sairá útil, verme. — Hermione lembrou-se de Malfoy no trem, se denominando 'verme'. Entendeu o por que. — Mas você cometeu um erro, deverá ser punido. — a coisa dizia sorrindo.

—Milorde...— Malfoy tentou se explicar, mas Você-Sabe-Quem foi mais rápido e lhe lançou um cruciatus.

O garoto de contorcia agoniado no chão. Seus gritos eram amplificados por todos os cantos da sala. Hermione tentou, em uma vã tentativa, tapar os ouvidos com as mãos para não ouvir os gritos do rapaz.

Voldemort ria abertamente. Lucius, Narcisa e Bellatrix não esboçavam reação alguma. Pareciam não se importar. Hermione sentiu uma ponta de dor por Draco Malfoy.

Quando a seção de tortura acabou, Bellatrix e Narcisa o carregaram até seu quarto e deitaram-no em sua cama. O deixaram só naquele quarto escuro e frio.

Com os olhos avermelhados, parecia delirar. Também não parecia perceber que haviam lágrimas por todo o seu rosto.

Hermione foi puxada de volta à realidade devido a habilidade de Malfoy em Oclumência.

Ela o olhou, e ao invés de ver o garoto mau que a perturbava, viu um menino indefeso, e de súbito o abraçou. Ele não reagiu.

—Você não devia ter feito isso, Granger. Agora você também corre perigo. E eu não posso te proteger. Como você pôde ver, eu não posso proteger nem a mim mesmo. — após uma longa pausa em silêncio, ele continuou. — Agora você entende? — ela apenas assentiu com a cabeça.

Sentou-se no chão, à frente do garoto e assim ficaram por muitos minutos.

—Malfoy, eu vou te ajudar. — disse quebrando o silêncio.

—Você não pode, Granger. Agora você tem que se proteger, proteger sua família, seus amigos. Ele sabe que você invadiu a minha mente. — dizia angustiado. — Me ferrei.

—Por que?

—Ele vai me torturar. Eu permiti que entrasse em minha mente.

—Não! — disse indignada. — Não. Não mesmo. Você não permitiu. Eu entrei à força, te peguei desprevenido.

Ele apenas abaixou a cabeça.

Em outra parte do castelo, um senhor de cabelos e barba incrivelmente brancos estava a conversar com outro, de cabelos incrivelmente pretos.

—Severo, você sabe tanto quanto eu que isto tem que acontecer. Um dia teria que acontecer. E este dia de aproxima. — o velhinho dizia com toda a calma do mundo.

—Albus, isto não precisa ser assim. — estava sério.

—Precisa. Você sabe. As vezes encontramos nosso destino pelo caminho que tomamos para evitá-lo. Pensei que recordasse de Lírio.

—Basta. Não revire o pó do passado. Faça o que quiser fazer.

—Quero que me mate, Severo. Sabemos que ele pediu para o menino, e sei que ele não falhará. Poupe-o de ter sangue nas mãos.

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