Capítulo 7

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Mischief Managed. — sussurrou para o pergaminho e rapidamente ele se apagou. Ela o colocou nas vestes.

O professor, minutos antes concentrado em seu 'paciente', agora olhava através de Hermione. Levantou a varinha e a garota suou frio. Apontou sua varinha para ele.

Homenum Revelio. — ele disse baixo, e mesmo Hermione estando coberta com a capa, ele pode vê-la. Seus lábio crisparam. — Granger. — rosnou.

—Professor. — ela disse, agora retirando a capa. Num surto de adrenalina, ela não sentia mais medo.

—Não devia estar aqui, senhorita. — disse sem tirar os olhos dela.

—O senhor também não. — disse e foi se aproximando da maca. Ele ficou em silêncio. — Qual é o feitiço de reversão? — ela perguntou como quem pergunta para outra como foi o dia.

Não há um feitiço de reversão. — ele disse e ela o encarou, mas nada disse. Voltou sua atenção ao corpo pálido à sua frente. — O que faz aqui, senhorita Granger? — perguntou sem tirar os olhos dela.

—Vim tentar descobrir mais sobre o feitiço e tentar curar Malfoy. — disse sem tirar os olhos do colega. Novamente ele parecia inofensivo aos olhos de Hermione.

—Por que quer curá-lo? Não o suporta. — ele disse e virou também para o garoto.

—A recíproca é verdadeira, mas eu sou uma pessoa boa. Não desejo o mal para as pessoas.

—Vá para seu dormitório imediatamente. Não deveria estar fora da cama. Se não for agora, tiro-lhe dez pontos. — ele disse com sua voz grave.

—Pois tire. Irão lhe perguntar por que tiraste os pontos. Diga a eles que estava visitando seu aluno após o toque de recolher e estarás tão encrencado quanto eu. — ela respondeu olhando nos olhos negros do professor.

Ele repudiava acima de tudo a audácia de Hermione Granger, mas estaria mentindo se não admitisse que ela é extremamente inteligente.

—Façamos um trato. — ele se deu por vencido.

—Diga. — ela disse, começando a se interessar no assunto.

—Não tirarei seus pontos se ninguém souber que eu estive aqui. Poderás ficar aqui enquanto tento curar o garoto, mas essa noite morre aqui. — disse e crispou os lábios.

—Com uma condição.

—Que condição?

—Poderei tentar curá-lo. Eu li sobre muitos feitiços e muitos modos de curar ferimentos. Quero ajudar. — disse convicta.

—Não deixarei a vida de uma aluno na mão de outra aluna. — disse contrariado.

—Mesmo que a aluna seja eu? — ela sorriu. — Você sabe que sou capaz. — ele novamente deu-se por vencido, mas apenas assentiu com a cabeça.

Toda a audácia e coragem de Hermione se esvaiu quando ele começou a despir Malfoy, tirando-lhe as faixas e jaleco que usava.

Ao ver a cor do rosto de Hermione, que olhava fixamente para o garoto, Snape deu um sorriso mínimo.

—Granger, pensei que soubesse que não se faz cirurgia em uma pessoa de roupas. — falou debochado.

—Eu sei. — disse em tom baixo, hispnotixada pelo movimento das faixas, que giravam em volta de Malfoy, tentando se libertar do corpo do garoto. A boca do professor fez uma leve curva novamente.

—Se quiser, pode sair. Caso não se sinta confortável. — disse maliciosamente. Ela o olhou.

—Não passei a tarde toda na biblioteca a toa. — disse e prendeu os cabelos com uma borrachinha que trazia no pulso.

—Tudo bem. Já que insiste. — disse e pegou uma caixinha. — Vamos suturar de modo trouxa. Não há como fechar esses cortes com magia. Ponha um par de luvas. — disse pondo luvas em suas mãos. A garota fez o mesmo.

Ele lançou no garoto um feitiço anestésico e pegou uma agulha.

—Tem estômago para isso, senhorita? — ele esperava que ela desistisse, mas ela era uma garota forte.

—Até para mais. — disse e pegou uma agulha também.

Ambos começaram a costurar os ferimentos maiores, parando de vez em quando para estancar o sangue.

O garoto ainda estava desacordado, parecia morto. Mas dava para escutar seu coração ainda batendo, devido o silêncio.

Professor e aluna terminaram o trabalho de costurar uma pessoa.

—Ponha a capa. Se eu for visto por alguém, sou professor. — disse para sua ajudante de cirurgia. Assim ela fez.

Andaram em silêncio lado a lado. Ele a deixou na porta de seu salão comunal. Ela entrou sem dizer nada nem olhar para trás.

Não estava acreditando no que fez. Estava confusa e orgulhosa de si mesma.

Estava muito cansada, então foi direto para seu quarto. Nem tentou ir ao quarto de Harry devolver-lhe os pertences.

Dormiu com a sensação de dever cumprido.

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