Hermione segurou a vontade de chorar. Seu braço ainda ardia. Sentia o ódio que guardou durante toda a vida a incendiar de dentro pra fora agora.
Correu atrás de seus amigos. Atacou todos os comensais que encontrou pela frente. Estava com a ira de um samurai.
Viu Harry lutando com um comensal no grande salão. Estava tendo uma enorme batalha. Mas ela arrastou Harry pra o pátio. Viu Ron e Lavander lutando. Eles estavam de mãos dadas.
Hermione correu até la e puxou Ron. Correu com Ron e Harry até a floresta proibida, e ja distante da escola, aparataram.
Largo Grimmauld.
—Hermione, eu.. Eu não acredito.. O que houve? Ainda não acredito — Harry caminhava pelos cômodos da casa, sem realmente querer chegar a algum lugar.
—Acalme-se. Dumbledore me passou instruções antes de... Antes de... — ela não queria colocar a palavra "morrer" na frase. É como se fosse oficializar a perda do amigo.
—Hermione, como você nos trouxe assim? Temos que voltar la. Tenho que buscar minhas coisas, minha namorada. — disse Ron exaltado.
—Cala-te, Ron. Não grite comigo. Eu trouxe todas as nossas coisas na minha bolsa. Coloquei nela, ano passado, um feitiço indetectável de expansão. Estamos abastecidos de comida por uma semana. — dizia revirando os olhos.
—Mas e a minha namorada? — perguntou e tirou a morena do sério.
—Que se exploda tua namorada, Ronald Weasley! Estamos entrando em uma guerra e você vem me falar de namorada? — extravasou parte da sua raiva e antes que pudesse falar algo que não deve, subiu as escadas rumo os quartos.
Ainda em Hogwarts, Luna e Gina estavam abraçadas em um canto de uma sala vazia.
—O que vai acontecer agora? — Ginny perguntou sem expressão. Estava em estado de choque.
—O bem sempre vence o mal. Meu pai me disse isso uma vez. — dizia com seu jeito meigo. A amiga lhe olhou, mas não falou nada.
Ficaram ali muitos minutos, em silêncio. Ouvindo a gritaria andares abaixo de si. Sentia no ar todo o clima de dor e destruição que se alastrava rapidamente pelo castelo.
—Ginny, você é a minha melhor amiga. — Luna disse voltando seu olhar à outra.
—Você é minha melhor amiga também, Luna. — disse e deu um pequeno sorriso. Apertaram ainda mais o abraço.
As garotas decidiram juntar um pouco de coragem para sair de seu esconderijo.
Levantaram-se do chão e caminharam de mãos dadas rumo aos seus quartos. las não tinham uma bolsa como a de Hermione, mas mesmo assim, decidiram pegar as coisas mais importantes.
Sim, elas sairiam de Hogwarts. Foram juntas até a grifinória onde Ginny pegou uma mochila com algumas roupas, remédios e afins.
Rumaram para a Corvinal, onde Luna também arrumou suas coisas. Estava com um ar tão tranquilo que não parecia perceber que a guerra tinha se iniciado. Ginny sorriu com esse pensamento. Queria ser um pouco assim como a amiga.
Já com suas mochilas prontas, elas foram até a estátua da bruxa corcunda. Caminharam alguns minutos, até chegar na Dedos de Mel. O lugar estava totalmente destruído, assim como toda a vila de Hogsmeade. O comensais já haviam passado por ali.
Elas não tinham licença para aparatar. Caminharam até o Três Vassouras e de lá, foram para A Toca pela Rede de Flu.
Ao ver as meninas chegando pela lareira, Molly Weasley abriu um imenso sorriso. Não sabia dos outros filhos, mas sua filha e Luna, que considerava também como filha, estavam sãs e salvas.
—Oh, meninas! Eu soube dos últimos acontecimentos... Que bom que estão bem.. Onde estão os outros? — falava preocupada.
—Estão na escola. A guerra começou. Harry, Ron e Hermione fugiram. Não sei onde estão. — Ginny, dizia esfregando freneticamente uma mão na outra. Luna estava sem expressão.
Sra. Weasley relaxou os ombros e sotou o ar. Estava com medo de perder sua família. Sentou-se no sofá com as meninas.
—Fiz chá. Bebam. — ela disse e serviu duas xícaras. As meninas não queriam chá. Mas beberam mesmo assim, para não decepciona-la.
No Largo Grimmauld, Hermione se encarregava de colocar proteção na casa. Caminhava pela casa e pela calçada murmurando os feitiços.
Monstro, o elfo doméstico, ainda não se sentia confortável com a presença de Hermione na casa. Não era uma criatura dócil com ninguém, sobretudo com Hermione.
Já era tarde, mas os três não conseguiam dormir. Cada um sentado em uma cadeira na mesa da cozinha. Silêncio. Estavam cada qual em seu mundo.
—Querem comer alguma coisa? — perguntou Hermione, ainda focada no nada, com a cabeça apoiada na mão.
—Pode ser. — Harry respondeu sem a olhar. Ron apenas assentiu com a cabeça.
Ela conjurou algumas panquecas e xícaras de café. Serviu aos amigos.
—Harry, eu sei que você não quer falar sobre isso agora, mas devo dizer o quanto antes que Dumbledore me deixou instruções do que fazer. — media cautelosamente as palavras.
Ele lhe deu atenção agora, assim como Ron. Ambos bebiam o café olhando fixamente para a amiga, esperando que ela lhes contasse logo o que tinha a dizer.
—Há uma magia negra, Harry. Muito antiga. — estava apreensiva. Seus dizeres saíram com dificuldade. — Chama-se Horcrux. Dumbledore e eu estávamos estudando sobre ela, e procurando-a. Você-sabe-quem a usou, buscando a imortalidade. Precisamos encontrá-las e destruí-las. Não tem como saber o que é. Pode ser qualquer coisa. Uma Horcrux, é um fragmento da sua alma. Ele dividiu sua alma em pedaços, por isso não pode ser morto. — ela disse e passou as mãos pela calça.
—E como vamos encontrá-las? — ele perguntou sem paciência.
—Eu não sei. — ela disse nervosa.
—E como destruí-las? — ele perguntou bebendo mais um pouco de café.
—Eu também não sei. — ela disse em tom baixo.
—Então como vamos fazer isso, Hermione? — Harry deixara escapar uma sonoro grito. Hermione estremeceu.
—Olha, Harry, eu sei que não tem muitas pistas, mas... — foi interrompida por Ron, que se mantivera quieto até agora.
—Não tem nenhuma pista, Hermione. — Ron disse e bufou.
—Faça silêncio, Ron. Você não fala comigo desde o fim das aulas no ano passado. Não é agora que tem que me perturbar. — ela disse a ponto de ficar louca. — Desde que você começou a namorar, não fala mais comigo. Pensei que fossemos amigos, Ronald Weasley, mas você me esqueceu completamente quando Lavander se entranhou em sua vida. — ela disse sem alterar a voz nenhuma vez. Estava controlando a voz a voz, e falava pausadamente. Ron apenas se ajeitou na cadeira e ficou quieto.
—Hermione, professor Dumbledore te passou mais alguma informação? — Harry perguntou já cansado do assunto.
—Sim. Na verdade, professor Dumledore estava estudando um modo de se destruir uma Horcrux, mas ainda não havia tido sucesso. Mas já é tarde. Temos que dormir. Amanhã partimos em busca de alguma informação sobre as Horcruxes. — disse autoritária e se retirou da cozinha.
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Proud
FanficO sexto ano escolar de Hermione e seus amigos se vê conturbado após a morte do adorado professor e diretor Albus Dumbledore. Hermione se vê então em uma situação embaraçosa sobre amor e guerra. Eis que após peças pregadas pela vida, ela aceita aj...