Hermione, Luna e Ginny correram para a sala precisa para procurar o tal diadema. Mas logo que a porta da sala precisa se abriu, elas perceberam que esta tarefa não seria nada fácil.
Milhares de objetos empilhados, pura quinquilharia, tudo coberto com uma grossa camada de poeira. Cadeiras, mesas, livros, armários, artefatos mágicos quebrados, louças, quadros... Uma infinidade de coisas, mal se podia ver o fim da sala, e as montanhas de objetos chegavam ao teto.
—Ok, isso será um pouco mais difícil do que eu imaginava. — disse Ginny.
—Tudo bem, nós sabemos que um diadema é uma pequena coroa, e segundo o livro de Luna, é prateado com pedras azuis. — disse Hermione, que sempre que ficava nervosa, constatava o óbvio.
—Pensem assim: "se eu fosse um diadema, onde me esconderia?". — disse Luna, em um tom inocente demais, quase brincalhão. Hermione e Ginny a encararam, como quem acha uma ideia muito estupida. E realmente era. —Comigo sempre funciona. — ela deu de ombros e seguiu caminho por entre os objetos escondidos, carregando um livro entre os braços.
Hermione e Ginny se enreolharam em um silêncio cúmplice. Elas entendiam que Luna era muito inteligente, mas as vezes, parecia quase como uma criança. Talvez por isso elas a amassem tanto: Luna era especial.
—Tudo bem Hermi, eu procuro por aqui, e você vai por ali. Em meia hora nos encontramos aqui novamente. — disse Ginny em tom autoritário.
Hermione torceu o nariz: ela não gostava de receber ordens, ela gostava de dar ordens. Mesmo assim, fez o que a amiga disse, e em silêncio, se pôs a caminhar pela enorme sala, que estava quase como um depósito.
Luna estava muito adiante, quase não podia ser vista. Somente seus angelicais cachos louros eram perceptíveis no cenário.
As meninas caminhavam, cada uma em uma direção da sala precisa, em busca da tiara prateada. Já faziam muitos minutos que procuravam, sem êxito. Hermione presumiu que ja teria passado meia hora e voltou para o ponto inicial. Logo chegou Ginny. Elas ficaram esperando Luna, que ainda não havia aparecido.
—Será que está mesmo aqui dentro? — perguntou Ginny, desanimada, cruzando os braços.
—Foi o que Helena disse. Tem que estar. — respondeu Hermione, impaciente.
Ao longe, conseguiu enxergar um ponto brilhante que se movia. Era Luna, e ela trazia no topo de sua cabeça, o Diadema de Ravenclaw. Antes de chegar muito perto das garotas, ela tirou o diadema de sua cabeça, e deixou os seus ombros (até então contraídos) relaxarem.
—É estranho, — disse ela antes que alguma amiga dissesse algo. — a lenda diz que quem o usar, se sente mais inteligente, mas eu só sinto raiva. Uma raiva quase incontrolável.
—É por que contém magia negra, Luna. — disse Hermione. — Dê-me o diadema, vou guarda-lo.
Luna hesitou. Deu um meio passo para trás, olhou para o diadema em sua mão.
—Mas isto é da minha casa. — disse muito baixo, mais para si do que para as outras. Olhou para a amiga. — Não.
Ginny e Hermione se entreolharam incrédulas. Como assim, Luna Lovegood, a aluna mais gentil da escola inteira, se nega a fazer algo que sua melhor amiga pediu. Isto era algo muito novo.
—Luna, a magia é muito forte, deve estar te afetando. Entregue-me para que eu possa levar para Harry destruí-lo. — Hermione estendeu a mão para que a amiga lhe entregasse o objeto, mas isso não aconteceu.
—Não. Eu quem o encontrou, eu quem o guardarei. — disse Luna, passando por entre as amigas e saindo pela porta da sala.
Hermione ficou perplexa.
—O que acabou de acontecer? — perguntou retoricamente para Ginny, que estava tão espantada quanto a amiga.
—Vamos até o salão da Grifinória, Hermi. — puxou a amiga pelo braço.
Desceram as escadas em silêncio. Hermione ainda estava sem entender, e Ginny achou engraçado, apesar de estar preocupada se a amiga saberia cuidar do diadema tão bem quanto Hermione certamente o cuidaria.
Há alguns andares dali, um arrepio correu pela espinha de Harry, e ele entendeu que estava próximo de mais uma horcrux. Sua testa queimou, e ele caiu no chão.
O salão comunal da Grifinória estava vazio. As amigas deixaram seus corpos descansarem sobre o sofá, perto da lareira. Os últimos meses foram realmente muito estranhos, mas elas sabiam que esse dia chegaria.
—Como foi ficar aqui durante o início dessa bagunça? — perguntou Hermione, tentando lembrar-se dos detalhes do início da Guerra.
—Bom, Luna e eu fugimos na noite da morte de Dumbledore. Ficamos em casa para o casamento do meu irmão e depois voltamos. Nós chegamos em Hogwarts uma semana antes de você voltar. Quando chegamos já estava tudo uma bagunça, então perdemos essa parte. — disse Ginny, acomodada no sofá, com as mãos entrelaçadas sobre seu abdome.
—Isso é tudo tão doido. Eu já sabia que isso aconteceria um dia, mas ainda não dá pra acreditar. —Hermione parecia confusa. Seu cenho estava franzido. — Tenho que tomar banho, Ginny, depois eu volto.
—Fique à vontade.
Hermione subiu as escadas e se trancou no seu antigo quarto. Nenhuma de suas colegas estavam presentes e ela se jogou na cama que um dia foi sua. Antes do banho, precisava fazer uma coisa. Deitou-se de barriga para baixo, pegou o Marauder's Map que ainda estava com ela e se pôs a observa-lo com atenção.
Gina continuava no mesmo sofá. Luna andava em círculos pelo seu quarto. Neville, Dino e Simas estavam próximos à cozinha. Pôde observar o nome de Ron muito próximo ao de Lavander, sozinhos na sala de adivinhação, e preferiu não saber o que estava acontecendo por la. Longe de todos os outros nomes, estava o de Harry Potter, parado no mesmo ponto: as escadas que levavam à entrada lateral do castelo, muito próximo ao lago.
Sabia que não teria tempo de correr até lá, deitou-se e saiu de seu corpo. Parada no ar, sua alma virou-se para trás e viu uma Hermione deitada de olhos fechadas, parecia morta. Certamente, sentiria um arrepio na espinha, se tivesse uma. Rapida como o vento, Hermione foi até o ponto onde estava Harry Potter. Encontrou-o desmaiado nas escadas. Como estava em viagem astral, nada podia fazer para ajuda-lo. Viu um corte em sua testa, de onde escorria uma fina linha de sangue.
Voltou para seu corpo em fração de segundo e correu até a enfermaria e pediu ajuda à Papoula.
Ambas foram até as escadas buscaram o garoto. Já na enfermaria, depois de tratar devidamente de Harry Potter, Madame Pomfrey se dirigiu à Hermione.
—Como você encontrou o Sr. Potter? — perguntou em tom inquisitório. Hermione não poderia dizer a verdade em risco de ficar sem o mapa, ou até pior por estudar uma magia mais avançada do que deveria, mas também não sabia mentir.
—Não o via faziam algumas horas e decidi procura-lo. — disse. Isso não era de todo mentira.
—E encontrou-o em um dos lugares mais desertos do colégio. O que a fez procurar por lá? — Hermione se sentiu encurralada.
—Tive um pressentimento. — disse, tentando não gaguejar. Papoula soltou a respiração e esfregou uma mão na outra.
—Que sorte a sua e de seu amigo, senhorita. Por que eu mesma, nunca fui intuitiva. Tanto que eu até cheguei a abandonar as aulas de adivinhação. — Hermione engoliu em seco. — Agora se me der licença, tenho uma papelada para preencher. E você deveria sair daqui, deixe seu amigo descansar.
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Proud
FanfictionO sexto ano escolar de Hermione e seus amigos se vê conturbado após a morte do adorado professor e diretor Albus Dumbledore. Hermione se vê então em uma situação embaraçosa sobre amor e guerra. Eis que após peças pregadas pela vida, ela aceita aj...