Capítulo 11

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Hermione recebeu um bilhete do professor Snape e se afastou de Neville em direção do banheiro feminino.

Andava apressada pelos corredores e só parou de caminhar ao chegar no banheiro, mas ele estava abarrotado de meninas e Hermione decidiu ir para seu quarto.

Chegou no seu quarto, que por sorte estava vazio. Sentou-se na beirada da cama e desenrolou o pergaminho.

"Senhorita Granger.

Primeiramente quero pedir para que não se estresse com os boatos. Quem os espalha são apenas imbecis.

Odeio ter que admitir, mas você tem se saído uma boa enfermeira. A Madame Pomfrey me contou que você a ajudou a cuidar do Senhor Malfoy. Espero que não tenha contado nada para ela.

Continue em silêncio.

Seu silêncio será muito importante nas próximas horas.

Será decisivo.

S. S. "

Não conseguia compreender aquela delicadeza, mas preferiu não contestar. Levou o pequeno pedaço de pergaminho até o salão comunal e o jogou na lareira. Só saiu de lá quando o bilhete virou cinza.

O almoço já havia sido retirado, mas se ela se apressasse, conseguiria comer a sobremesa. Desceu as escadas e foi até a mesa. Sentou-se ao lado de Neville.

—Guardei um pouco pra você. — ele disse e passou para as mãos dela um prato com arroz, frango assado, tomates e milho. Hermione se sentiu aliviada e agradecida. Poderia se alimentar corretamente.

—Muito obrigada, Nevi. Eu estava com medo de não ter mais comida. — disse e comeu silenciosamente. Não se serviu de sobremesa.

Eles se separam. Um teria aula de adivinhação, e o outro de oclumência.

Hermione foi para sua aula. Estava desatenta neste dia. definitivamente esta semana estava sendo muito estranha.

Quando a aula terminou ela teve um mal pressentimento, mas não soube dizer o que.

Foi até a biblioteca estudar e fazer alguns trabalhos. Deveria ler mais sobre runas. Encontrava certa dificuldade em alguns símbolos. Passou o resto da tarde por ali.

A bibliotecária de cara azeda já resmungava que era tarde. Hermione levantou-se para comer o jantar.

Terminou de comer e viu que algo estava errado. Não viu Harry à mesa. Na mesa dos professores, faltavam professor Snape e o diretor.

Hermione levantou-se da mesa e saiu.

Ela caminhava lentamente até o salão comunal, estava com os ouvidos apurados para captar qualquer tipo de ruido fora do comum.

Escutava apenas conversas e risadas distantes. As que deixara para trás, no salão principal.

Parecia que a tensão havia tampado seus ouvidos por que ela não conseguia ouvir um único ruido. Nem mesmo um mísero inseto a voar, ou sapatos batendo contra o chão.

Via pelas vidraças do lado de fora que o tempo começava a escurecer. Grossas e pesadas nuvens se formavam no céu, que a pouco tempo, estava claro.

Chegou ao salão comunal, olhou em volta e constatou que seus amigos não estavam lá. Um arrepio percorreu-lhe a espinha.

Subiu as escadas em silêncio. Não havia ninguém ali. Nem uma única pessoa. Abriu a porta do quartos dos garotos e eles não estavam ali.

Uma sensação desconfortável surgiu de súbito dentro de seu peito. Foi até o seu quarto, pegou tudo o que lhe pareceu necessário e guardou na bolsinha de contas.

Pôs a varinha no cós da calça, o vira-tempo no pescoço. A bolsinha de contas ela guardou no bolso interno do uniforme da escola.

Entrou novamente no quarto dos garotos e buscou no malão de Harry, aqueles dois úteis pertences. O mapa, e a capa.

Ainda nao abriu o mapa, nem vestiu a capa. Iria tentar manter a calma. Talvez não fosse nada grave.

Talvez fosse só uma coincidência.

Ou talvez não.

Mas ela manteria a calma o máximo possível. Tinha de se manter calma.

Foi até os possíveis lugares em que Harry pudesse estar. Também foi na sala de Dumbledore.

Não encontrou nenhum dos dois.

Começou a se preocupar, mas respirou fundo para não ter um ataque de pânico no corredor.

O silêncio estava a perturbando. Estava a deixá-la louca.

Caminhou com pressa até o banheiro da Murta. Trancou-se em uma cabine e abriu o mapa.

Seus olhos se arregalaram e ela conteve um grito na garganta. Praticamente o engoliu.

Lia no mapa mágico, na torre de astronomia, o nome de dezenas de comensais da morte. Rodeavam Dumbledore.

Mas o que mais a perturbou dou ler "Draco Malfoy". Ao seu lado, "Bellatrix Lestrange". "Severus Snape" e "Harry Potter" estavam lado a lado. Provavlemente escondidos.

Sentia-se tão pequena neste momento. Sentia-se inútil. Incapaz de fazer algo.

Sabia que não ia dar tempo de chegar até la se chamasse outros professores, Mas se fosse sozinha poderia ao menos salvar Harry.

Ela ainda não pôs a capa. Não teria como correr com ela.

Hermione corria desesperada pelos corredores e sentia seus olhos se encherem. Era esse o pressentimento que tivera.

Parecia que não saía do lugar. Quanto mais corria, mais sentia que não daria tempo. Mas deu.

Ela pôs a capa de Harry antes de subir as escadas até a torre.

Dumbledore a viu. Apenas ele. E piscou-lhe um olho, seguido de um sorrisinho.

Estava perdendo seu professor de oclumência neste momento. Ainda tinha tantas perguntas a fazer...

Depois disso, um lampejo verde. Ela escutou aquelas duas palavras mágicas, poderosíssimas. Vinham de vozes diferentes. Ela não soube qual o atingiu primeiro.

Ela saiu do transe em que estava mantida e foi até Harry. Cobriu-o com a capa. O amigo estava se afogando nas próprias lágrimas.

Ela o tirou de lá sem ser percebida. Choravam abraçados sob a capa, em silêncio. Corredores abaixo ainda podiam escutar a risadas, e o verso cantado em coro.

"Dumbledore está morto"

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