—Que bom que vocês voltaram! — Senhora Weasley largou o pano de prato para abraçar os dois garotos que acabaram de aparatar na sala da casa.
—Não trazemos boas notícias. — Ron disse sério. Harry estava sério também e Molly, pressentindo coisas ruins, também fechou seu sorriso.
—O que aconteceu? — Perguntou preocupada.
—Hermione sumiu. — Ron foi direto ao ponto.
—Mas o que? Como assim? Quando? — Senhora Weasley sentava-se em uma das cadeiras da mesa de jantar.
—Ontem a noite. Ela subiu para o quarto e não voltou mais. — Harry disse. — Procuramos ela pela vizinhança, mas não a encontramos.
♦
—Acorda, Granger. — Malfoy estralava os dedos em frente ao rosto da garota.
—Hã? O que houve? — ela perguntou, ainda sonolenta.
—Hoje temos uma reunião dos comensais da morte aqui na minha casa e você não pode ficar aqui. Tenho que te levar para um local segura. Sugere algum lugar? — ele perguntou sentado na beira da cama.
A garota pensou em dizer "Largo Grimmaud" mas teve certeza de que não seria um boa ideia ter um comensal da morte sabendo onde encontrar Harry Potter. Queria poder dizer "A Toca" ou "Casa dos Lovegood", mas não queria por seus amigos na responsabilidade.
—Eu não tenho para onde ir. Pode me deixar no Caldeirão Furado.
—Claro que não, sua tonta. Todo o país está com comensais andando soltos por aí. Vou te deixar num local de tão fácil acesso? Acho que vou te deixar na casa do Blásio, meu amigo. Ele e os pais vão vir pra cá. Enquanto isto pode ficar lá. Quando eles voltarem para la, eu vou junto e te busco. — disse e levantou-se. — Vamos, levante-se. Tens que sair daqui. E espero que não tenhas medo de altura, pois vamos voando.
Hermione engoliu em seco. Nunca aprendera a voar. Tem acrofobia. Não falou nada, apenas concordou com a cabeça. Levantou-se com dificuldade. Sentia dor. Malfoy bufou impaciente.
Assim que ela conseguiu ficar de pé, ele a puxou pelo braço até os fundos da casa, onde se encontravam diversas vassouras.
—Up. — Ele disse e a vassoura mais próxima voou até sua mão. Ele passou uma das pernas para o outro lado. —Suba, Granger. — ela olhou para a vassoura e para seu piloto. Tentou aparatar, mas não conseguiu. — A casa é protegida, Granger. Você não vai conseguir aparatar. Sobe nessa vassoura de uma vez. — disse girando os olhos nas órbitas. Ela subiu tremendo.
A vassoura ganhou altura. Estavam à cinqüenta metros do chão. Hermione estava com os olhos muito fechados, se segurou com força ao tórax de Malfoy.
—Ai, Granger! Esqueceu que eu também tenho cortes. — fez uma careta de dor.
—Desculpe. — ela sussurrou diminuindo o aperto, ainda com os olhos fechados.
Após muitos minutos de voo, com o vento e o frio açoitando seus rostos, a vassoura diminuiu a velocidade consideravelmente e a atura começou a diminuir. Logo aterrizaram.
—Blásio, tenho que deixar a Granger aqui. A reunião vai ser na minha casa e ela não pode ficar lá.
—E agora você virou babá de trouxas? Ela não vai ficar aqui não. Se eu deixar uma sangue-sujo ficar aqui, minha mãe me estupora.
—Faz isso pra mim, fico te devendo uma. No final da reunião eu venho busca-la.
—Faço por você, não por ela.
Eles conversavam como se ela não estivesse ali, ao seu lado. E ela estava inexpressiva. Fingia não ouvir. Assim que se viu sozinha na mansão dos Zabini, se sentiu à vontade para pegar seu telefone, mas estava sem bateria fazia séculos.
Quando se encontrava prestes a sair do comodo em que estava, ouviu barulhos e passos.
—Granger, você tem que sair daqui agora! A reunião foi remarcada e estão todos vindo para cá! — Mafoy aparatou no comodo.
—Malfoy eu não consigo caminhar com rapidez. Dói. — ela disse fraca. Os cortes não suturados voltaram a sangrar. A camisa presenteada por Malfoy se enchia de sangue rapidamente.
♦
—Temos que formular um plano. Se eu fosse a Hermione, pra onde eu iria? — Harry dizia. A família Weasley estava reunida à volta da mesa. A ordem também.
—Para a biblioteca. — Ron disse bebendo um gole de suco.
—Não seja estúpido, Ronald. O que ela faria na biblioteca no meio de uma guerra? — Ginny revirou os olhos.
—Acho que ela foi para Hogwarts. — Luna disse com seu modo sonhador.
—Seria o menos provável. — Lupin respondeu. — O que ela faria lá? Não deixaria de ajudar os amigos para estudar em uma escola onde comensais da morte lecionam.
—Pode ter ido para casa. — Ginny tentava ajudar, sem muita convicção do que dizia.
—Creio que não ia querer pôr os pais em risco. — Arthur Weasley disse.
—Nunca vamos sair do lugar. Ela não deixou uma unica pista. A única coisa que deixou para trás foi uma baixa de bombons vazia e sem remetente. Na caixa dizia apenas "Hermione". Isso não faz sentido. — Harry queimava o cérebro tentando encontrar uma resposta.
—Como? Uma caixa de bombons? — Lupin pareceu apurar os ouvidos.
—Sim. Uma caixa de bombons vermelha escrito "Hermione" e nada mais.
—Suspeito. Muito suspeito. Poderiam ser bombons envenenados ou enfeitiçados.
—Amortentia. — Harry exclamou. — Trabalhamos com Amortentia na aula do Snape. Alguém pode ter guardado um frasco.
—Agora faz sentido. Mas quem poderia ser? Alguém que quisesse Hermione apaixonada. Vocês tem alguma ideia?
—Não sei. Quase não falamos com ela este ano. É que eu estou namorando e resolvi me afastar da Hermione. — Ron disse.
—É um idiota mesmo, Ronald. Se afastar dos amigos por causa da porcaria de uma namorada. — revirar os olhos se tornou um hábito tão frequente na vida de Ginny quanto é na vida de Hermione.
—Crianças, não briguem. Não é hora para isto.
Estavam todos em silêncio, cada um tentando resolver essa charada, quando escutam batidas à porta. Lupin se levanta e vai até lá para abri-la.
—O que faz aqui, Malfoy? — pergunta rudemente. Todas as pessoas presentes na mesa da sala de estar de amontoam na porta para ver.
—Vim traze-la. — disse e puxou a capa que cobria Hermione desmaiada em seu colo.
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Proud
FanficO sexto ano escolar de Hermione e seus amigos se vê conturbado após a morte do adorado professor e diretor Albus Dumbledore. Hermione se vê então em uma situação embaraçosa sobre amor e guerra. Eis que após peças pregadas pela vida, ela aceita aj...