Hermione estava em seu salão comunal, se preparando para o almoço, mas antes, aproveitaria para ir à enfermaria se informar do estado de Malfoy.
Passou pelo buraco do retrato, desceu com pressa as escadas, tropeçando a cada degrau. Pegou um enorme corredor de mármore e só parou de caminhar ao ver a porta da enfermaria. Estava fechada. Devia voltar outra hora.
Deu a volta e foi para o grande salão. Avistou os amigos, mas decidiu sentar-se com Ginny e os Gêmeos que estavam na ponta da mesa.
—Hermi, a rádio-corredor está espalhando algumas coisas rapidamente. Pode me contar sobre sua aula de hoje? — Ginny perguntou divertida e Hermione riu de seu jeito. Os gêmeos, que estavam do outro lado da mesa, se interessaram na conversa e aproximaram as cabeças para ouvir melhor.
Hermione lhes contou tudo o que havia acontecido, e ao falar a resposta que deu para Lavander, os três Weasley's deram uma enorme risada.
—Nunca gostamos dela. — os gêmeos falaram juntos.
—Nem eu. — completou Ginny. — Eu preferia que você fosse namorada do Ron. — disse Ginny, dando um abraço de lado na amiga.
—Nós também. — os gêmeos falaram juntos de novo e a morena sorriu. Era engraçado vê-los falando juntos.
—Queria ser sua cunhada, Hermi. — Ginny falou, e se serviu de bolinho de carne despreocupadamente.
—Mas isso pode ser facilmente resolvido. Pra que esperar pelo Ron, não é mesmo? — Fred falou galanteador e Hermione levantou uma sobrancelha.
—Fred, cala a boca. — Ginny riu e lhe lançou o bolinho de carne meio mordido.
—Não custa tentar, ué. — disse e comeu o bolinho que acabara de lhe acertar. Hermione riu.
Hermione mal almoçara, mas a conversa com os amigos estava lhe fazendo tão bem que ninguém percebeu, nem ela mesma.
Levantou-se e aproveitou o período livre para banhar-se. Precisava apenas de água morna em contato com a pele.
Foi até o banheiro do terceiro andar, despiu seu corpo e se pôs abaixo do chuveiro. Certificou que a porta de sua cabine estava trancada, não queria "visitas indesejadas".
A água quente lhe massageava a nuca e o dorso. Sentia como se sua tristeza estivesse indo embora pelo ralo, junto com a água.
A espuma do sabão lhe causava cócegas agradáveis. Ela adorava aquele sabonete, tinha cheiro de côco e baunilha.
Desligou o chuveiro e conjurou roupas limpas. Enxugou o corpo com uma toalha felpuda e pôs o uniforme.
Foi até a biblioteca.
Em outra parte do castelo, um menino moreno com uma cicatriz na testa não estava bem. Sentia sua mente ser penetrada. Suava e respirava com dificuldade. Acabou por desmaiar.
Hermione devolveu o livro grande e pesado para madame Pince, que guardou-o sem dizer uma palavra sequer.
A garota saiu da biblioteca com a capa arrastando pelos corredores. Foi até a enfermaria, e desta vez estava aberta. Antes que pudesse entrar, viu alguns professores reunidos em volta de Malfoy.
Imediatamente, correu escadas à cima até o salão comunal da Grifinória. Foi até o quarto de Harry e buscou em seu malão a capa da invisibilidade.
Nessa hora, seu vira-tempo foi seu melhor amigo. Foi até o banheiro e voltou uma hora. Estava com a capa, então não podia se vista por ela mesma, que estava no banho.
Quando a Hermione do banho saiu do chuveiro, a Hermione invisível a seguiu. Porém, antes de chegar à biblioteca, ela fez um curva e foi direto para a ala hospitalar. Chegou a tempo de ouvir o restinho da conversa dos professores, inclusive o diretor.
—Eu nunca vi nada igual. — Dizia prof. McGonagall, apertando um lencinho branco em suas mãos.
—Isso só pode ser magia negra... — Madame Hooch disse e concordou com a cabeça.
—Estou certo de que acharemos a cura para o menino...— Dumbledore afirmou, olhando dos pés da cama para o garoto, agora com o tórax enfaixado.
O que Hermione achou curioso foi o fato do professor Snape não ter dito palavra sequer. Estava com os lábios contraídos e os olhos perdidos. Ele era o único que parecia saber o que fazer. Por que não fazia?
A cabeça de Hermione rodava. Eram muitas as perguntas. A única certeza que ela tinha era de que Malfoy corria risco de vida.
Assim que os professores saíram e ela se viu sozinha na enfermaria, se sentia confortável ao tirar a capa.
Perto da cama do garoto, haviam flores e cartinhas de suas admiradoras, o que fez Hermione revirar os olhos.
Junto à cabeceira, havia o boletim informativo sobre o estado de saúde do garoto. Tomou a prancheta em mãos e leu.
"Cortes profundos na área do abdome e peito.
*Possível faca de titânio a causa dos ferimentos*
São enxergados em toda a extensão do tórax 52 cortes. Todos profundos."
Abaixo, tinha também as informações de Malfoy e da hora da baixa dele.
Hermione escutou passou no corredor e se cobriu com a capa novamente. Por sorte, era apenas Madama Pomfrey.
Hermione foi para sua aula, e não viu Harry. Ron estava com a namorada na classe do fundo e a única coisa que ela sentiu foi dó de Ron estar com alguém como Lavander.
—Ron, você viu Harry? — sentou-sena classe ao lado dele e perguntou.
—Não vi, Hermi. — disse e voltou a conversar com a menina loira ao seu lado.
Hermione se sentiu traída pelo amigo. Ele praticamente a excluiu do seu círculo de convívio social, mas ela fingiu que não sentiu nada. Estava com sua armadura invisível. Abriu seu livro e leu até a aula acabar.
Acabaram as aulas do dia para Hermione, já que ela não se matriculou em adivinhação este ano. Foi na biblioteca pesquisar sobre feitiços, antes de ter sua aula de oclumência. Queria encontrar qual o feitiço de efeito mais próximo de uma faca de titânio.
Procurou até anoitecer, deixando de lado sua aula particular, mas não encontrou nada. Desistiu da busca, e cansada, foi para seu quarto. Passou por Lavander e Ron, perguntou se Harry já havia aparecido e o garoto respondeu que este foi ver o diretor.
Já passava da hora de deitar e já tinha soado o toque de recolher quando Hermione teve uma brilhante ideia.
Saiu de perto da lareira do salão comunal e foi em absoluto silêncio até o dormitório de Harry. Pegou no malão do amigo a capa da invisibilidade que deixara ali horas antes, após tê-la usado. Pegou também o Marauder's Map.
Ela visitaria Draco Malfoy.
Saindo pelo buraco do retrato, cobriu-se com a capa prateada. Apontou sua varinha para o pergaminho ainda em braco que estava em suas mãos.
—I solemny swear that I am up to no good. — sussurrou e mordeu o lábio inferior. Não queria prometer não fazer coisas boas. Pra ser bem sincera, ela odiava sair das regras, mas isso era importante. Não Malfoy, o que era importante era descobrir sobre o feitiço misterioso.
Ela andava tranquilamente pelos corredores quando curiosamente viu o professor Snape no mapa. Parou de andar abruptamente quando viu que ele estava indo em direção à Ala hospitalar.
Ela prosseguiu seu caminho e ao chegar na enfermaria, viu pelo pequeno vidro o professor, estava de costas para a porta. Se la abrisse com cuidado, ele nem notaria presença humana.
Começou a puxar para baixo o trinque da porta com a precisão de um neuro-cirurgião que faz uma operação muito complicada. Conseguiu. Abriu a porta sem ser percebida. Já havia passado todo seu corpo para dentro da enfermaria quando sua mão escorregou na maçaneta e a porta se fechou num estrondo.
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Proud
Fiksi PenggemarO sexto ano escolar de Hermione e seus amigos se vê conturbado após a morte do adorado professor e diretor Albus Dumbledore. Hermione se vê então em uma situação embaraçosa sobre amor e guerra. Eis que após peças pregadas pela vida, ela aceita aj...