Ainda um pouco zonza, Hermione acordava em um lugar claro. Estava deitada. Não lembrava-se de muita coisa. Na sua memória, apenas flashes de partes distintas do dia.
Olhou para o lado e vou Malfoy. Ele estava recebendo visitas. À cabeceira de sua maca estavam muitas flores e presentes.
Ela então voltou seu olhar para o teto. Ninguém notou que ela acordou. E ninguém estava visitando-a. E ninguém mandou um presente. Se sentiu só.
Madame Pomfrey enxotou as visitas de Malfoy e trancou a porta. Hermione fingia dormir.
Ela desenfaixou o tórax de Malfoy e ficou olhando para os pontos, sem saber o que fazer.
Hermione pigarreou e a enfermeira levou um susto.
—Quer ajuda? — Hermione ofereceu.
—Oh não, claro que não. Nada contra você, mas não posso deixar que um aluno faça os curativos de outro. — ela dizia apreensiva.
—Ora, vamos lá, Madame Pomfrey. Você sabe que eu sou nascida trouxa. Meus pais são dentistas, eles mexem com a saúde humana o dia inteiro. — Hermione dizia divertida.
—O que é um dentista? — a enfermeira perguntou. Hermione riu.
—É um tipo de médico. Mas vamos lá, eu posso te ajudar, e ninguém precisa saber. — Hermione sorria. Madame Pomfrey ficou em dúvida mas permitiu.
—Tudo bem, senhorita. Eu permiti que me ajude, mas veja bem, ninguém pode saber. E quero que me explique passo a passo o que está fazendo.
—Tudo bem. Eu vou ensinar você. Mas vou precisar de umas coisas que não tem aqui. — disse e após alguns segundos, conjurou algodões, gaze, água oxigenada e algumas pomadas de cicatrização.
Colocou as coisas em cima da maca, ao lado de Malfoy. Em sua mesinha cabeceira não cabia mais nada, devido o espaço ocupado com os presentes.
—Preste a atenção, Madame Pomfrey. — ela disse colocando um par de luvas.
—Pode me chamar de Papoula. — sorriu para a garota e colocou um par de luvas também.
—Está bem então. Olha: primeiro você tem que molhar o algodão na água oxigenada. — ela disse mostrou como fazer.
-Sim. Mas o que isso faz? - ela apontou para a água oxigenada.
—Desinfeta o local. Ele limpa as bactérias. — explicava com cuidado. — Agora você passa o algodão em cima dos cortes para limpar. — ela fazia os movimentos com cuidado e a enfermeira copiava.
Depois de todas as feridas limpas, Hermione passou para o próximo passo no ensinamento.
—Agora vamos passar essa pomada em cima dos cortes. Ela é um remédio que ajuda a cicatrizar cortes mais rápido. — disse e elas começaram o serviço.
Depois de todos os pontos limpos e tratados ela colocaram as gazes e enfaixavam novamente.
—Viu, não custou nada me permitir ajudar. Se precisar de ajuda, pode me chamar. Vou deixar essas coisas aqui caso queira continuar tratando dele. — Hermione disse e sorriu.
—Obrigada, menina. Você já está melhor, não é? Já está liberada. — a enfermeira sorriu e saiu.
Hermione ficou algum tempo contemplando o garoto. Sabia que a vida dele era difícil, e agora, por culpa dela, ele estava nessa situação, pensava.
Se ela não tivesse respondido as provocações, Harry não havia de alterado e usado esse feitiço estranho, era o que a menina pensava.
Hermione voltava pelos corredores quando decidiu falar com o professor Snape.
Deu meia volta e foi até a sala dele. Escutava várias piadinhas por onde andava, mas tentou não se importar.
Chegou nas masmorras, foi até a sala de aula e bateu à porta. Escutou o comando para abri-la, e entrou.
—Boa tarde, professor Snape. — ela disse foi até a mesa dele. Ele olhava-a.
—Imagino o motivo de estar aqui, e posso afirmar que medidas serão tomadas. Lembre-se, a noite de ontem não aconteceu. Seja quem for que pergunte. — ele disse e voltou sua atenção aos seus papéis. Ela entendeu o recado.
Saiu da sala e foi falar o com o diretor. Correu dois andares a cima e chegou à gárgula. Disse a senha e subiu as escadas. Bateu a porta e entrou.
—Bom dia, professor Dumbledore. Eu queria falar com o senhor por causa de alguns boatos que estão me incomodando. — ela sentou-se exausta na cadeira revestida com couro.
—Senhorita Granger, eu sei exatamente de que boatos estás a falar. Também sei que Severus deu-lhe a recomendação de não falar a ninguém sobre terem suturado os ferimentos de Malfoy. — disse tranquilamente e piscou um olho. Ela ficou aturdida.
—Mas... Como o senhor sabe? — ela o encarou com confusão nos olhos.
—E sou o diretor dessa escola, e eu sou muito velho, sei de muitas coisas. — deu uma risadinha. — Seu segredo está salvo comigo. Você e Severus fizeram algo muito bonito, é uma pena que não queiram compartilhar esse ato com os demais. Quanto aos boatos, já me certifiquei de que ninguém mais os espalhará. De qualquer modo, são só boatos. Você não deveria de preocupar.
Ela o olhava atentamente. Não sabia o que fazer. Nem o que dizer.
—Obrigada, diretor. — agradeceu e levantou-se.
—Entre as bruxas da tua idade, tu és a mais inteligente. — Disse carinhoso e deu uma piscadela. Ela apenas lhe sorriu. — Posso ver também que és responsável e nobre. Ajudou duas pessoas com quem nunca simpatizara. Bons atos são recompensados, Hermione.
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Proud
FanfictionO sexto ano escolar de Hermione e seus amigos se vê conturbado após a morte do adorado professor e diretor Albus Dumbledore. Hermione se vê então em uma situação embaraçosa sobre amor e guerra. Eis que após peças pregadas pela vida, ela aceita aj...