Capítulo 25

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—Onde estamos? — perguntava Harry, levantando-se com dificuldade, ainda tonto.

—Ron estruchou. Pegue na minha bolsa a essência de Ditamno. — dizia enquanto rasgava a manga da blusa do amigo.

—Ditamno. Certo... — procurou pelo chão a bolsa da amiga e abriu-a. — Accio Ditamno. — um pequeno frasco voou até sua mão e ele a entregou para Hermione.

—Destape-o pra mim, Harry. Minhas mãos estão tremendo. — disse Hermione, que estava muito pálida; já não se parecia com Mafalda, embora seus cabelos ainda conservassem algumas mechas grisalhas.

Ele arrancou a tampa do frasquinho e entregou-o a Hermione, que aplicou três gotas sobre a ferida ensanguentada do amigo. Logo, sua pele se fechava novamente, enquanto o sangramento cessava.

—Onde está Malfoy? — perguntou Harry.

—Está desmaiado. Puxei para baixo daquela árvore. — disse Hermione apontando para uma árvore à 15 metros de onde estavam.

Harry caminhou até lá. Malfoy cortou o supercílio e um pequeno filete de sangue corria pelo seu rosto. Ainda inconsciente, foi arrastado por Harry até onde estava Hermione.

—O que faremos agora? — perguntou Harry.

—Esperamos até que Ron esteja forte o suficiente para aparatar. — dizia Hermione, acariciando os cabelos ruivos de Ron. — Vou por feitiços de proteção aqui. Monte a barraca, Harry. — disse e levantou-se de onde estava com a varinha. — Salvio Hexia. Repelo Trouxatum. Abaffiato. Protego Totallum. Cave Inimicium.

Harry assistiu a amiga se distanciar repetindo os feitiços e agradeceu mentalmente por ter alguém tão inteligente perto dele. Ele não lembrava-se de nenhum destes feitiços.

Abriu a bolsa de Hermione e pegou a barraca. Já estava terminando de montá-la quando Malfoy acordou.

—Cadê ela? — perguntou ainda meio zonzo.

—Está ali. — apontou com a cabeça. — Pondo feitiços de proteção.

Malfoy passou a mão pelo rosto e sentiu o líquido morno.

—Ah, droga. — praguejou e passou a mão por cima do sangue, que agora já atravessava a bochecha. 

—Ah, você acordou. — Hermione chegou perto deles. — Você tem um corte. Deixe-me cuidar disso. Entra na barraca, eu já volto. Só vou buscar Ron.

Voltou para a barraca com o amigo e deitou-o em uma cama. De tempos em tempos olhava para o braço dele para ver se estava melhorando.

—Malfoy. Vou dar um jeito no seu machucado.  — chamou-o na pequena sala de estar da barraca.

—É um corte pequeno. Posso dar um jeito sozinho. Seu amigo ali está precisando mais de sua ajuda do que eu. — disse sem olhar para ela.

Hermione apenas respirou fundo e continuou sentada. Conjurou uma xícara de chá e um livro.  Leu até a noite cair. Já com sono, levantou-se e foi deitar.

No outro dia de manhã, quando acordou cedo, sentiu-se mais pesada que o normal. Sentia ter um péssimo humor. Deixou-se pensar que era um estresse pós batalha no ministério. Sua semana estava bem corrida.

—Bom dia, Hermione. — Harry juntou-se a ela na cozinha.

—Olá. — resmungou. — Fiz café. 

—Ah.. Ok, obrigado. — serviu-se e sentou na porta da barraca. — Aqui é bonito.

—Eu sei, Harry. Eu tenho olhos. — disse.

—Já vi que está de mau humor.

—O que você acha?

—Bom dia. — Malfoy apareceu no meio da suave discussão.

—O que tem de bom, Malfoy? — disse e jogou longe uma toalha de louças. Ele logo entendeu o que estava a acontecer.

—Dá-me o medalhão, Granger. — disse se aproximando dela.

—Esqueceu que não sou mais filha dos Granger? Agora sou apenas Hermione, Malfoy. — esbravejou.

—Não importa. Me da o medalhão. — disse se aproximando ainda mais.

Quando estavam a um palmo de distancia ela puxou o cordão do pescoço e pôs na mão do garoto.

—Se sente melhor? — perguntou Malfoy.

—Muito. — ela disse auto-massageando seu pescoço. Suas linhas de expressão suavizaram, e ela suspirou. 

—Vou ter que aplaudir seu feito, Malfoy. Parece que o mau-humor dela foi-se. — disse Harry, largando a xícara vazia em cima da mesa. Ela revirou os olhos.

—Vou ver o braço de Ron. — disse e saiu do campo de visão dos dos garotos.

—Está sendo mais fácil do que pensei conviver com você, Malfoy. — disse Harry, passando uma xícara de café para as mãos do outro.

—Sem formalidades. Chame-me de Draco. E obrigada pelo café.

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