Capítulo 26

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—Querem comer? Fiz torradas. — Hermione perguntou com expressão cansada aos garotos.

—Claro. Deixa que te ajudo com a cozinha. — Malfoy levantou-se.

—Já vou, estou refazendo os curativos de Ron. — disse Harry.

—Você falando assim eu me sinto um paciente em estado vegetativo, Harry. — Ron fala, olhando-o com o canto do olho.

—Ah, fique quieto e vire pra la, Ron.

Malfoy e Hermione dirigiram-se para  pequena cozinha. Hermione ocupou-se em tirar do fogão o bule de café que esquentava. Malfoy pôs na mesa xícaras, pratos e talheres.

—Já sabe como destruir o medalhão? — Malfoy perguntou sentando-se a mesa.

—Não faço idéia, Malfoy. Tem tanta coisa acontecendo tão rápido que eu nem parei pra raciocinar ainda. Estou tão cançada. E sinto medo. Eu sei que serei um alvo fácil. Amiga de Harry Potter e ainda por cima sangue-ruim. — dizia bebericando da sua xícara de café.

—Acho que devíamos nos preocupar e manter-nos vivos por enquanto. Se acharmos todas as horcruxes, podemos destruí-las juntas. Eu simplesmente não tenho noção de como fazer isso. Mas tenho quase certeza de que tem uma horcrux no gringotes, só não sei em qual cofre.

—Malfoy, eu.. — Hermione ja ia começar a falar sobre todas as suas teorias qua do foi chamada no quarto por Ron.

—Hermione, poderia vir aqui por favor? — chamou-a e ela foi até ele.

—O que precisa, Ron? — sentou na beirada da cama.

—Se eu morrer nessa guerra... — ia dizer, mas Hermione sentiu um aperto leve na boca do estômago.

—Você não vai morrer, Ron. Não fale isso. — sorria levemente.

—Dê-me sua mão. — disse estendendo a mão a ela. Ela entregou-se sem nem lembrar do que passara por causa dele.

Não lembrou-se de que ele namorava uma das garotas que mais a infernizava. Não era como se os sonserinos a incomodassem. Lavander fazia isso de forma mais sutil.

—Hermione. Eu queria dizer que você sempre foi uma pessoa muito especial pra mim. Uma das primeiras garotas que eu conversei na vida. Geralmente era você que me salvava das encrencas. Eu tenho medo de não sobreviver. Por que eu sou o pior dos quatro bruxos nessa barraca. Eu queria dizer que gosto de você. O que você sente por mim? — dizia com a voz baixa. Não estava acostumado em falar assim com qualquer que fosse a pessoa.

—Ah, Ron... Eu gosto tanto de você. — dizia quase sem conseguir respirar, seu coração etsava muito acelerado.

Tantas noites dormira imaginando Ron dizendo-lhe exatamente essas palavras. Mas já não sabia se gostava tanto assim. Ao momento que ouviu a declaração, sentiu um desconforto.

Algo dentro dela morreu ao saber que Ron estava a namorar alguém com quem ela nunca se deu bem. Morreu também pouco a pouco a cada vez que via os dengos que o garoto recebia da namorada. Queria ser ela a mima-lo daquele jeito.

—Hermione, beija-me? — perguntou. Ela acordou de seu pequeno transe.

—Não posso, Ron. — disse ela, de modo muito sério, e ele franziu as sobrancelhas. —Você nunca gostou de mim. Durante todos esse anos te esperei. Estive ao seu lado. Te amparei. Mas você não é meu, Ron. Desculpe-me. — disse e levantou-se atordoada. Indo em direção à cozinha, pondo a mão sobre a boca aberta. Não sabia por que tinha feito isto.

Ela não entendia, por que. Parecia que nem tinha sido ela quem disse tudo isso. Parecia que alguém tinha se apossado dela.

Mas por que?

Acabara de estragar tudo. Não podia simplesmente chegar la no quarto novamente e dizer que era um engano. Não podia simplesmente dizer que se arrependida de ter dito aquelas bobagens e beija-lo.

Perdera a oportunidade de fazer aquilo que sonhava à anos.

Perdera o beijo do Ron.

Foi então que sentiu o peso dos pensamentos baterem em seu peito. Deixou-se desabar pela devagar no chão, como tomba uma árvore.

Um choro silencioso e angustiado saia de suas entranhas. Nunca pensou que sofreria tanto assim. Deitada no chão frio, sua única companhia era o fino rastro de lágrima salgada que lhe descia pelo canto do olho.

Adormeceu no chão, sentindo-se tao só como nunca se sentira antes.

N'A Toca, Ginny e Luna passaram a tarde traçando rotas num mapa velho na esperança de encontrar Ron, Harry e Hermione. Sem sucesso, certamente.

Ginny, exausta de criar expectativas que nunca se cumpririam, deitou-se na cama. Pôs as mãos por baixo da cabeça e observou a parede cor de pêssego ir mudando gradativamente de cor. Passou a dourado e depois a preto.

A noite chegara e Luna se aproximou.

—Ginny, conversei com um velho amigo e acabo de descobrir que Ron, Hermi e Harry foram vistos na entrada principal no Ministério, mas os guardas não conseguiram segui-los. Provavelmente aparataram. — disse ajoelhando-se ao lado da cama da amiga, acariciando-lhe os cabelos. —Vai  ficar tudo bem, Ginny. Eu prometo.

Ginny sorriu.

—Obrigada Luna. Você é a minha melhor amiga. — abraçou a garota.

—Você também é minha melhor amiga, Ginny.

Ouviram na sala um barulho e desceram cuidadosamente as escadas. O serviço de manter o silêncio foi completamente anulado por causa dos rangidos dos degraus.

Chegando no final da escada, Ginny deu um enorme sorriso.

—Fred! Jorge! — correu de encontro aos irmãos. — Vocês estão vivos!

—Claro que estamos! E você também está. — abraçaram a irmã.

—Fiquei preocupada. Achei que.. Bom, estão vivos, isso que importa! Estão com fome? Eu e Luna fizemos bolinhos.

Sentaram-se à mesa para comer. Luna sorria. Ficava feliz em ver uma família reunida. Mesmo que não por completa. Reencontros são sempre emocionantes.

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