Capítulo 27

163 14 6
                                    

Hermione acordava com dor de cabeça. Aos pouco ia se lembrando das coisas que aconteceram na noite anterior. Lembrava-se de ter ficado no chão da cozinha. Concluiu que Harry a trouxe para sua cama. Um quarto separado, ela em um, os garotos em outro. Ouviu conversas na cozinha e levantou-se.

—Bom dia. — disse pondo a mão na cabeça, como se de alguma forma, isso fizesse a dor passar.

—Até que enfim você acordou, Hermione. Geralmente você é a que acorda mais cedo. — Harry disse. — Quer um café?

—Forte, por favor. — disse sentando-se na mesa. — Estou com muita dor de cabeça. A noite de ontem não foi das melhores. Obrigada por levar para a cama, Harry. — disse deitando a cabeça sobre a mesa.

—Ah.. Quanto a isso... Não fui eu quem te levou pra cama, foi o Draco. — disse colocando o café em cima da mesa. A garota levantou no pulo.

—Espera aí. Primeiro, desde quando vocês se chamam pelo primeiro nome? Segundo, por que ele? Eu não entendi. — dizia muito confusa. — Aii! — sentiu uma forte dor na cabeça e deitou-a sobre a mesa novamente.

—Ei! Você fala como se eu fosse um monstro! Te levei pra cama por que achei que era o certo. — disse Malfoy. Ela o olhou com o canto do olho.

—Você nunca me fez nada de bom, Mafoy. Por que seria diferente agora? — revirou os olhos.

—Acho que vou ver como Ron está. — disse Harry e saiu da cozinha, percebendo que o momento não pedia um intruso na conversa.

Hermione o observou ir para o outro cômodo e saiu da barraca, sentando-se nas raízes de uma árvore.

—Me de o medalhão. — ele estendeu a mão. Ela colocou o medalhão ali e se reclinou mais no tronco da árvore, fechando os olhos.

—Você acha que eu sou um mostro? — Malfoy sentou do lado dela.

—Não. Eu só achei estranho. — ela disse, abrindo os olhos e olhando para longe.

—Então você ainda gosta do Weasley? — perguntou olhando para ela. Ela não retribuiu o olhar.

—Não sei.

—E por que estava chorando?

—Não sei.

Ali a conversa se encerrou. Ficaram calados por muito tempo, até Harry vir trazer-lhes canecas de chocolate quente.

—Nossa comida está acabando, Hermi. Temos que ir em algum lugar buscar mais. — Harry disse sentando-se também.

—Fique na barraca com Ron. Eu e Malfoy buscamos mais comida. — disse sem realmente dar atenção.

—Fique com Ron, eu e Draco vamos.

Ela o olhou profundamente. Sem dizer mais do que devia, disse:

—Fique. Eu vou.

Novamente a conversa foi encerrada.

—Hermione. — Malfoy chamou sua atenção.

—O que foi? — perguntou olhando-o.

—Quer conversar?

—Sobre o que? — desviou o olhar. Ele, por sua vez, reforçou o olhar. Ela se rendeu. — Pergunte o que quiser saber.

—O que você viu de tão especial no Weasley? O que ele tem que te fez ama-lo?

Ela deu uma risada fraca.

—O amor não se explica, Malfoy. Amor acontece. Surge. Quando você menos espera, está amando uma pessoa. — suspirou. — É difícil explicar. Ele sempre foi meu amigo. Sempre esteve do meu lado. Me faz rir. É complicado. — olhou-o nos olhos. — Você ama alguém? — Ele desviou o olhar.

—É complicado.

—Por que?

—Eu não sou bom o bastante para ela. Mas... Bom, melhor irmos buscar comida.

Hermione logo percebeu que o assunto era doloroso para o garoto. Ele se levantou-se, e logo depois ela foi atrás, sem dizer uma palavra.

—Acho que a gente devia se revezar pra ficar de vigília fora da barraca. Eu posso começar esta noite, amanhã a gente escolhe o próximo pode ser? — Harry diz, assim que vê Hermione e Malfoy dentro da barraca,

—Claro, Harry. Ótima ideia. — Hermione diz sem ânimo. — Eu e Malfoy vamos buscar comida.

Aparataram em um pequeno vilarejo. Certamente os comensais ainda não chegaram ali. Compraram a comida necessária e voltaram.

Ron estava ouvindo um rádio velho, escutando as notícias dos desaparecidos e dos mortos. Esperava não ouvir o nome de seus familiares, e continuava a ouvir para se certificar de que estavam bem.

Harry já não aguentava mais ouvir aqui no rádio. Acreditava que quando mais pensasse em coisas negativas, mais negatividade atraía. E ele precisava de sorte.

O mundo bruxo inteiro precisava dele. Ainda mais o mundo trouxa, que morreria sem saber o por que. Era um grande peso a carregar. Ser o menino que sobreviveu.

A tarde passava com Hermione lendo livros e mais livros, a procura de resposta. Dumbledore não respondeu todas as suas perguntas. Na verdade, respondeu quase nenhuma.

Ainda tinham uma Horcrux. Inteira. Quanto mais pensava nisso, mais se assustava. Era aparentemente um simples objeto. Mas este objeto continha parte da alma do ser mais maligno do mundo. Parecia ser tão pouca coisa, mas quando se começa a analisar sobre algo, se vê que pode ser muito maior.

Hermione, já cansada de ler, fechou o livro. Sem nenhuma resposta. Percebeu que já estava escurecendo, passava das dezenove horas.

—Harry, você vai ficar de guarda hoje? — perguntou da porta da barraca.

—Vou sim, Hermione. Pode dormir.

—Obrigada Harry. Boa noite

ProudOnde histórias criam vida. Descubra agora