Proud

Capítulo 28

—Ron já está bem melhor, Hermione. Acho que já podemos seguir viagem. — diz Harry sentando-se à mesa.

—Também acho Harry. O tempo está passando e nós não estamos nem perto das respostas. — disse ela, bebendo um pouco do seu chá.

—Acho que se formos viajar, podemos ir caminhando. Não é bom aparatar após ter estrunchado. Ele pode estar fraco para este esforço. — diz Malfoy.

—É, você tem razão. — Hermione concorda.

—Não tem nada. — Ron se levanta, ainda com o braço enfaixado. —Quem tem que decidir o que eu posso ou não fazer, sou eu. — tinha raiva no olhar.

—Ron, não é assim. — Harry tentou argumentar, mas foi interrompido por Ron.

—Ah, Harry Potter. Sempre o dono da razão! Por que é sempre você que tem que dar a última palavra? — gritou.

—Ron, tira o medalhão. — Hermione pediu com a voz trêmula. Odiava gritos.

—Eu vou embora! — disse Ron, pegando sua mochila.

—Ron, pare! — disse Hermione e deu um passo a frente, segurando a corrente que prendia o medalhão. Ele deu um puxão na corrente, que arrebentou e pôs na mão de Hermione.

—Estou indo. Você vem comigo ou vai ficar com eles? — perguntou para a garota.

—Ron... — ela já estava bem abalada para falar qualquer coisa. Estava nervosa e suas mãos tremiam.

—Tudo bem. Já vi qual lado você escolheu. — disse e saiu da barraca.

Hermione ativou instantaneamente seu modo de defesa. Usava-o quando sabia que estava prestes a surtar.

Sorriu. Calmamente pegou um bom livro e sentou-se em baixo de uma árvore para lê-lo.

Terminando seu livro, voltou para a barraca, onde tomou um banho demorado. Precisava relaxar, ou iria surtar de vez.

Foi para a cozinha com um camiseta larga e os cabelos molhados. Já era tarde da noite quando decidiu beber um chá.

—Ainda acordado? — perguntou para a sombra de Malfoy, na porta da barraca.

—Minha noite de ronda.— ele disse virando-se para trás. — Coloque um casaco, está esfriando.

—Não estou com frio. — disse sentando-se ao lado do garoto.

—Vai ficar doente.

—Que seja. — respondeu ela.

—Teimosa. — disse ele, acendendo um cigarro.

—Sou. Como está sua barriga? — perguntou ela.

—Quase curada. E a sua?

—Semi-curada. Ainda tenho os pontos. Quer ver? — disse ela chegando mais perto.

—Mostre-me. — disse ele, soltando a fumaça para o lado.

Nesse instante, ela levantou a enorme camiseta cinza, sem se importar se sua roupa íntima aparecia. Ele tocou as feridas levemente com a ponta dos dedos, como se quisesse acariciar. Olhou para ela. Ela tinha seus olhos fixos nele.

Beijaram-se então.

Após algum tempo, o beijo aprofundou-se e o desejo aumentava cada vez mais. Um queria o outro. Aquela antiga paixão proibida que havia sido esquecida. Entregaram-se um ao outro alí, sob a luz das estrelas.

Hermione vestia apenas o medalhão de Slytherin. A madrugada passava cada vez mais rápido. Desenrolou-se muito bem, apenas dois amantes, e a lua como testemunha.

Hermione nunca havia imaginado a hora de se entregar para alguém pela primeira vez desta forma. Certamente foi melhor do que ela imaginara. Uma floresta. A luz da lua. O som do vento.

Tudo parecia tão certo neste momento. Tudo se encaixava. Seus corpos pareciam ter sido feitos sob medida.

Malfoy sentiu cheiro de mel no cabelo de Hermione.

Não mentiu quando falou sobre a fragrância da Amortentia. E agora encontrou aquele perfume que sentira.

Ela afundou-se no pescoço dele quando sentiu cheiro de hortelã.

Quando chegaram ao seu ápice, decidiram que estava na hora de se recolher. Infelizmente não estavam sozinhos.

O dia logo amanheceu, e os dois conseguiram disfarçar bem a noite passada diante de Harry, apesar de sempre trocares alguns beijos às escondidas.

Os dias passavam e eles não obtinham respostas. Sentiam que o tempo era como a areia, e não estavam sabendo manejar. Hora deixavam a mão aberta de mais, a a areia voava com o vento, hora apertavam-na demais, e ela lhe caia pelos dedos.

Instintivamente, Harry Potter decidiu procurar as cegas, sem nenhuma pista concreta, mas algo deveria ser feito. Pessoas morriam enquanto eles brincavam de acampar.

No dia seguinte, iriam para o Gringotes.