Capítulo 11

515 44 36
                                    

 
                             ◆◇◆

        Júlia continuava na sua tentativa de falar com Nicolas sobre o que acontecera, agora que não estava mais ocupada com o trabalho podia tentar conversar de verdade, então foi até o quarto dele.

— Olá - Eric sorri ao abrir a porta e encarar Júlia.

— Nicolas está? - ela ignora seu sorriso de lado e tenta olhar o quarto por cima de seu ombro.

— Ei, Mitchell, é para você - ele diz — Vou deixá-los à vontade - arqueia a sobrancelha e sai.

— Como você aguenta? - ela pergunta  entrando no quarto.

— Ele não é tão ruim assim. O que você quer?

— Conversar sobre nós.

— Nós? - faz uma careta.

— Nicolas, você disse que gosta de mim.

— Mas você gosta do Michael, tudo bem.

— Não! Meu Deus eu não gosto dele!

— Então...? - ele pede para continuar.

— Tá esperando que eu diga que gosto de você?

— Não foi por isso que veio?

— Não - responde meio sem jeito —, vim para falar que aquele beijo foi um erro, eu me deixei levar e não era para ter acontecido.

— Ah, claro - ele se levanta.

— Não tem nada a ver com o Michael, é só que eu não te vejo dessa forma. Você me entende, certo?

— Claro, eu já esperava ouvir isso - dá de ombros — Por isso devia ter ficado quieto.

— Não foi tão ruim assim ter me contado.

— Claro que foi, agora você sabe e vai me tratar estranho por causa disso.

— Não vou, vamos continuar sendo amigos do mesmo jeito.

— Não sei, Júlia, para mim vai ser estranho. É melhor você ir, daqui a pouco é hora do almoço e se te virem aqui vai ser pior.

— Tudo bem, eu vou. Mas quero saber se está tudo bem entre nós, não quero perder uma amizade por causa disso - ela o encarava esperando a resposta.

— Tá - responde meio seco —, posso tentar.

— Obrigada - ela sorri e lhe dá um abraço — Nos vemos no almoço, tchau.

Quando ela sai, ele fecha a porta e respira fundo chutando o canto do guarda-roupa e depois se jogando na cama ainda bufando.

                              {…}

Mais tarde na aula de trabalho em equipe. A professora pede para que a turma se separe em dois grupos e que ambos os grupos se enfrentem.

— O jogo se chama "rouba bandeira", o primeiro grupo a roubar a bandeira do grupo adversário. Vence - ela explica o jogo.

Ficaram 10 pessoas em cada grupo. No primeiro estavam: Júlia, Michael, Sam e Christopher. No segundo: Gemma, Eric, Phelipe e Nicolas. Eles eram rivais agora.

Ambos os grupos tomam distância, o campo estava desenhado e as bandeiras protegidas. Agruparam-se para bolar suas estratégias, os "soldados" foram postos nos seus lugares: ataque, defesa, distração. Eric estava protegendo a bandeira do seu lado, o mesmo foi proibido de usar sua invisibilidade no jogo. O resto dos poderes estavam liberados, tendo em vista que não podiam machucar os colegas, nem trapacear.

O jogo começa. A professora só conseguia ver a correria que estava rolando. O jogo iria ajudar nas estratégias que eles tomam antes de enfrentar alguém, vai ajudar também a aprender que precisa trabalhar em equipe se quiser conquistar algo.

Nicolas estava muito empolgado, adorava jogos assim e a adrenalina podia lhe ajudar com seu poder ainda não descoberto. Queria atacar, mas ainda não sabia como. Chris e Júlia faziam parte dos que estavam na frente tentando impedir os que queriam correr. Sam observava os que tentavam entrar por trás e Michael estava no meio tomando conta dos que conseguiam entrar.

— Gemma, eu vou tentar entrar - Nicolas a comunica.

— Você acha que consegue? Aquele cara alí é bem rápido - ela aponta para um dos que estavam na frente, ninguém tinha passado por ele ainda.

— Acho que vou pelo outro lado - ele diz.

— Pede cobertura a alguém - ela aconselha.

Ele resolve avançar. Observa cada um e fixa os distraídos. Alguns do seu grupo já haviam tentado invadir e foram pegos. Ele olhou para Gemma, mas ela estava ocupada molhando os pés de uma garota que acabara de invadir sua "base". Ele ri com a cena da menina desesperada tentando se equilibrar para ficar em pé, mas logo segue para sua "missão". Observa a bandeira ao longe, espera o sinal de uma colega sua. A garota correu e foi perseguida, deixando a frente livre para que ele entrasse e assim ele fez. Nicolas correu em direção a bandeira mas foi derrubado no chão, fez uma careta de dor e quando levantou o olhar, Michael estava lhe segurando.

— Hoje não - ele sorri.

Nicolas se levanta, mas não podia mais sair de onde estava e pensa numa nova estratégia, porém não tem muito sucesso. O jogo continua e as pessoas continuam correndo para lá e para cá sem conseguir pegar a bandeira.

Até que em um momento, Gemma resolve avançar. Ela corre e no mesmo instante é perseguida por Christopher. Nicolas criou esperanças de que ela conseguiria pegar, mas se Chris a alcançasse ela também ficaria presa. Ele pediu para ter poderes que podessem lhe ajudar a pará-lo, ficou inquieto, batia os pés no chão e quando viu Christopher já se aproximando, fez um movimento com as mãos em direção aos pés do outro o fazendo escorregar. Os outros integrantes do grupo não tiveram tempo de correr e alcançar Gemma, a deixando chegar na bandeira e fazendo seu time ganhar o jogo.

O grupo comemorou enquanto Gemma pulava com a bandeira em mãos, mas Nicolas estava parado se perguntando se foi ele mesmo que derrubou Christopher, sem sair do lugar.

O garoto que foi derrubado já havia levantado, estava bem. O loiro encarava as mãos de boca aberta.

— Nicolas, tá tudo bem? - Júlia perguntou se aproximando.

— Acho que acabei de ganhar meu poder - ele sorri e a abraça.

Sam se aproxima e faz o mesmo lhe parabenizando.

Ele havia soltado uma espécie de lodo verde e escorregadio, por isso Christopher escorregou. Ganhou parabéns de todo mundo e depois se desculpou por ter derrubado o colega. Com tudo isso, a aula chega ao fim e todos seguem para seus quartos.

Heroes (Concluída - Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora