◆◇◆Chegando no hospital, foram logo atendidos e levados para uma sala. O rosto de Eric estava arranhado, visto que havia vidro perto de onde ele caíra e Júlia estava desacordada, também tinha arranhões nos braços e uns poucos no rosto. O resto do grupo também estava sendo atendido por enfermeiras.
— O que aconteceu com todos eles? - o médico quis saber.
— Apenas alguns acidentes numa aula de educação física - Morgana inventa, visto que não poderia contar a verdade.
— Morgana? - alguém chama seu nome - Morgana Hale? - virou-se e viu um homem sorrindo e indo em sua direção.
— Steve! - ela exclamou e o abraçou - O que faz aqui?
— Trabalho aqui - ele aponta para seu jaleco branco e a prancheta em sua mão — E você? Aconteceu alguma coisa?
— Na verdade, sim, e que bom que apareceu, preciso da sua ajuda.
Steve era um amigo de muito tempo, ele sabia de tudo. Ela lhe contou o que aconteceu e pediu para que ele a cobrisse e ajudasse a escapar das perguntas.
— Eu vou cuidar destes pacientes, pode deixar comigo, Jeff - ele sorri e pega as anotações que o outro médico estava fazendo. O outro balançou a cabeça concordando e foi embora.
— Obrigada, de verdade, Steve.
Morgana o levou até a sala onde os alunos estavam. Eric e Júlia foram colocados no mesmo quarto e todo o grupo estava lá. Eric já começava a despertar e estava se mexendo. Quando abriu os olhos e perguntou o que aconteceu, contaram-lhe a história. Os dois deveriam ficar pelo menos por mais um dia alí para ficar em observação.
Uns dois minutos depois Júlia também acorda, os pais de ambos foram avisados e já estavam a caminho. Os pais de Melanie também, avisaram que haviam a encontrado, mas eles não mostraram muita pressa em chegar lá.
Depois o médico pediu para fazer algumas perguntas aos pacientes e ficaram sozinhos com ele. Logo depois trouxeram-lhes comida e seus pais chegaram minutos depois. Passaram um tempo com seus filhos, mas tiveram que voltar logo para casa, Morgana os tranquilizou e certificou que ficariam bem.
{...}
— Eu entendo que não podem vir, sim, já estou bem daqui a pouco voltamos para escola. Tá bom, tchau - Melanie desliga o celular. Eram seus pais, eles não puderam ir ao hospital, ela estava chateada com o ocorrido, Sam percebeu seu tom de voz na ligação e se aproximou.
— Eles não vêm, né? - Sam pergunta, sentando-se ao seu lado.
— Nem em um momento assim eles mostram que se importam - ela diz — Aposto que nem tiveram reação quando souberam que sumi, com certeza eu não faria falta.
— Claro que faria - Sam diz — Eu sentiria sua falta - ela sorri e Melanie a encara.
— Por que está sendo legal comigo?
— Porque eu sei que paramos de nos falar por causa da sua mãe, você não teve culpa.
— É - faz uma pausa — Desculpa, ela realmente fez minha cabeça.
— Tá tudo bem - dá de ombros — Veja que ela nem merece que tenhamos nos separado, ela nem se importa.
— Tem razão.
— Meninas, vamos voltar para escola - Morgana avisa — Eles dois vão ficar aí, voltamos mais tarde.
O grupo se despede de Eric e Júlia e voltam para escola, sendo recebidos por olhares curiosos e várias perguntas sobre o que aconteceu.
De volta ao hospital...
— Quanto tempo acha que ainda precisamos ficar aqui? - Júlia pergunta, olhando através da janela.
— Não sei, mas não estou reclamando - ele responde, enquanto muda os canais da televisão.
— Não quer voltar para escola?
— Tá brincando? Posso ficar aqui deitado o quanto quiser, ter a televisão só para mim e pessoas trazendo comida na cama. Isso tudo é um sonho - relaxa na cama, sorrindo.
Júlia revira os olhos e volta a olhar a janela. O lugar lá fora não estava tão movimentado, mas haviam algumas enfermeiras andando com alguns idosos em cadeiras de roda. Pensou no que seus amigos estariam fazendo na escola, era um saco ficar alí deitada sem saber o que iria fazer depois. Começou a pensar nos seus pais, eles estavam muito preocupados, mesmo já sabendo que ela estava bem, pensou em ligar para eles, mas não sabia onde estava seu celular. Derrepente lembrou-se de William e Dylan, não havia terminado a conversa com ele e já não estava mais com tanta vontade de sair, teria que desmarcar. Foi tirada de seus pensamentos pela voz de Eric a chamando:
— Ainda está aqui comigo? - ele pergunta.
— O que foi, Eric? - revira os olhos.
— Você assiste alguma série? - ele perguntou.
— Não, no momento não estou acompanhando nada, pode assistir o que quiser.
Ele dá de ombros e procura a série a qual estava assistindo. Antes de colocá-la para começar, ele fala mais uma coisa:
— Nicolas também assiste ela - ele diz.
— Legal - ela não se importa muito.
— Ele já te falou sobre o sentimento, não é?
— Já, já conversamos sobre.
— Ele gosta mesmo de você. Lembro quando vocês se conheceram, ele voltou para o quarto todo animado dizendo que tinha conhecido uma garota incrível.
— Mesmo?
— É, o cara é gente boa, devia dar uma chance a ele.
— É, devia - ela diz meio avoada. Eric percebeu que ela já não o ouvia mais e voltou a atenção para a TV.
Na escola...
— De que horas vão voltar ao hospital? Quero ver como ela está - Gemma pergunta.
— Provavelmente depois do almoço. Acho que não vou voltar, estou exausta e o clima daquele hospital não me deixou muito bem - Sam reclama, enquanto se joga em sua cama.
— Tudo bem, eu vou no seu lugar.
Nos corredores as pessoas ainda queriam saber. Nicolas conversava com Phelipe e lhe explicava como tudo tinha acontecido e como Júlia estava. Os dois iriam visitá-la.
Em seu quarto, Melanie ainda pensava nos seus pais. Por que não foram atrás dela no hospital? Não se preocuparam em vê-la sabendo da situação a qual ela passara. Estava sentada de frente para a janela, seus olhos lacrimejavam. Nunca teve carinho vindo de seus pais, mas nunca entendeu por quê sua mãe havia lhe separado de Sam para lhe proteger, sendo que ela não se importava. Às vezes as coisas ficavam difíceis e ela não podia recorrer a eles. Quando era pequena, sua babá que a levava à escola e até participava das reuniões de pais e mestre. Seus pais sempre disseram que não tinham tempo devido ao trabalho, mas não tinham tempo para a própria filha? Era filha única, não devia ser tão difícil. As lágrimas já escorriam de seu rosto, quando uma de suas colegas lhe avisa que estava na hora do almoço, ela seca o rosto com as costas da mão, respira fundo e segue o caminho para o refeitório.
◆◇◆
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Heroes (Concluída - Em Revisão)
FantasiAnos atrás uma grande cidade era protegida por super-heróis que davam seu sangue para deixar a população a salvo. Décadas depois já não existia mais perigo por ali, a população voltou a crescer e os heróis tiveram filhos. Ao completar 16 anos os jo...