Minha estúpida coragem

Enquanto Esther não sabia...

28 de Janeiro de 2011
21:22 PM

   Um mês se passou desde que ela voltou aqui de novo, última vez em que pude apreciá-la com carinho. Eu fiz o que ela queria que eu fizesse.

— Por favor, Leonel. Última vez... Eu não aguento mais.
   Não estou acreditando que essa menina voltou só para passar uma noite comigo. Achei que não íamos mais nos encontrar desde aquele dia em que a mandei embora para Porto Alegre, agora está aqui, com a mão entre a porta, pedindo para entrar.
   Você não pode mais, Leo. Agora você é um homem compromissado, mas Esther não sabe que vou me casar.
— Você não devia estar aqui, Esther.
— Mas estou. Senti sua falta.
   Fico olhando para ela em silêncio, de mau humor, com a cabeça encostada na porta. Meu Deus, o simples fato de vê-la já me ascende por inteiro. Quanto tempo faz que não dou uma fodida com ela?
— Vá embora, por favor, não quero te machucar.
   Ela me joga um olhar franzino.
— Tem certeza?
   Faço que sim com um movimento de cabeça. Ela dá as costas para mim e sai, então, me vejo um homem despedaçado. Meu coração dispara, minha respiração fica entrecortada e uma lágrima cai sobre meu rosto. Sem pensar, corro atrás dela no corredor da saída da minha casa.
— Esther! — grito, fazendo com que ela vire para trás.
   Percebo que está chorando. Eu avanço em cima dela e a pego nos braços. Levo Esther para o quarto com a boca grudada na sua. Ah... Leonel... Quanto tempo faz que você não beija essa boca? Quanto tempo faz que você não toca com as mãos essa cintura fina, essas costas nuas nesse vestido e esse pescoço, o cabelo? Você precisa dela. É incontrolavelmente irresistível. Seu cheiro me embriaga. Beijo Esther com voracidade, vontade, quase comendo sua boca. Paramos para tomar fôlego, eu aproveito para olhar bem no fundo dos olhos dela e dizer:
— Por que voltou, porra? — rosno, com a testa sobre a dela, arfando. — Agora... Agora... a gente... Ah, Esther!
— Não fale nada, apenas faça o que devemos fazer em sua cama.