Capítulo 15 - Samantha

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Três dias se passaram desde o último acidente. Eu não sinto dor na perna, embora precise mancar às vezes.

Estou sozinha no dojo. E me sinto muito bem por ter meus segundos de descanso sozinha.

Vou até o Paredão de armas e sorrio para as grandes lâminas afiadas. As adagas, os punhais, todos eles me deixam... confortável. Apesar de não serem as minhas facas – eu as deixo no meu quarto, debaixo da cama, e não ouso deixá-las longe de mim.

Pego várias facas e as seguro com uma mão, enquanto saco uma das adagas com a outra.

Jogo a primeira faca.

Foco na estrela prateada em que ela se torna, antes de acertar em cheio o alvo. Jogo mais duas adagas e sorrio quando uma pousa sobre a outra. Lanço as facas repetidamente e giro o corpo quando jogo a última. Encaro o alvo sorridente, confirmando que acertei todas as facas no centro do alvo.

Solto um suspiro e sigo em direção ao alvo, pegando as adagas e tomando distância de novo. Me preparo para lançar as lâminas de novo, mas logo percebo Ethan atravessando a porta e seguindo em minha direção. Então, guardo as facas no lugar delas, certa de que era melhor não segurar objetos que na minha mão fazem um estrago.

Ethan se aproxima de mim com um sorriso.

- Achei que fosse treinar luta.

Dou de ombros, lhe lançando um sorriso provocador.

- Desculpe, Ethan, não vou te derrubar hoje.

Ele revira os olhos, indicando para que saiamos do dojo.

- Jason e Max estão na garagem. Estão ajudando com os carros quebrados.

Usamos as escadas para descermos até a garagem. Faíscas pulam sobre um carro quando alguém joga o maçarico contra o capô. Kevin e Wesley, um de seus componentes, colocam o motor em um dos automóveis. Garotos carregam pneus em direção a outros carros, e garotas limpam o para-brisa de alguns veículos.

Eu e Ethan caminhamos em direção a Max e Jason, que colocam um para-choque em um carro modificado. A alguns metros ao lado deles, o portão se encontra fechado. Algumas pessoas circulam pela sacada que contorna a garagem a vários metros do chão.

- E aí, magrelo? – cumprimenta Max com um sorriso.

Ethan revira os olhos, mas o cumprimenta. Me sento no capô de um veículo próximo, observando os garotos. Ethan se apoia na parte traseira do carro, enquanto Jason se senta no banco da frente e conserta algo embaixo do volante. Max passa um pano sobre as peças do motor.

Ethan franze a testa, arqueando a sobrancelha.

- Vai disparar a buzina, se colocar esse fio aí.

Jason estala a língua.

- Eu sei o que estou fazendo, magrelo.

Assim que Jason pluga um fio com o outro, a buzina dispara, fazendo todos os olhares se voltarem para nós. Max ergue a cabeça assustado, a batendo no capô que estava entreaberto. Ainda assustado, Max puxa com força uma peça do capô, encerrando a buzina.

Ele encara Jason, que sorri amarelo.

- Que audácia, Jason! – exclama jogando a peça nos pés de Jason.

Jason gargalha junto a Ethan, enquanto olha Max esfregar a cabeça enfurecido. Ethan se aproxima de mim, se apoiando no capô. Subitamente fico curiosa para saber o porquê de chamarem Ethan de magrelo.

- Por que chamam você de "magrelo"? - eu pergunto, curiosa demais para segurar a pergunta.

Ethan ri.

A Rebelião {1°Vol. Da trilogia A Rebelião}Onde histórias criam vida. Descubra agora