Acordo com o corpo doendo, minhas costas parecendo terem sido moídas. Eu me viro, e Sam não está lá. Esqueço que a bancada é extremamente pequena e acabo caindo no chão.
- Eu avisei – diz uma voz no fundo.
É Sam, carregando uma sacola na mão e a arma na outra.
- Eu disse para você tomar cuidado – a garota joga para mim um pequeno pacote cinza.
Franzo a testa.
- Isso é ração diária? - Pergunto e ela assente. - Como você achou isso?
As rações diárias seriam uma benção na nossa situação. Basta um pouco de água, e elas se transformam na comida anunciada. O pacote em minha mão está escrito "mingau de aveia". Empolgado, pego minha garrafa de água e abro o pacote.
- Roubei de um amigo - Sam responde, por fim.
- O mesmo que te atacou?
Ela não responde, apenas dá de ombros. Deixo o assunto de lado.
- Funciona do mesmo jeito? - olho para o pacote aberto em minha mão.
Sam assente, eu viro a garrafa. Cinco segundos depois, o mingau aparece.
- Demais - sussurro comigo mesmo e olho para ela, que come uma maça. - Posso levar algum?
A garota ergue a sobrancelha, confusa, mas pega a mochila e joga três pacotes em minha direção. Aquilo poderia ser útil para o refúgio.
Viro o mingau na boca e me levanto.
- Vamos. Temos que chegar antes do almoço - quando Sam faz careta, reviro os olhos. - Foi você quem disse que queria vir. Se quiser, pode ficar por aqui.
Um olhar duro em resposta, mas ela pega sua mochila e joga no ombro, me empurrando quando passa por mim.
- Sam, tinha alguém atrás de você? - Pergunto quando seguimos caminho.
Ela olha para mim, me avaliando. Perguntei em tom casual, mas quanto mais eu soubesse sobre ela, melhor. Sam bufa e não responde.
- Preciso saber das ameaças, se quiser vir comigo - digo.
Sem resposta. Bato o pé no chão com força e interrompo a caminhada.
- Não vai me ignorar pra sempre, vai?
Sam sorri por cima do ombro.
- Vou ignorar suas perguntas.
Volto a andar, irritado.
- Você é insuportável.
- Não sou eu quem não para de falar.
Eu a encaro:
- Tinha alguém perseguindo você ou não, Sam?
Cerrando os punhos, ela aponta para o lugar antes do posto.
- Ameaça neutralizada, senhor - Seus olhos castanhos demonstravam desafio. - Mais alguma coisa?
- Sua idade.
- Qual a sua idade?
Respiro fundo, voltando a andar impaciente.
- Vinte.
- Poxa, que garoto crescido - ela debocha atrás de mim e eu reviro os olhos. - Tenho dezessete.
Não digo mais nada, mas Sam sorri, confiante.
- Você pode me perguntar se quiser saber como uma garota tão jovem conseguiu sobreviver sozinha todo esse tempo – cantarola. - Isso eu teria o prazer em te contar.
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A Rebelião {1°Vol. Da trilogia A Rebelião}
Science FictionNova York, 2190. Em um futuro distante, as consequências dos avanços incontroláveis da tecnologia são irreversíveis. Após uma terrível guerra entre os humanos e os robôs, a população humana está quase extinta. Os que restaram, vivem em refúgios há s...