Paixão Quase Perfeita

Capítulo 25

Taylor

Não estava necessariamente nervoso pelo que aconteceu, mas pelo que vai se suceder. Sei que Yasmim me beijou por impulso, ela não me perdoaria facilmente. Agora deve estar me achando um aproveitador... se bem que seria um pecado não aproveitar... enfim, a questão é que esse beijo não é sinônimo de desculpas aceitas, nem eu consigo me perdoar, quem dirá Yasmim.

- Entrem - ouvi meu maldito pai falar - Sentem-se e contem logo o que vieram fazer aqui.

- Quero saber o motivo de Walter Sander ter entregue uma criança ao orfanato. Uma criança com o sobrenome Campbell, da família materna de Yasmim. - disse

- Isso foi há tanto tempo, não me recordo bem, mas tenho quase certeza que foi um pedido do meu grande amigo Paul.

- Entendo que sua memória seja mais voltada para eventos relevantes, entretanto nossas vidas estão em perigo e o provável responsável é aquela criança de anos atrás que é tão insignificante que o senhor não lembra - falou Yasmim, e eu a cutuquei por fazer relação com o caso.

- Não é isso, minha linda - minha vontade era fazê-lo engolir o minha e vomitar o linda - Acontece que quando um amigo te pede um favor, não cabe a você questionar e julgar.

- Então quando um filho te pede ajuda para salvar uma vida, você pode questionar, julgar, e não ajudar? Meu lindo, o seu amigo Paul está desaparecido, e se você não ajudar estará morto daqui uma semana. Interessante, não é?

Minha vontade foi abrir o mesmo sorriso que minha meia irmã abriu enquanto servia whisky para o pai, mas diferente dela, minha posição não favorecia, estava de frente para o idiota.... Yasmim é genuína, até sentia falta dessa acidez.

- Como assim?-papai questionou um pouco atordoado.

- Nossa, você não sabe do desaparecimento do seu grande amigo? Que devoção evidente! Pai, não temos tempo, querem a cabeça da Yasmim, aposto que Paul iria querer que você ajudasse a filha dele.

- Queria que o próprio Walter estivesse aqui para ratificar o que estou tentando dizer, Paul não deu detalhes, apenas disse que uma prima de sua esposa não estava muito lúcida, devido ao falecimento do marido, e que ele precisava levar seu filho ao orfanato.

- Não entendo, porque pediu isso à você. Não acredito no quesito amizade.- disse Yasmim

- Acho que seu pai não queria que sua mãe soubesse da criança, talvez porque preferisse ficar à adotar. Convenhamos, seu pai sempre foi cabeça dura.

- Um verdadeiro idiota - falei e ela me olhou concordando com a cabeça.

- Você faz ideia de onde essa prima da mamãe está? Precisamos falar com ela!- pediu Yasmim

- Posso ligar para o Walter, ele se mudou com a esposa e os filhos. Preferiu uma aposentadoria precoce para curtir a família.

- Siga o exemplo dele - falei.

- Caso você não tenha percebido, estou em casa. Meu objetivo é esse. Já perdi muita coisa, meu filho, quero ser pelo menos uma vez na vida um pai amoroso.

Falou me olhando, o que ele quer? Um abraço de família? O tempo já foi perdido, não tem mais jeito. Pretendo voltar para ver meu irmãos, mas com ele acho difícil buscar algo. Calei-me e esperei ele terminar logo com o Walter, precisamos correr contra o tempo, achar essa mulher na madrugada.

Minutos depois nos entregou um papel com o endereço, relativamente longe daqui. Na verdade, bastante longe.

Julieta preparou algumas coisas para comermos, além de levar na viagem.