Taylor
Em menos de meia hora a equipe de investigação chegou à sala de Johnny...
- Antes de começarmos, eu gostaria que alguém de extrema confiança levasse Yasmin para casa. Ela já está envolvida demais - disse, e percebi a inquietação da peste. Se ela espera ficar sabendo de tudo que conversaremos, é mais boba do que eu imaginava.
- O Harry poderia fazer isso, mas precisamos dele por aqui, se eu solicitar algum dos meus seguranças, você não vai querer, afinal como você disse da última vez, são uns incompetentes. Minha filha pode levar Yasmin para a mansão com escoltada e aguardar até sua chegada. - respondeu Johnny.
- Isso não é necessário - disse a peste, mas ignorei sua voz irritante.
- Preciso conversar com ela antes - falei.
- Você não muda mesmo, venha - o chefe disse saindo da sala, e eu o acompanhei.
A loira estava sentada em uma mesa próximo as escadas. Ela conversava em alemão com alguém pelo computador.
- Querida, preciso de um favo.
- Deixa eu advinhar, o senhor quer que eu leve a garota para a casa dela, certo?
- Vivian, como você sabe?
- Pai, eu só faço esse tipo de trabalho. O dia que o senhor me colocar em alguma investigação de peso e confiar no meu trabalho a gente conversa de profissional para profissional, até lá sou mais secretária que investigadora.
- Aprenda, ele nunca vai te colocar em risco, a não ser que você mostre que o perigo não vai te machucar, mas a falta dele te deixa extremamente frustrada. Por sinal Johnny, você tá velho mesmo, o telefone da sua sala estava na linha. Pensei que era para se caso eu oferecesse risco.
- Guarde sua sabedoria para resolver o caso, e quanto à senhorita, conversaremos mais tarde.
A loira gostosa levantou, pegou a bolsa, o óculos escuro e sorriu.
- Pai, vou no seu carro, dirigindo, e sem seus seguranças incompetentes. - ela gargalhou - Quanto ao senhor, doutor investigador, não se preocupe, Yasmin não vai para festa muito menos me fará rodar a madrugada a procurando. Tenho algemas e GPS, mas também tenho vodka e uma longa lista de de adjetivos masculinos que ela vai gostar de conhecer.
Ela passou por mim rebolando aquela bunda, como se tivesse dado um tapa na minha cara. O pior é que fiquei sem reação.
- To esperando no estacionamento - avisou e em seguida beijou o pai no rosto e pegou a chave que estava por baixo do terno. - Não demorem com isso, pois ainda hoje haverá trabalho.
Não entendi, mas até o final dessa investigação, calarei a boca dela no meu... digo, na minha cama.
Voltamos para a sala de reunião e Harry levou Yasmin, que estava mais que irritada, até o estacionamento.
- Bom, vamos começar, primeiro, as mortes seguem uma ordem metódica. Primeiro morre um artista, como foi o caso do jovem Edward Hobbes que foi assassinado dentro do seu quarto, onde pintava quadros para enviar às amigas de sua avó que moram no Sul do Chile.
Exatamente uma semana depois Lenny Hobbes, sua mãe, foi morta de uma forma brutalizada - disse Johnny.- Aqui está as fotos - entregou uma homem negro, de cabelo grisalho - Prazer, sou o doutor Fernand Marcham.
- Prazer, Taylor Hardfield.
Paguei as fotos, a primeira me pareceu no mínimo anormal, diferente do que costumo ver em casos de serial Killers, no entanto, na segunda estava toda a raiva do assassino.
- O assassino mata o artista de forma indolor, Edward morreu inalando monóxido de carbono, em seguida ocorreu uma espécie de ritual, suas roupas foram retiradas, e seu corpo colocado no centro do quarto, diante de suas obras. A orelha não estava junto ao corpo, ou seja, foi uma espécie de troféu que faz referência ao artista impressionista Van Gogh.
- E essas flores? - questionei, observando que havia flores ao do corpo.
- Sim, e São... .
- São flores de amendoeiras, retratadas em um dos quadros e Van Gogh - completei
- Exatamente.
- Então já temos um local mais específico para procurar - comentei.
- Errado - disse uma moça morena - São típicas do continente Sul americano, ou seja, mesmo que haja uma grande quantidade de agentes operando, a extensão territorial retarda as investigações. Quanto às floriculturas locais, nenhuma tem essas flores na rota comercial.
- A mãe desse rapaz morreu da forma mais violenta até agora. Foi esquartejada viva no salão de beleza, no qual era sócia. Nos seios da vítima foi escrito "Grandes coisas não se fazem por impulso, mas pela junção de uma série de pequenas coisas."
- Outro pensamento de Van Gogh, e mais que isso, uma brincadeirinha referente ao esquartejamento - comente.
- A terceira vítima foi uma moça que morreu igual ao primeiro, por inalação de monóxido de carbono. Ela foi assassinada no porão de sua casa, onde produzia suas esculturas para vender no campus da Universidade. Seu corpo foi rodeado de flores de amendoeiras, além de também estar sem a orelha - comentou o legista.
- Aliás, a segunda vítima, mãe do garoto, foi encontrada sem a língua. Assim como a quarta vítima. Melhor amigo da artista Elizabeth Wertney, Jonas Foster foi encontrado uma semana depois morto dentro da banheira na casa da namorada . Ele morreu eletrocutado, seus membros de articulação inferiores e superiores foram amarrados nas extremidades da banheira, no seu peito foi riscado com o sangue, provavelmente advindo da sua língua amputada a seguinte frase "Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar." - contou Harry.
- O rapaz foi preso olhando para o teto do banheiro, onde havia um papel de parede de constelações. Estranho, mas a namorada dele fazia astronomia e por toda casa havia algo de galáxias - disse a moça que agora eu sei que se chama Sasha devido ao crachá.
- A parte inovadora foi a tortura psicológica que o Jonas deve ter sofrido, pelo fato da sobrevivência depender de sua disposição em aguentar seu peso e não cair na banheira, onde um fio condutor deixava a água carregada eletricamente.
- Aqui está, as duas telas encontradas nos assassinatos mais violentos - disse um homem baixo e ruivo, que adentrou a sala carregando duas telas imensas.
- Como você pode ver, uma retrata a cena do corpo com traços impressionistas, mas com o jogo de luz e sombra do barroco. O outro retrata a última vítima com as mesmas características artísticas.
- Os quadros estavam diante dos corpos, certo? - perguntei e ele confirmou - Bom, é evidente que o primeiro assassinato tanto do primeiro caso como do segundo, demonstram que para o serial os artistas precisam morrer como forma de evasão desse mundo, já para os parentes ou amigos a morte tem que ser algo doloroso, como se a culpa da falta de sucesso dos artistas fosse deles, ou até mesmo por eles falarem coisas para desestimular os artistas a pintar ou esculpir, por isso a amputação da língua. Como podemos ver, os quadros estão numerados no final, não é aleatório. Isso data o próximo caso da série de duas mortes. Que por sinal o ultimo quadro marca o número seis, hoje, seis de Maio. - falei e o telefone tocou, Johnny atendeu e me olhou sorrindo.
- Um corpo foi encontrado no ateliê de desenho. Que bom te ter de volta, vamos equipe!
- Não to dentro ainda. Tem duas condições para isso, a primeira é a confirmação da segurança da Yasmin e a segunda é colocar sua filha no caso, afinal, não falei nada de novo, só reproduzi o que ela disse. Quando descemos para pedir que levasse Yasmin, ela falava em alemão. No Sul do Chile o idioma local é alemão e é para onde o quadro do garoto foi mandado, ela também sabia que haveria outro caso hoje, tanto que comentou sobre o trabalho que teríamos.
- Negativo, não vou colocar ela em risco - respondeu Johnny.
-Ela já tá nessa, e não se preocupe assumo a liderança da investigação, vou ser o tutor dela. Te garanto que nada vai acontecer.
- Filho da puta se algo acontecer com ela, te caço no inferno! Vamos, seu desgraçado!
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Paixão Quase Perfeita
RomanceDurante o casamento de sua melhor amiga, o advogado Taylor Hadfield recebe uma proposta irrecusável. Irrecusável não pelo fato de ser boa ou tentadora, mas sim por ser uma resposta de gratidão ao homem que teve um papel paterno em sua vida. Paul Sh...