Capítulo 24

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Yasmim

Como assim? O que Bryan é para mim? Um tio? Primo? Está tudo tão confuso para minha cabeça. Toda família Campbell é do interior, papai diz que meus avós estavam mortos, e de parente apenas tios e primos. Ele nunca quis a minha convivência com eles, apenas dizia que eram pessoas boas e humildes. Aí me perguntava, então por que não conhece-los? Mas é papai sendo papai.

- Yasmim, acorda! - ouvi Taylor falar em voz consideravelmente alta - Pegue essa parte e comece a ler - me entregou uma parte dos papeis - Precisamos saber quem deixou Bryan nesse orfanato.

Apenas concordei, e começamos a ler.

- Aqui diz que o pai dele morreu no hospital do interior, a causa foi intoxicação. Não especifica. A mãe desapareceu após isso.- disse e ele me encarou pensativo - Um tal de Walter Sander que o trouxe para cá. Era vizinho da família.

- Não Yasmim, eu conheço esse cara. Vamos!-ele disse agitado.

- Precisamos arrumar essa bagunça.

- Não temos tempo.- Taylor disse, e vestiu o casaco.

Saí praticamente correndo para alcançar seus passos rápidos. Entramos no carro, e pude ver com clareza sua feição. Parecia um conflito, ele traçava um diálogo interno que transparecia raiva, indecisão.

- O que houve?- questionei sussurrado.

- Vamos fazer uma visita ao meu pai querido-respondeu irônico.

- Não entendo o motivo.

- Walter Sander é braço direito do meu pai. O cara que sempre cobria suas merdas e trazia o babador para aquele velho idiota.

- Você, mais que muitos, sabe que tenho todos os motivos para odiar meu pai, mas não o faço.

- Você não faz ideia de quem meu pai é. Assim que conhece-lo me dará razão.

Calei-me, achei melhor não discutir, ele deve ter os motivos dele. Mas que tudo isso está estranho, está.

Chegamos ao que mais parecia um palacete. Lembro-me de vir aqui quando criança, mas não nitidamente. Minhas lembranças são muito superficiais.

- Toda e qualquer gracinha dele, você ignora. Mande se fuder apenas mentalmente, afinal, ele pode esclarecer muitas coisas para nós.

Ele se identificou na portaria, e logo em seguida abriram o grande portão, e um homem armado nos acompanhou até a casa. Entramos pela sala principal, era tudo lindo. Lustres de vidro, escadas também. Havia alguns quadros de artistas famosos, assim como um teto pintado.

- Ora, ora. Quem tá vivo sempre aparece, seja para pedir favor, seja para pedir favor. Não é mesmo?- falou um senhor gordo, muito bem vestido com um copo de whisky na mão.

- Sim, estou bem querido papai, obrigado-respondeu Taylor . Era possível sentir a discórdia.

- Yasmim! Que mulher bonita que você se tornou, parece muito com sua mãe! Meu filho não deve ter sido cortez, e imagino que te colocou entre a cruz e a espada.

- Obrigada senhor, na verdade é ele que está impedindo que a espada atravesse meu peito. Por sinal, é exatamente sobre minha mãe e sua família que viemos conversar.- disse já irritada com tamanha arrogância.

- Claro que é por isso. Mas antes o jantar. Não posso deixar minha família esperando.

- Não vamos demorar- Taylor tentou argumentar.

- Não interessa, vamos jantar.

Ele seguiu pela sala principal, rumo ao que deveria ser a sala de jantar. Olhei para Taylor que bufava de raiva.

Paixão Quase PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora