Yasmim
Como assim? O que Bryan é para mim? Um tio? Primo? Está tudo tão confuso para minha cabeça. Toda família Campbell é do interior, papai diz que meus avós estavam mortos, e de parente apenas tios e primos. Ele nunca quis a minha convivência com eles, apenas dizia que eram pessoas boas e humildes. Aí me perguntava, então por que não conhece-los? Mas é papai sendo papai.
- Yasmim, acorda! - ouvi Taylor falar em voz consideravelmente alta - Pegue essa parte e comece a ler - me entregou uma parte dos papeis - Precisamos saber quem deixou Bryan nesse orfanato.
Apenas concordei, e começamos a ler.
- Aqui diz que o pai dele morreu no hospital do interior, a causa foi intoxicação. Não especifica. A mãe desapareceu após isso.- disse e ele me encarou pensativo - Um tal de Walter Sander que o trouxe para cá. Era vizinho da família.
- Não Yasmim, eu conheço esse cara. Vamos!-ele disse agitado.
- Precisamos arrumar essa bagunça.
- Não temos tempo.- Taylor disse, e vestiu o casaco.
Saí praticamente correndo para alcançar seus passos rápidos. Entramos no carro, e pude ver com clareza sua feição. Parecia um conflito, ele traçava um diálogo interno que transparecia raiva, indecisão.
- O que houve?- questionei sussurrado.
- Vamos fazer uma visita ao meu pai querido-respondeu irônico.
- Não entendo o motivo.
- Walter Sander é braço direito do meu pai. O cara que sempre cobria suas merdas e trazia o babador para aquele velho idiota.
- Você, mais que muitos, sabe que tenho todos os motivos para odiar meu pai, mas não o faço.
- Você não faz ideia de quem meu pai é. Assim que conhece-lo me dará razão.
Calei-me, achei melhor não discutir, ele deve ter os motivos dele. Mas que tudo isso está estranho, está.
Chegamos ao que mais parecia um palacete. Lembro-me de vir aqui quando criança, mas não nitidamente. Minhas lembranças são muito superficiais.
- Toda e qualquer gracinha dele, você ignora. Mande se fuder apenas mentalmente, afinal, ele pode esclarecer muitas coisas para nós.
Ele se identificou na portaria, e logo em seguida abriram o grande portão, e um homem armado nos acompanhou até a casa. Entramos pela sala principal, era tudo lindo. Lustres de vidro, escadas também. Havia alguns quadros de artistas famosos, assim como um teto pintado.
- Ora, ora. Quem tá vivo sempre aparece, seja para pedir favor, seja para pedir favor. Não é mesmo?- falou um senhor gordo, muito bem vestido com um copo de whisky na mão.
- Sim, estou bem querido papai, obrigado-respondeu Taylor . Era possível sentir a discórdia.
- Yasmim! Que mulher bonita que você se tornou, parece muito com sua mãe! Meu filho não deve ter sido cortez, e imagino que te colocou entre a cruz e a espada.
- Obrigada senhor, na verdade é ele que está impedindo que a espada atravesse meu peito. Por sinal, é exatamente sobre minha mãe e sua família que viemos conversar.- disse já irritada com tamanha arrogância.
- Claro que é por isso. Mas antes o jantar. Não posso deixar minha família esperando.
- Não vamos demorar- Taylor tentou argumentar.
- Não interessa, vamos jantar.
Ele seguiu pela sala principal, rumo ao que deveria ser a sala de jantar. Olhei para Taylor que bufava de raiva.
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Paixão Quase Perfeita
RomanceDurante o casamento de sua melhor amiga, o advogado Taylor Hadfield recebe uma proposta irrecusável. Irrecusável não pelo fato de ser boa ou tentadora, mas sim por ser uma resposta de gratidão ao homem que teve um papel paterno em sua vida. Paul Sh...