Laura Campbell
Sempre achei que o homem vivia de paixões, que eram essenciais para a formação da pessoa enquanto ser humano, entretanto, a teoria é linda, encantadora, mas a realidade é outra. Antes de paixões vem as necessidades impostas à nós. As más línguas dizem que o sentimento prévio do amor só se concretiza em seu todo diante das dificuldades. Porém, costumo dizer que as dificuldades despertam e adormecem relações. Assim foi minha relação com Paul Shermie.
Nosso despertar foi diante de uma necessidade, eu trabalhava no Museu como guia, entretanto adoeci, não podia trabalhar, minha família era do interior... Eu estava absolutamente sozinha. Fui à farmacia comprar com meus últimos trocados em remédio, e então desmaiei na fila, Paul me levou para o hospital e me fez ficar em sua casa até que me sentisse melhor. Nos apaixonamos, mas o final feliz fica para os livros. Foi em pouquíssimo tempo que descobri o quão possessivo e sem pudores esse homem poderia ser.
Eu pintava como forma de evasão, queria expor meu trabalho, mas ele simplesmente me proibia, e quando eu insistia, quebrava tudo na minha frente. Nunca entendi o exato motivo, parecia ser egoísmo, somente ele poderia ser bem sucedido e importante. Meus interesses tinham que girar em torno dele, eu tinha que viver para Paul. Somente para Paul.
A vida tem dessas, foi indo ao psiquiatra a mandato de meu maldito esposo que conheci o amor da minha vida. Seu nome? George Philip, um homem lindo de alma, trabalhava como ajudante dos serviços gerais, tive um caso com ele. Passava a maior parte do tempo em que Paul estava no trabalho na casa de George, pintava tudo que queria e podia. Ele me prometeu falar com o chefe, cujo filho era organizador de exposições para que minhas obras fossem divulgadas...
Aí vem o enterro do que seria a consideração por Paul. Ele descobriu, me bateu e ameaçou a vida de George, que um tempo depois morreu em um acidente. Seria mesmo um acidente? Prefiro achar que sim, pois ajuda a sossegar a cabeça no travesseiro toda noite.... Ele se foi, e todos os dias rezava para ir junto com ele, mas infelizmente não tive essa graça. Até hoje levo comigo nossos segredos, nossos melhores segredos, que nem mesmo a pior das circunstâncias vai me fazer esquecê-los. Segredos esses que me fazem querer ajudar minha filha, a única coisa boa de ter conhecido Paul.
Yasmim
Acordei um pouco zonza, não sei ao certo o que aconteceu. Só lembro de me debater muito para tentar tirar o pano com sonífero do meu rosto. Espera! Eu estou na minha cama, levantei rapidamente e por um segundo pensei que havia acabado, imaginei Taylor prendendo o Bryan, mas foi quando o vi bem na minha frente que percebi que Bryan havia me pegado.
Fui me segurando nos móveis até ele, que cochilava na poltrona. Peguei o abajur e antes que pudesse chegar perto o suficiente, ele acordou e tirou de mim.
- Eu acreditei em você! - berrei.
- Não grita! Fica calma, você vai ficar bem - ele pediu se aproximando.
Quando dei por mim estava chorando igual uma criança. Estava com medo, muito medo, desapontada, com raiva. Será que mataram Taylor? Essa indagação só me fez soluçar mais a mais.
- Cadê o Taylor? Fala pelo menos isso, por favor!
Ele não abriu a boca, então voei em cima dele, comecei a socar fortemente seu peito. Até que senti um braço forte envolver minha cintura e novamente um pano foi colocado no meu rosto. Fui perdendo os sentidos, e percebi o travesseiro no meu rosto. Colocaram-me na cama novamente, e ouvi passos saindo do quarto. Tudo girava, meu olho pesava, mas tenho certeza que ouvi alguém entrar e falar em voz feminina.
"Vou salvar você, minha querida"
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Paixão Quase Perfeita
RomanceDurante o casamento de sua melhor amiga, o advogado Taylor Hadfield recebe uma proposta irrecusável. Irrecusável não pelo fato de ser boa ou tentadora, mas sim por ser uma resposta de gratidão ao homem que teve um papel paterno em sua vida. Paul Sh...