Capítulo 6

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Taylor

Chegamos à um prédio antigo de cinco andares, que estava interditado pela Polícia.

- Então aqui é o Ateliê de desenho? - perguntei debochando.

- Disse que era ateliê, não hotel cinco estrelas.-retrucou Johnny.

Subimos as escadas até o último andar. Harry pediu para os legistas, que cercavam o corpo, dessem um pouco de espaço para a equipe de investigação.

- Morte por monóxido de carbono novamente -comentou Harry, entregando-me o laudo.

Entramos no apartamento no final do corredor. O local era minúsculo, péssima higiene e as infiltrações evidenciavam a lástima que era aquele apartamento, ou melhor, quarto.

- Droga!- xinguei levando a mão ao rosto.

O cheiro de putrefação misturado com o aroma das flores era insuportável. No centro estava um senhor negro sem roupa, com bastante sangue advindo da orelha amputada.

- Ele se chama Bill Walker, isso é uma contradição - falou Johnny.

-não entendi, você acha que um filho diretor e representante de uma multinacional negaria dinheiro ao pai? Sim. Brian Walker com certeza não tocava no nome do pai, nas entrevistas. - falei saindo do apartamento sufocante.

- Ele provavelmente é o próximo alvo. Precisamos mantê-lo em segurança. - disse Johnny

- Não só ele, esse senhor tinha uma nora e dois netos. - falou Harry.

- Ok, leitor de revista de fofoca! Entrem em contato com eles. Preciso interroga-los essa noite ainda.

Entrei no carro, liguei para Alice, prefiro que ela saiba por mim.

-Ali?

- Olá! - que voz doce, nem parece ela.

- Tudo bem? Matheus deve estar aí do lado. Que nojoooo imaginei coisas!

- Palhaço! Quando você iria me avisar que se  meteu em uma investigação com essa gente? Quando estivesse com um buraco de bala na testa? Tu não és criança, Taylor, eu te odeio!

- Confundi ironia com doçura. Você não pediu minha opinião para os momentos importantes da tua vida. Você não me pediu opinião sobre perder a virgindade ou não. Você não me perguntou se deveria casar com o Matheus, e muito menos me pedirá palpite sobre ter um filho com ele. Você segue sua vida e eu estou aqui para o que precisar. Eu vou seguir a minha e se você não estiver aqui para apoiar, infelizmente isso não me impedirá de seguir. Tenha uma Boa noite na sua zona de conforto, porque a minha ainda é a adrenalina.

Desliguei o celular e soquei o volante com toda a força que consegui. Eu to muito fo....

- Vamos para a mansão dos Walker - disse Johnny sentado ao meu lado e Harry entrou atrás.

Liguei o GPS e em menos de vinte minutos estacionamos o carro em frente à casa.

- FBI - eles falaram mostrando o distintivo .

- Entrem, eu estava aguardando vocês - uma mulher ruiva de cabelos curtos falou com a voz trêmula, típica de quem está prestes a chorar.

Sentamos no sofá, e pude perceber o sentimento de angústia que tomava conta dessa mulher.

- Cadê seu marido? - perguntou Harry.

- Ele está em uma reunião em Veneza, ja avisei sobre o assassinato de seu pai. Assim que puder ele virá.

- A senhora não precisa mentir para o FBI. Seu marido não tinha uma boa relação com o pai.

- Infelizmente não. Eles brigavam o tempo todo. Eu tinha o senhor Bill como um pai. Tudo que eu podia fazer escondido do Brian, eu fazia para comprar o material de desenho, comida e até me propus a pagar um aluguel de algo melhor para ele morar. Mas se tem algo que pai e filho tem em comum é o orgulho.- ela chorava calada.

- Tudo bem senhora...- tentei falar.

- Vocês acham que o Brian teria coragem de matar o próprio pai?

- Não foi ele que o matou, mas ele corre risco. A pessoa que matou o senhor Bill está indo atrás do seu marido. Nós vamos fazer o possível para impedir. Eu prometo.

- Meus filhos e eu corremos riscos?

- Mesmo que remotos, correm riscos sim.

Só saímos da casa casa quando tudo estava devidamente cercado e o Brian estava dentro do jatinho do FBI.

- Taylor, vá pra casa e mande Vivian direto para casa. Ela está na investigação mas eu quero contar isso à ela. Amanhã você não precisa ir ao departamento, todos os dados para a investigação será enviado. Sei que você precisa do seu tempo sozinho com o caso.

- Valeu Johnny, apesar de tudo, é uma honra tá com vocês nessa.

Entrei no carro, encostei minha cabeça no banco...Eu to puto! A Alice como sempre se achando a dona da razão, vou ter que voltar para o inferno de lidar com uma revoltada sem causa. E ainda meti os pés pelas mãos. Sou tutor de uma garota que ainda não conheço para medir competência. E isso ainda é 25% do problema. Quem é o cara que está cometendo esses assassinatos? Eu vi na senhora Walker muito da minha mãe e infelizmente no marido dela, a cópia do meu pai. Eu odiaria que algo acontecesse com ela. Preciso resolver logo isso.!

Cheguei na mansão, entrei e nenhum sinal da Yasmim e da loira. Fui à cozinha, bebi água, e nada dessas duas. Antes de subir as escadas ouvi gargalhadas vindas do Jardim.

A cena seria engraçada se não fosse o cúmulo da irresponsabilidade.

- O que as moças acham que estão fazendo?

Elas estavam sentadas na beira da piscina, cada uma com uma garrafa de whisky na mão.

- Bordando idiota na sua cueca - disse Yasmin gargalhando e jogando o corpo para trás, deixando toda a calcinha a mostra.

A loira se levantou com dificuldade. Pegou o salto do chão e se abaixou para dar um beijo na Buchecha da Yasmin, mas caiu por cima dela.

- Que irresponsabilidade Vivian, Yasmin é muito nova para essas coisas!

- Que palhaçada de palhaço você. Que? O que eu falei? - disse a loira rindo. 

Fui até elas. Levantei Yasmin, e pedi para o motorista levar Vivian até em casa. Nem liguei para os xingamentos, sai puxando Yasmin pela escada. Entrei no quarto dela e coloquei ela deitada na cama.

- Quero tomar banho. Por favor, Taylor.

- Educada. Então é assim que você é porre? Lembre-me me de separar uma garrafa para andar sempre comigo.

Ela me empurrou, ficou em pé na cama e começou a tirar a roupa, mas não se aguentava em pé.

- Me dá banho, ou tá com medo de acabar nu em cima de mim?

Inferno!

Paixão Quase PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora