26 - Resolvendo conflitos e explicações

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  Enquanto Lucy comia sem se importar com a presença da albina, a mesma estava desconfortável e não sabia o que fazer, diante da loira:

  - Lucy, eu...- Começou, mas foi interrompida.

  - Acnologia. - Disse simplesmente e o albino logo apareceu na porta, fazendo a fada começar a tremer. - Certifique-se de que ninguém vai nos interromper. - Disse séria sem olhar para ele, a porta é fechada em seguida. - Continue. - Disse comendo um doce de olhos fechados.

  - Eu queria...- Foi interrompida de novo.

  - ...pedir desculpas! - Foi uma afirmação. - O que a fez se desculpar? - Abriu os olhos e a olhou com raiva, mas deixando o rosto sem expressão.

  - Eu percebi que se continuasse, Natsu ficaria... - Foi interrompida mais uma vez.

  - ... triste, porque ainda somos amigos e você não queria perder a amizade dele. - Completou e voltou a fechar os olhos. - Por que acha que te perdoaria? - Perguntou.

  - Para deixá-lo feliz!? - Perguntou como se fosse óbvio.

  - Você tem que parar de se esconder atrás dessa desculpa de deixar o rosado feliz. Para isso eu apenas precisaria perder para ele e então tudo resolvido. - Disse e sorriu maldosamente, abriu os olhos e viu que a albina a olhava com certa raiva e inveja.

  - Você não se importa com ele? - Perguntou.

  - Claro que me importo. Mas com você é bem diferente. - Ficou séria e viu a albina engolir em seco.

  - O que preciso fazer para...

  - Você já foi humilhada, Lissana? - Lucy se levantou e começou a andar pelo cômodo. A albina se assustou com a súbita mudança de assunto.

  - Já. - Respondeu.

  - Quando? - Perguntou calmamente, na mesma toada que dava os passos.

  - Nos jogos, quando você me derrotou. - Disse ela se virando para encarar  o rosto da loira, já que esta se encontrava atrás.

  - Você sabe como é se sentir inútil, Lissana? - Perguntou calmamente de novo.

  - N-Não. - Gaguejou. Lucy sentia o medo que ela estava sentindo e ficava feliz com isso. Lucy se sentia uma caçadora, enquanto a albina era a presa.

  - Você sabe...- Dessa vez, foi a loira a ser interrompida.

  - CHEGA. - Gritou a albina. - Diz logo o que preciso fazer para que você me perdoe.

  -... o que é ter um amigo que ainda sofre pelo passado? - Voltou a perguntar, ignorando o pedido da fada.

  - O quê? - Perguntou surpresa.

  - Aquele pingente que você mandou Natsu derreter. - Parou de andar e ficou frente à frente a Lissana, com a mesa as separando. - Aquele pingente que agora não passa de de ferro derretido sem importância, era a única coisa que meu amigo tinha da pessoa que mais amou ha mais de 400 anos. - Disse com raiva transbordando da voz. - E você sabia disso.

  - Você ainda estava interferindo. - Disse se encolhendo.

  - E PARA ISSO VOCÊ PRECISAVA ATINGIR UMA DAS PESSOAS QUE MAIS AMO? - Gritou sem se conter e bateu com as mãos na mesa, mostrando que estava bem irritada. - Sabe, Fada. - Disse e voltou a andar, como se nada tivesse acontecido. - Você conhece minha magia, não é? - Perguntou e o silêncio da outra fora a resposta. - Sabe que não habito esse corpo sozinha e que minha parte mais primitiva, literalmente, quer matá-la, não sabe? - Perguntou e ouviu a albina engolir em seco. - Estou me segurando desde o momento em que você sorriu quando viu Acnologia transformado. - A loira olhou para a outra que estava com um olhar de pânico. - Eu não vi, quem viu foi o dragão, que enquanto cochilava no telhado, resmungou.

  - Por que está se segurando? - Perguntou de cabeça baixa, com os punhos fechados e tremendo.

  - Como havia dito. Eu me importo com o Natsu e com toda a Fairy Tail. Eu amo meus amigos que deixei em Magnólia por me sentir uma inútil por sua causa. - Disse com nojo.

  - Eu me arrependi depois de vocês terem ido lá na Fairy Tail. - Disse e uma lágrima caiu no chão. - Todos ficaram deprimidos, meus irmãos mal falavam comigo e Natsu quase não ia na guilda. - Ergueu a cabeça e Lucy viu as lágrimas de dor que dela saiam, mas não desfez sua expressão fria. - Aquilo foi mais doloroso do que os anos em que eu passei longe de meus irmãos verdadeiros, em Edolas. 

  - Como acha que eu me senti ao ter pedido para o mestre tirar minha marca? - Disse como um murmurio olhando o nada. - Como você acha que me senti ao aceitar a marca da Saber? - Olhou para a albina com lágrimas dos olhos. - Eu me senti a pior pessoa do mundo por estar traindo minha família. - Uma lágrima desceu.

  - Você...

  - Mas eu superei e entendi que havia me tornado uma tigresa. - Voltou a andar. - Amo a família que tenho e vou protegê-los de tudo e todos. - Disse decidida. - Mas isso não justifica você ter usado meu melhor amigo e ter colocado toda a Fairy Tail contra mim.

  - Eu não sabia mais o que fazer. - Disse com tom de choro. - Já havia tentado tudo, mas o Natsu...- Deixou a frase morrer e isso foi a gota d'água para a loira.

  - ISSO ACONTECEU PORQUE VOCÊ NÃO CONSEGUIU O QUE QUERIA, NÃO PRECISAVA FAZER ACNOLOGIA PASSAR POR TODA AQUELA DOR E FAZER O NATSU E OS OUTROS SUSPEITAREM DE MIM OS TER TRAÍDO. - Gritou, sem se conter nem um pouco. - NÃO ME IMPORTO DE VOCÊ ME ATINGIR, ME MACHUCAR OU, SIMPLESMENTE JOGAR O QUANTO ERA FRACA NA ÉPOCA, MAS...- Fez um pausa. - MAS SE VOCÊ MACHUCAR MAIS UM A MIGO MEU, - deixou seu controle sobre a magia abrir e Lissana logo ficou de joelhos. Lucy pegou-a pelos cabelos e levantou sua cabeça, a mais baixa a olhava com puro terror. - se machucar mais um amigo meu eu te mato. - Disse e recobrou o controle, vendo a albina respirar com dificuldade e a loira a solta. Lissana estava de joelhos no chão atordoada e com medo. - Natsu é um idiota e todos sabem disso, se não for direto, ele nunca vai entender. - Disse indo para a porta e parando antes de abri-la, olhou de esguelha e sorriu minimamente, voltou seu olhar para a porta e a abriu, mas antes falou. - Vou perdoá-la quando me convidar para ser madrinha do seu casamento. - E saiu.

  Logo que saiu, Acnologia a esperava com uma cara seria e, assim que viu o grande sapo, soube do por quê:

  - Sim? - Perguntou com confiança e andou com graça até o mensageiro. As duas guildas estavam em silêncio.

  - Uma carta para a Sra. Heartfilia. - Entregou-a a carta e foi embora. Lucy a abriu, leu e olhou para seu amigo. 

  - Precisamos achá-los. Todos seremos anunciados hoje. - O dragão acenou e os dois começaram a subir as escadas para os quartos.

  - Onde vão? - Perguntou Erza.

  - Vamos mudar Fiore. - Respondeu a loira voltada para a ruiva com um sorriso brilhante. Depois voltaram a subir.

  - Eles vão aprontar alguma. - Minerva diz e solta um pequeno riso.

  - Vamos saber o tamanho do estrago quando acabarem. - Rogue disse, também com um sorriso pequeno, olhando, como todos, a loira subindo cada vez mais, não só as escadas, mas também como uma pessoa bondosa. 

Fairy Tail - Stincy (Revisão geral)Onde histórias criam vida. Descubra agora