Capítulo 2

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Sentei-me numa mesa dentro do restaurante, fiz o meu pedido e fiquei á espera apenas a pensar e a observar as pessoas que ali se encontravam.

Pude avistar várias pessoas diferentes.De grupos de amigos,a família ou até a negociantes.

Devem-se perguntar porque aqui estou sozinha, porque não convidei ninguém a vir comigo?

Bem...Eis que eu nunca fui uma pessoa normal, alguém extremamente sociável com imensos amigos.Não, afinal como é que eu posso mesmo ter amigos se nem da minha irmã mais velha eu sou amiga?

Eu cresci numa família de classe social pobre e, talvez por isso ninguém queria brincar comigo ou ser meu amigo ou minha amiga na escola.Ninguém se aproximava nem eu me aproximava de ninguém pela minha timidez.

Durante toda a minha infância e adolescência eu fui vista como a menina "esquisita", a que andava sozinha, a que tinha boas notas, a que simplesmente não queria saber das opiniões idiotas dos outros de como eu era diferente ou que não era popular.

É claro que não posso negar que haviam aqueles com quem  simpatizava, porém não o suficiente para terem algum tipo de relacionamento comigo.

Por isso, toda a minha vida fui eu, os meus pais e a minha irmã mais velha, Theresa.Isto até o meu pai falecer de cancro quando eu tinha 12 anos.

Lutei muito, trabalhei para conseguir dinheiro, arrisquei e consegui ir á universidade mesmo que houvessem aqueles que disseram que eu nunca seria alguém na vida.

Conheci o Liam numa noite fria em que eu andava sozinha, como sempre, a ler um livro.

Casei alguns meses depois e, curiosamente, aqueles que antes me desprezavam pelo meu estatuto social, aqueles que diziam que eu era a "esquisita" porque andava sempre sozinha na escola, foram esses que já se tentaram aproximar de mim no presente de alguma forma.Agora não me julgam por nada e quase que me ídolatram.Pois se eu nunca precisei deles para nada, nem mesmo da sua companhia antes, agora eles são como pequenas e inocentes formigas pois eu piso por cima delas, é só querer.

Perdida nestas minhas memórias e pensamentos, o meu almoço acabou por chegar mais depressa que o previsto e pouco tempo depois de almoçar, decidi voltar para casa.Não me sentia com vontade de ir ás compras.

Então, assim que cheguei fechei as cortinas, despi o meu vestido e deitei-me na cama acabando por adormecer.

(...)

Senti uma mão acariciar levemente o meu braço e acordei num susto.

-Liam.

A sua mão subiu e acariciou a minha bochecha.Plantou um pequeno beijo nos meus lábios e os seus olhos voltaram a encontrar os meus.

-Estiveste a dormir?
-Sim.
-Porquê?

Ele conhece-me melhor que qualquer pessoa neste mundo, talvez até mesmo melhor que eu mesma.Por isso, ele desconfiou o motivo de eu estar a dormir de tarde quando eu nunca o faço, a não ser que esteja doente, com muito sono ou demasiado aborrecida como foi o caso.Admito, não gosto de dormir apesar de muitas pessoas gostarem pois penso que é um enorme desperdício de tempo.

-Não havia nada para fazer.Tu já chegaste, que horas são?
-18:30.
-Meu Deus, eu dormi assim tanto?Não vou conseguir dormir mais logo.-arrependi-me de imediato.
-Não vais precisar.

Este arrancou mais um beijo rápido dos meus lábios, deu um sorriso malicioso e saiu do quarto.

Acabei por sorrir da mesma maneira assim que ele saiu e fui diretamente vestir uma roupa mais confortável.

Sai do quarto e encontrei o meu marido ainda a ver televisão.

Fui devagar por trás do sofá e apanhei-o de surpresa com vários beijos molhado no seu pescoço.

-Os empregados ainda estão aqui...O Louis ainda está aqui...
-Eu sei, mas isso não me proíbe de beijar o meu marido quando me apetecer.-sorri atrevidamente e ele olhou para mim com um sorriso divertido e uma das sobrancelhas arregaladas.

Um novo barulho de fundo substituiu o anterior barulho da televisão e das nossas vozes.

Assim que esse barulho seco de tosse preencheu o nosso espaço, ambos olhamos para trás e avistamos o nosso empregado.

-O jantar já está pronto meus senhores.-foi direto e formal.
-Ótimo, o Louis pode ir para casa.-respondeu o meu marido e ele assentiu.

Os olhos do Liam voltaram a examinar o meu rosto e a minha atenção voltou a focar-se nele.

-Vamos?
-Vamos.

Sorridente, deixei-o com um leve e rápido beijo nos lábios e comecei a mover as minhas pernas até á nossa casa de jantar.

Ouvi o som da televisão ser desligada e senti o Liam seguir-me.

O meu prato já estava servido tal como o dele e eu sentei-me numa ponta da mesa e ele na outra.Tão perto mas tão distantes...

Encarei-o enquanto se preparava para jantar e decidi beber um pouco de vinho.

Em silêncio, com vários sorrisos e olhares atrevidos, em pouco tempo estávamos por cima daquela mesa a terminar a nossa refeição com o que eu diria uma ótima sobremesa.

Os nossos lábios tocavam-se de uma maneira apaixonada enquanto ambos arrancavam os desesperadamente a roupa dos nossos corpos.

Para facilitar os seus movimentos, ele deitou-me cuidadosamente por cima da mesa e penetrou-me o que fez com que largasse um pequeno gemido.Os seus movimentos eram lentos e carinhosos.

Com o Liam é diferente.Sendo no sexo ou não, ele é sempre muito carinhoso comigo e foi por isso que me apaixonei tão perdidamente por ele.É por isso também que hoje estamos casados.

Com várias carícias dos seus lábios no meu pescoço, as suas mãos agarraram nas minhas e ficaram a cima das nossas cabeças.

-Eu amo-te.
-Eu também te amo, muito.

E em segundos acabamos por nos vir.

Heartbreaker {1D}Onde histórias criam vida. Descubra agora