Capítulo 34 - Voltando a velha rotina

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Foi as férias de verão mais rápidas que já tive. E andar de mãos dadas com Hannah pelos corredores assumindo nosso relacionamento, era motivo de diversos comentários que não importavam a finalidade.
Não precisávamos da aprovação de ninguém pra que fizemos dar certo.
Me mexi na cadeira desconfortável tomando nota da matéria de biologia no quadro. Usando um suéter ridículo o professor se posicionou começando a explicação.

– O DNA é extraído das células, isolado das estruturas e purificado. Depois ele passa por um processo de clonagem molecular...

Passei a mão no cabelo entendido e cutuquei a cintura de Hannah pra também tirá-la daquela aula chata e virando discretamente me olhou desconfiada.

– O que acha irmos no banheiro?!

– Banheiro Nathan? – ela sussurrou sorrindo – odeio ser a nerd mas o professor vai perceber...

– Que se foda... Eu quero te prensar contra a parede, apertar a sua cintura enquanto te beijo...

Sorri malicioso quando ela soltou uma respiração profunda corando as bochechas. Eu adorava deixá-la envergonhada apenas com a ideia do ato.

– Também queria mas podemos fazer isso sem pressa e...

– Vejo que Srta. Watson tem muito a falar com seu amigo!

O professor a interrompeu a fazendo virar imediatamente talvez com os olhos arregalados. A classe inteira assistia enquanto apertei a caneta com vontade de socar a cara dele. Hannah odiava ser o centro das atenções ou tomar uma bronca na frente de todos.

– É o namorado dela professor!

A voz de Logan com a correção me fez rir junto à classe e olhar pra ele com uma comunicação oculta de "isso mesmo, mas não piore a situação é cala essa boca."

– Huuum... Tratando de assuntos amorosos na hora da explicação Hannah? Com certeza deve saber toda matéria!

Caralho! Ele broxou na noite passada?

– Fui eu que a chamei pra conversar – falei indiferente arqueando as sobrancelhas já que não era o exemplo de bom aluno –

– Por favor Campbell, não venha com defesas – ele fez um sinal com a mão enquanto travei a mandíbula me segurando pra não gritar sobre a aprovação mágica de Sharon depois de ver os peitos fartos dela –

– Me desculpe professor, isso não vai acontecer mais.

– Ah sim Srta. Watson, e acha certo afirmar que o exame de DNA só pode ser feito com sangue?

A pergunta não era difícil, mas com todo aquele silêncio constrangedor e um professor egocêntrico duvidando da capacidade dela tornava tudo vergonhoso.

– N-não. O DNA é o componente genético básico e está presente em todas as células do nosso corpo.

Soltei uma gargalhada junto com toda a classe ao ver o professor respirar frustrado apertando o livro até seus dedos ficarem brancos. A resposta estava certa e isso ele não podia discutir. Um cérebro que valia mais que um par de peitos. O sinal tocou fazendo todos se levantarem arrumando suas coisas ignorando qualquer fala do professor.

– Mandou bem Watson! – sorri malicioso e ela colocou uma mexa do cabelo atrás da orelha –

– Você só me coloca em situações embaraçosas Nathan!

Andamos pra fora da sala até os armários. Soltando um risinho a beijei rapidamente passando o polegar em seus lábios.

– É impagável ver suas bochechas coradas e seu jeito sexy com esse óculos.

– Ha! Sério?! Sabe a pergunta? Então, a resposta estava escrita no quadro! Aquele professor é um otário!

– Puta merda! Você é incrível!

– Não iria mostrar meus peitos pra ele no final do semestre amor.

Abriu o armário guardando os dois livros enquanto peguei a bola de futebol americano.

– E sabe que eu adoraria vê-los a qualquer dia.

– Cala a boca Nathan!

Negando com a cabeça sorrindo Hannah saiu na frente fazendo eu apressar meus passos.

– Vou ficar pro treino, quer que te leve pra casa antes?

– Não tudo bem, vou pegar o ônibus e... Espera! Lembrei do meu sonho! – ela deu um pulo apontando o indicador na frente do rosto – sonhei com você!

– E como foi?!

– Hilário e estranho! Você bateu na minha porta usando um vestido mais justo que suas calças nos jogos, a perna depilada, maquiagem extravagante e uma peruca loira!

– Porra Hannah! Era uma Dreg Queen?

– Acho que sim – ela gargalhou – e, quando você entrou reclamou que seus pés estavam doendo por causa dos saltos!

– Sua imaginação é algo de outro mundo!

– Seria engraçado você entrando em um dos meus vestidos! O que acha?

– Que se fosse mulher, me apaixonaria por você!

Parei no meio do corredor vazio e tomei seus lábios num beijo calmo em que sentia seus dedos bagunçando meu cabelo. Nos afastamos lentamente ainda absorvendo a troca ebulições de sentimentos. A velha rotina escolar parecia muito mais atrativa quando se corre perigo de ir pra diretoria porque esta beija do sua garota no corredor. Estar apaixonado envolvia pequenos e grandes riscos e não tinha nenhum medo deles.

Jogada ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora