Me lembro do ano passado que Hannah nem queria comemorações. Além de muitos trabalhos escolares, a Srta. Erin Watson a mãe dela, sofreu um acidente no trabalho quebrando a perna.
Avisou nosso grupo que naquele ano não iria fazer aquela reunião particular com bolo e velinhas, mas nada impediu que déssemos parabéns e fomos na sua casa entregar os presentes. E o mais legal era a justificativa pra cada um.
Hannah gostava de guardar qualquer coisa que ganhava, sempre achou especial, parte daquele ano. Liza deu um porta retrato com detalhe de glitter rosa junto com a carta anual de amizade, com declarações e desenhos nos cantos. Tinha uma das fotos que eu mais gostava das duas, abraçadas com o sorriso feliz. Andrew foi o fotógrafo sem experiência. Ele não tinha esquecido dela levando uma agenda de bolsa, pequena com capa da Minnie, e um marca texto. Sabia que Hannah gostava de fazer anotações de qualquer coisa, já o marca texto, ele perdeu o dela na escola e foi uma maneira de se redimir. E eu sinceramente contei meio sem jeito a ela que não sai pra escolher algo que fosse mais interessante. Mas mesmo entregando uma caixinha de madeira pintada de lilás e roxa, ela abriu e olhou como se tivesses dez pedras de diamante valiosas lá dentro, mas só eram pequenas trufas com chocolates de diferentes sabores. Hannah me abraçou e assim entreguei a minha carta de amizade um pouco amassada. Coisas simples e marcantes, como o gosto do chocolate que ela recordava no paladar e o abraço que lembrava com um sorriso torto.
Quis ser pontual e ter a responsabilidade de fazer com que o presente fosse comprado com antecedência este ano. Mas a parte de pontualidade com o horário não foi alcançada. Não queria aparecer com cara de cansaço e todo suado depois de ter saído da academia. Estar apresentável era o mínimo pra que entregasse o presente que passei três semanas procurando. Me vesti rapidamente e peguei a camisa xadrez flanelada. Peguei a caixinha e a carta, olhei no quarto inteiro pra não esquecer nada e desci as escadas.
— Caramba! Achei que a princesa ia querer outro vestido!
— Cala a boca Luke!
Entramos no carro e ele segurava a sacola com corações. Só faltava uma saia amarela pra que parecesse uma patricinha de Beverly Hills. Soltei um risinho colocando a chave na inigção. Enquanto dirigia Luke ficava jogando no celular fazendo um barulho irritante.
Queria muito atravessar o sinal vermelho, só que encostei a cabeça no banco batendo os dedos no volante impaciente.
— O que você comprou pra ela? A caixa é tão pequena que não parece interessante...
Luke falou sem desgrudar os olhos do celular e eu revirei os olhos mesmo que não visse.
— Acho que ela vai gostar. Não importa o tamanho.
— Minha irmã deu umas dicas..."garota gosta de algo que deixe mais bonita, nada daquele seu jogo de Xbox, idiota". – ele fez uma voz fina tentando ser encarnar uma menina – Fui em uma loja e pedi pra vendedora me mostrar aquelas camisetas com estampas que as garotas gostam, aí escolhi uma que tinha WHATWEVER escrito.
— Filho da puta! — falei alterado e Luke arregalou os olhos como se tivesse feito algo errado —
— O que foi cara?!
— Andrew passou no exame de baliza como porra?! Olha esse carro estacionado todo torto ocupando espaço! Luke pode ir na frente que eu vou fazer milagre pra encaixar meu carro aqui.
Ele desceu sem dizer nada e enquanto manobrava o volante o vi parado mexendo no celular na porta. Ah, esses meus amigos, são crianças em corpos cheio de musculos! A porta abriu e Hannah abraçou Luke sorridente depois ela me viu ficando mais feliz.
— Achei que não viria Nath! As luzes já estavam apagadas pra cantar parabéns. Entra!
— É, fui pelo menos tomar um banho pra te abraçar!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Jogada Imperfeita
Romance| LIVRO 1 | ❝Porque na amizade sempre vai existir um amor puro, daqueles que realmente nada, absolutamente nada, vai afetar isso. A não ser que se transforme em amor, onde há uma linha tênue.❞ Enquanto o último ano do ensino médio não termina, o jog...
