Capítulo 3 - Entre a sorte e o azar

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O ambiente era realmente atrativo e bem despojado. Tocava aquela música que não saia do topo das paradas. A prateleira de vidro com as bebidas expostas fazia os olhos se encherem. Mais uma garota encostava pedindo uma bebida, rindo e arrumando o decote perto do barman.
No fundo eu me perguntava do porque estava ali e logo já tinha resposta. Hannah estava me confundindo cada vez mais e eu não sabia se continuar seria o certo. Queria me divertir.
As luzes piscavam freneticamente, a pista de dança estava cheia enquanto eu terminava um Martini depois de ter beijado duas garotas. Olhei pro relógio e fiz mais um pedido, um copo de vodka.
Olhei pra pista vendo uma garota que de fato me interessou. O corpo que se movimentando de acordo com as batidas da música. O cabelo longo e preto balançava deixando-a mais bonita.
Entrei no meio da pista e várias pessoas colocavam a mão pra cima no ritmo. Seguia a garota mas acabei a perdendo depois desviar de todos.
Me virando esbarrei com força em alguém, e na minha frente copo cheio molhava quem eu procurava. Seria falta de sorte?
Sem reações de ambas as partes, me surpreendi olhando seu rosto na luz vermelha. Linda, seus olhos grandes piscavam sem expressão pra mim quando ela soltou um risinho arqueando as sobrancelhas.

— Desculpa, não deveria ter vindo te procurar com um copo na mão!

— Sério?! Não é a primeira vez que isso acontece comigo! Não conseguia tirar os olhos de você, mas sei disfarçar.

Olhava o vestido apertado que valorizava as pernas dela. Votei a respondê-la antes que percebesse que eu estava estudando cada parte de seu corpo.

— Isso é ótimo porque não foi de propósito. Vou pegar um guardanapo pra pelo menos amenizar o estrago.

Fomos caminhando até a mesa onde o barman me ofereceu o guardanapo e a entreguei tentando ajudar.

— Os caras que derrubavam bebida em mim nunca foram gentis e você está sóbrio!

Soltou um risinho descontraído e eu sorri torto. Não fazia mais que vinte minutos que nós esbarramos e eu tinha uma sensação de tédio daquele lugar tinha ido embora. Não seria a terceira garota que beijaria na noite, a intenção dela não era essa, apesar do decote instigante. A impressão que tinha era de que não a veria só por uma noite.

— É, o que acha de dizer seu nome?!

— Huum, você é bonito, está sobrio e quer saber meu nome? Psicopata talvez?

— Não, nada de armas no porta malas te garanto.

— Patel. Sobrenome.

Olhando atrevida me ofereceu a mão e peguei apertando levemente logo deixando um beijo. Ela se moveu procurando o celular que vibrava.

— Alô! Ligando bem agora?! Não acredito! Ok, fique com ela aí que eu já vou indo. Não vou demorar. Bye.

— O que aconteceu?

— Minha amiga está no banheiro colocando tudo pra fora! Preciso ir embora.

— Eu posso levar vocês.

— Eu agradeço muito é...

— Nathan!

A interrompi pra que soubesse meu nome já que não sabia o seu ainda.

— Então Nathan, não precisa, Eve está no comando hoje. Adoraria ficar aqui, falar das suas armas. Você tem sorte que eu amo psicopatas.

Soltei uma gargalhada ela revirou a bolsa pequena achando uma caneta e escrevendo algo no guardanapo usado e úmido e beijou deixando a marca do seu batom vermelho e colocou sob a mesa dando uma piscadela e saiu em direção ao banheiro.
Se não fosse pelo imprevisto queria uma noite longa de conversa, um tempo pra que eu pudesse saber mais do que seu sobrenome.
Decidi ir embora e dirigindo não liguei a rádio pra se concentrar em todo os meus pensamentos. Memorizando cada curva que o vestido marcava no corpo dela.
Cheguei em casa mais tarde do que pensei e lembrei do número dela no meu bolso. Desdobrei o guardanapo.

— Droga!

Olhei os números tentando entender, não pela grafia e sim por a tinta estar manchada no pedaço de pano. Não sabia se isso era azar mas algo queria atrapalhar qualquer tipo de aproximação, aquele número era o único recurso naquele momento. Encontrá-la agora só se fosse por um acaso, daqueles que nem acredita-se.

Jogada ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora