Capítulo 5 - A escolha acompanhada de mudanças

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Estava concentrado lendo mais umas páginas de Hamlet quando ouvi vozes na sala e minha mãe dizendo que eu estava no quarto. Duas batidas na porta e abrindo lá estava Logan segurando uma caixa média. Fiz uma careta de estranheza.

– O que é isto?

Sem responder ele deu um sorriso rápido entrando com dificuldades fechei a porta por precauções. Logan era o meu amigo mais insano, não podia nem duvidar que ali dentro tinha uma boneca inflável.

– Olá pra você também! Ah, são livros didáticos!

– Até parece! Quer enganar quem?

Me abaixei abrindo a caixa vendo vários exemplares de Playboys que juntávamos e escondíamos no sotan da casa dele. Peguei um exemplar e folhei rapidamente rindo.

– Essas raridades estão conservadissimas!

– Sério? Você trouxe essas revistas pra cá! Falei que podia vender pros garotos da rua a cinco dólares!

– Olha o que aconteceu com você! Nem parece o garoto que se masturbava com a edição da Kim Kardashian!

– Cala a boca!

– Kardashian, oh meu Deus achei que meu pênis iria sangrar de tanto que masturbei com ela!

Ele se acomodou na cama ocupando o maior espaço possível, um completo folgado que abria a boca pra falar de resumidamente de mulheres, jogo, bebidas e festas. Não aceitava o fato de Andrew namorar e eu diminuir o ritmo. Sempre tivemos noites longas com diversões momentâneas.

– Qual é a boa afinal?

– Mellanie Patel! Dezessete anos e agora está matriculada na nossa escola, morando na cidade!

– O que?! Você está mentindo! Caralho!

Ele fez uma expressão convencida como se fosse o novo Sherlock Holmes mas não importei puxando a cadeira da escrivaninha pra sentar.

– É cara, volte a pegar uma garota gostosa de verdade e não essas que você vê apenas uma noite perfume enjoativo.

– Acho que realmente é o que eu sei fazer melhor... Me sinto perdido as vezes sabe?

– Esse livro aqui diz tudo! Porra você está lendo Sócrates! Porra! Hannah fez lavagem cerebral em você? Aposto que também diminuiu a frequência de masturbação!

– Isso não tem nada ver com ela.

– Está mentindo igual o seu útero  imaginário? Eu sei que tem, e mesmo odiando isso, foda-se.

A maneira como a verdade era falada por Logan me incomodava, mas de fato o lance sem compromisso era viável. Garotas estão expostas como pedaços de carne no açougue por aí.
E Logan com aquele olhar e jeito cafajeste conseguia incontáveis contatos na agenda telefônica.
Se fosse feita uma comparação não haveriam muitas diferenças entre eu e ele, um completo destruidor de corações com porte de jogador americano e lábia. O jeito que ajudava no sexo casual.
Tentei me livrar disso, mas o histórico só diminuiu não foi apagado. E quando Hannah começou a namorar aquele o estúpido do Erick, queria que o mundo explodisse e as noites não tivessem fim. E tudo era como uma terapia pra não se sentir um merda a pensar que ela escolheu ficar com ele.
Voltei a partir do momento que Hannah bateu em minha porta desesperada chorando. Não podia deixá-la. Seria como não cumprir o papel de amigo, e não podia ajudá-la sendo um cretino.
Logan é um caso a parte porque era um desajustado e aceitava essa condição. Vivia a vida como se fosse acabar amanhã, e antes fazia o mesmo até perceber estar acabando com o meu psicológico, pois não importava quantos shots ou garrafas de vodka que eu bebesse, no dia seguinte eu acordaria com uma ressaca horrível, voltando pra realidade de tudo o que eu queria esquecer e tragicamente vazio.

Jogada ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora