Capítulo 39 - Caminho para o inferno

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Era o último trabalho do ano. Enquanto resolvi grande parte dos exercícios avançados Andrew tinha uma expressão de tédio riscando o canto da folha do caderno e era engraçado vê-lo perdido em meio a tantos cálculos químicos.

– Eu termino isso seu babaca...

– Sério mesmo cara?! Então vou nessa! Já chega de matéria chata por hoje! Vou o ligar pra Liza pra perguntar se ela ainda quer ir ao cinema.

Me despedi dele o vendo entrar no carro dando partida. Não havia mandando mensagens pra Hannah, que também fazia o mesmo trabalho na casa de Elizabeth e aquilo seria uma distração. Subi pro quarto me jogando na cama pegando o celular olhando as mensagens.

Só pra deixar claro, preferia estar fazendo maratona de séries junto com você ❤️
17:34 ✅✅

Nath quando sair da casa da Liza te ligo!
17:50 ✅✅

Sorri e digitando respondi logo mesmo sabendo que ela não estava online

Oi amor!
Não quis atrapalhar... Também fiquei livre agora
18:25 ✅✅

Vou te buscar não se preocupe! E pergunte a sua mãe se ela não se importa de tomarmos o lugar do sofá dela 😉
18:26 ✅✅

Vou tomar um banho, quando puder responda
18:26 ✅✅

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Passava a toalha no cabelo úmido e olhando pro celular, o visor tinha uma mensagem de Hannah.

Mamãe não vai se importar! Vou passar em um café logo em seguida vou embora pra casa descansar e te esperar! Não precisa vir me buscar!
Te amo ❤️

19:12 ✅✅

Chequei as horas vendo que já tinha passado um tempo e estranhei, ela sempre me avisava. Neguei com a cabeça, talvez fosse a bateria que tivesse acabado ou seu banho longo depois de uma tarde cansativa de estudo. Me joguei na cama ligando o X-Box pra jogar uma partida online de Call of Duth. Mesmo ali concentrado olhava o celular esperando, esperando.
Sabíamos o espaço um do outro. Não queria ser grudento ou possessivo porque seria desnecessário e desgastante. Me preocupava e esperava a ligação ser atendida, chamado uma, duas, três, até cair. Crispei os lábios respirando fundo. Tinha a percepção dos diferentes humores dela, principalmente se algo não lhe agradasse.

Estava com um maldito mal pressentimento.

Ela não sumiria sem me deixar respostas. Apertei o aparelho nas mãos tentando novamente, sem sucesso. O deixei na escrivaninha e desci as escadas indo pra cozinha tomar um copo de água gelada. Minha garganta estava seca e precisava de me convencer.
Bebi a água e batendo o copo na pia fui depressa pro quarto. Precisava tentar de novo e ouvir a sua voz dizendo que teve um imprevisto. Tive vontade de jogar o celular com força no chão mas contive o jogando na cama. Quando o visor acendeu com uma chamada dela.

– Meu amor? Está tudo bem?

– Nath, me ouça e-eu preciso que você venha me buscar agora! – sua voz parecia sair em desespero e embargada por choro. Levei a mão na testa sentindo meu estômago revirar – Erick tentou me sequestrar, mas o fiz bater o carro!

Puta merda. Em poucos segundos ela havia conseguido despejar todas aquelas informações atordoada. Lambi os lábios fechando os olhos despedaçado. E a raiva e o ódio começavam a me cegar. Já teria o poupado duas vezes mas o filho da puta já tinha ido longe demais. Iria fazê-lo comer as próprias tripas.

Jogada ImperfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora