25. a rainy day

214 12 10
                                    

Ei, alguém. Eu sempre quero acreditar que tem, pelo menos, duas pessoas lendo isso aqui. (eu tenho uma leitorinha que comenta e meu coração fica tão genuinamente feliz). Eu digo que não obrigo ninguém a comentar, e não cobro isso pra atualizar, e isso é verdade mesmo. Mas Deus, como isso me afeta como escritora. Mas eu não vou parar. Eu não posso. Ou todos os problemas que a Lauren daqui tem terão vencido. Enfim, eu só quis dizer isso porque algum sinal de vida seria bom. Mas eu nunca vou cobrar isso pra atualizar, ok? Sintam-se a vontade.

Esse capítulo é bem importante, porque apesar de tudo, a Lauren tem depressão. E tem dias que a depressão torna o dia escuro e chuvoso. Espero que vocês entendam bem. Qualquer dúvida, estou aqui. Sempre.

xx

O dia seguinte amanhece nublado. Não lá fora, onde um belo sol brilha. Mas dentro do meu quarto. Dentro de mim.

Não consigo me levantar da cama. Algo me faz querer ficar deitada, algo me faz querer chorar por todo o passado. Algo me faz querer ignorar o mundo lá fora, e todas as suas cores vibrantes. Me faz querer esquecer totalmente o encontro que eu tinha com Camila para continuar tudo o que estávamos fazendo.

Não parece algo bom dali. Não agora que os fantasmas estão me rondando, tornando tudo escuro e me impedindo de levantar.

Então eu fico. Agarro o travesseiro e fico deitada, encarando um ponto fixo na parede e me sentindo anestesiada. Meus dias nublados não são raros. Eu achava que estar com Camila seria o suficiente, mas não foi. A depressão ainda é forte o suficiente para me derrubar. E tudo o que eu posso fazer é permanecer deitada, rendida. Sem chance de levantar.

Memórias começam a vir a tona, de repente. A morte do meu pai. A forma como minha mãe e eu nos afastamos bruscamente. Camila. A ambulância. Tento parar de pensar, tento me parar antes de explodir mas é impossível. Estou chorando antes de perceber.

Por que eu preciso ter esses dias? Por que eu tenho essa nuvem negra acima da minha cabeça tornando tudo cinza e escuro? Por que, por mais que eu lute, não parece ser o suficiente?

Como sempre, o pior momento chega. O momento em que minha mente vai até a lâmina de apontador escondida debaixo do travesseiro. E logo depois até os remédios escondidos cuidadosamente no banheiro. E depois até todas as formas possíveis e impossíveis de suicídio. Apenas acabe com isso.

- Eu não quero morrer - Falo, em voz alta, como se respondesse minha mente. Nessas horas, era tão difícil pensar diferente do que a depressão oferecia. Tão difícil recusar as ofertas. Mas havia algo ali, que sabia. Eu não queria morrer. Não queria deixar minha mãe só, e não queria deixar Camila. Eu tenho amigas agora. As coisas estão tão diferentes. Mas aquela tristeza aguda continua ali, fazendo seu lar.

O telefone começa a vibrar em algum lugar em cima da cama, e eu apenas cubro minha cabeça e me permito chorar por motivo nenhum. Não consigo falar com ela. Não hoje. Não assim. E é pensando em todas as mais escuras confusões que eu adormeço.

...

Acordo com o som de passos no corredor. Um vazio estranho parece ter tomado conta de mim inteira, depois do choro. Me sinto tonta e com os olhos totalmente inchados. Mas ainda consigo ver a porta ser empurrada.

- M-Mãe? - Me forço a dizer. A porta range várias vezes antes de ser aberta por completo.

- Sua porta é difícil, Lo.

Esfrego bem os olhos, checando se eu estou maluca. Não estou. É Camila Cabello, dentro do meu quarto depois de anos.

- Lolo? Sua mãe disse que ainda era a primeira porta a direita. Meu Deus, será que eu entrei em um banheiro? E se eu não sei mais o que é di...

La VieOnde histórias criam vida. Descubra agora