37. glimpse

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Foram 40 dias sem nenhum sinal de vida, e eu juro que compreendo se isso tiver quebrado a conexão de vocês com a história. Mas eu ressurgi dos mortos, só pra dizer que não esqueci disso aqui por um dia sequer. Não esqueci de vocês, que fazem parte do meu sonho, que lêem minha alma inteira e gostam dela. Eu escrevi esse capítulo devagarinho. No meio de um monte de coisas. E ele foi apagado várias vezes. Reformado. Eu acho que foi o mais difícil de todos. Eu espero que vocês percebam alguma realidade nele. Que entendam que ele tem coisinhas importantes e coisinhas de pessoas que estão só tentando ser pessoas, e esquecer das limitações. Mesmo que elas ainda existam.
Vocês são incríveis. Obrigada por tudo e qualquer coisa.

Nós nos reunimos para um almoço na casa dos Cabello depois

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Nós nos reunimos para um almoço na casa dos Cabello depois. Tio Alejandro, Tia Sinu e Dona Mercedes quase andam saltitando. Posso ver a alegria dos latinos em ter uma festa em sua casa. Até deixam que Camila molhe os lábios com champanhe, apenas para sentir o gosto de festa, de felicidade. E ela sente. Percebo pela risada, pela forma que dança a música latina, fazendo o vestido rodar e rodar, nunca parecendo doente ou cansada.

Estou jogada no sofá depois do almoço, ao lado de Lucy e Harper, ouvindo a conversa sobre Virginia Woolf. A ruiva, que agora tem o cabelo curto na altura do queixo e usa um vestido amarelo, sabe mais coisas do que eu pensei que soubesse, e se parece mais conosco do que eu achei que parecesse, e eu imagino como ela escondeu esse lado dos seus "amigos" durante todo esse tempo. Lucy consegue falar mais alto agora, e sem gaguejar muito. Está realmente bonita, e parecendo com ela mesma usando um vestido cinza, jaqueta e all-stars. Vejo Dinah empurrando Camila pelos ombros, e não presto muita atenção, até que ela é praticamente jogada em cima de mim.

- Você precisa descansar, criança. Depois nós voltamos.

- Ugh, eu quero dançar. Me deixe dançar - Camila reclama, tentando se soltar do aperto de Dinah e levantar do sofá. Passo um braço por sua cintura, e sinto seu corpo acalmar um pouco. Ela sempre percebe que sou eu. Dinah se joga no sofá ao nosso lado, aliviada ao ver que a amiga ficou quieta um minuto.

- Você está toda suada. Dê uns minutinhos para Dinah, ela não tem a mesma energia infinita que você. Logo voltará a dançar, e eu voltarei com você.

- No esperes más, no. Quiero estar pérdida en tu mirada, libre entre tus brazos, hechizada... Yo voy a desafiarte a que bailes conmigo hoy.

Tenho certeza de que conheço aquele trecho de música de algum lugar, aquela que ela canta em um espanhol perfeito e termina com um sorriso que me deixa tonta. Mas não consigo perguntar. Só consigo respirar fundo, e sorrir. Sorrir apesar de tudo, porque é um dia incrivelmente feliz.

Mani, Ally, Halsey, Sofi, Regina e outro irmão pequeno de Dinah chamado Seth chegam até nós depois, e entra na conversa, que pulou de Virgina Woolf para comida. Não é nenhum assunto profundo, nada que precisemos pensar muito para responder. E ainda nos rende boas risadas. Estou gargalhando sobre uma piada de Halsey que não fez o menor sentido quando ouço a voz de minha sogra se aproximando.

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