35. la vie en rose

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De alguma forma, no meio da semana, descubro que várias pessoas estão sabendo sobre tudo. Não é ruim no começo; pessoas que eu não faço ideia do nome me cumprimentando, dizendo que estão felizes por mim. Ganho vários sorrisos, e abraços. Mas na sexta-feira, quando abro meu armário para deixar alguns livros no final da aula, encontro os bilhetinhos maldosos de novo. Eles tinham parado com isso. Abro alguns parada no corredor. Não tem identificação, mas eu sei bem de onde vieram.

"Era uma vez uma menina gorda e feia que assim que encontrou alguém que suportasse ela ficou tão desesperada que a pediu em casamento, e viveram felizes para sempre. Ou não"

"Parabéns, Jauregui. Você mostrou pro mundo que pessoas retardadas podem namorar"

"Você acha que é alguma coisa só por que agora anda com esse teu grupinho e porque pega a Cabello. Mas você ainda é um nada, Lauren."

- Laur! - Escondo os bilhetes na mochila quando ouço a voz de Dinah no fim do corredor, e fecho o armário. Meu coração bate rápido enquanto eu luto para segurar as lágrimas. Por que alguém seria tão malvado? Por que fariam isso com alguém que nunca quis causar mal algum? Não parece algo divertido de se fazer, então por que? - Nós vamos perder o ônibus, vem. Ei, você tá bem?

Dinah pergunta, antes de me puxar. Assinto, com um nó na garganta. Não quero contar. Não agora, ou ela vai até a casa de Amber, Harper, Miles, Julian e todos os outros, puxá-los pelo cabelo. Então nós vamos até o ônibus em silêncio. Dinah não acredita em mim sobre isso, eu sinto, mas ela parece não querer incomodar. Só me abraça durante todo o caminho, de forma protetora.

Quando chegamos, ela pergunta mais uma vez se estou bem, e eu digo que sim. Então ela se despede e vai para casa. Eu corro para o meu lar.

Ela está na janela do quarto, de olhos fechados, sentindo o vento. Sorrio mesmo sem querer, e me concentro em tentar lembrar algo bonito para dizer para ela.

- Mas silêncio! Que luz se escoa agora da janela? Será Camila o sol daquele oriente? Surge o formoso sol e mata a lua cheia de inveja, que se mostra pálida e doente de tristeza por ter visto que como serva, és mais formosa - Faço uma pausa, e tenho certeza de que esqueci uma parte, porque seu sorriso tomou conta de cada parte de mim - Eis minha dama. Oh, sim! É o meu amor. Se ela soubesse disso! Ela fala; contudo não diz nada. Que importa? Com o olhar está falando! - Camz sorri e balança a cabeça negativamente, adoravelmente corada. Suspiro - Duas estrelas do céu, as mais formosas, tendo tido qualquer ocupação, aos olhos dela pediram que brilhassem nas esferas, até que elas voltassem. Que se dera se ficassem lá no alto os olhos dela, e na sua cabeça os dois luzeiros? Suas faces nitentes deixariam corridas as estrelas como o dia faz com a luz das candeias, e seus olhos tamanha luz no céu espalhariam, que os pássaros, despertos, cantariam.

- Terei de pular para finalmente abraçar-te?

- Camz, isso não faz parte do roteiro, fique quietinha e logo estarei aí. Não se mova.

Camila ri de meu desespero, e eu me apaixono várias e várias vezes por aquela risada. Tia Sinu já está com a porta aberta, rindo e balançando a cabeça negativamente.

- Atrapalho? - Pergunto, meio nervosa. Ela abre os braços mesmo que seu sorriso tenha me abraçado antes, e eu a abraço.

- Passamos a tarde juntas. Quando chegou a hora da sua saída, ela correu para cima, para esperar por você. Pode correr para ela, mi hija.

Deixo um beijo na bochecha da mulher e então corro. Corro para onde minha bela noiva espera, ainda de pijama no topo da escada, desobedecendo meu pedido para ficar quietinha. Subo tudo correndo, e então nós colidimos com tudo, em êxtase demais para rir ou dizer algo. É bem ali que eu quero passar o resto da vida. Nos braços daquela garota. Está tudo bem, e nenhuma daquelas pessoas importa. Está tudo...

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