Espero que gostem desse capítulo. Usem a alma de vocês para ler. O coração. A parte mais sensível. Por favor. Aliás, isso serve pra todos os capítulos. Obrigada por estarem aqui. (Até as pessoas que só lêem, obrigada. Eu "só leio" várias fanfics porque não consigo comentar. Vocês são válidos)
...
Todos os dias na escola depois das férias de verão pareciam o mesmo dia. Eu contava os segundos para que as aulas acabassem, e eu pudesse sair correndo para Camila. Mesmo que agora eu tivesse amigos, eu ainda tinha ansiedade, e em alguns dias era simplesmente impossível falar ou desejar ver alguém da escola. Mas em uma segunda feira qualquer depois das férias, Camila simplesmente me avisou em uma ligação as seis da manhã que iria até a escola no intervalo matar as saudades.
Não mencionou que queria me matar também.
Porque agora eu estou sentada em uma das mesas do lado de fora, ao lado de Halsey, Norminah e Ally, e aposto que nós três estamos boquiabertas, e eu sinto que precisava de um aviso para isso. Ela se aproxima, auxiliada por Ashlee Juno e cercada por várias pessoas. Meu Deus. Aquela é a garota mais linda do universo vindo em minha direção. E é minha namorada.
- Parece que o mundo parou só pra ela - Mani é a primeira a conseguir falar. Dinah só assente.
- Sor-tu-da do ca-ra-lho - Halsey me cutuca, e eu só consigo sorrir. Talvez eu seja.
O mundo está em câmera lenta enquanto ela fala com metade da escola. Depois com Dinah, Normani e Ally quase chorando, com Halsey, usando mil apelidos engraçados como "sapatinha" ou "tanajura homossexual". E então chega minha vez, e eu não estou preparada. A escola inteira deve estar olhando.
E pela primeira vez na história da humanidade, eu não me importo.
- Você... se parece muito com minha namorada - É tudo que eu consigo falar. Ela ri, e estende a mão.
- Eu gostaria muito de ser ela. Vem.
Deus, nós estamos cercadas de olhos curiosos, e ainda assim ela me puxa para um beijo quando fico de pé. Perco todo o ar do meu corpo. Perco minha cabeça. E não foi nada mais do que um selinho demorado. Seguro em sua nuca e nos separo com dificuldade, já que eu podia passar o dia naquilo. Ela exibe um sorriso de canto, como se nada tivesse acontecido. Aquela é Camila Cabello, também. As pessoas em volta começam a falar ao mesmo tempo, e isso me deixa tão, tão nervosa. A escola me deixa nervosa. Mas Camz sente minha mão trêmula na sua, e aperta de leve. "Estou aqui", ela sussurra. E então está tudo bem.
Nós nos sentamos em uma área com gramado. Eu estou entre os bilhões de amigos de Camila. Aposto que até a diretora da escola está ali. As pessoas são facilmente conquistadas por ela. Fico distraída com os fios castanhos de cabelo, não prestando atenção na conversa fora da nossa bolha. Até que alguém a estoura.
- Então, vocês namoram mesmo?
Olho para quem fez a pergunta. É uma garota chamada Hailee alguma coisa. Ela não é má. Só está curiosa. Vários amigos dela começam a rir e dizer "duhhh" várias vezes. Olho para Camila, e ela está olhando para mim, mesmo sem me ver. É como se dissesse: Você pode responder. Certo, eu posso. É todo um processo para falar quando você tem ansiedade social.
- Hm, é. Sim.
Várias vozes misturadas e incompreensíveis. Camila gargalha, mas fica séria de brincadeira quando um garoto diz "que fofa". As pessoas riem mais ainda.
Mas de repente, quando eu começo a rir e pensar que posso respirar, outra voz vem, mais alta.
- Você tem medo da gente? Eu não quero ser rude, é só que você sempre parece assustada...
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La Vie
Lãng mạnCamila e Lauren se reencontram em um hospital, depois de oito anos. As duas estão doentes, e o tempo está passando mais rápido do que deveria. Mas sempre há mais tempo. Tempo de consertar; tempo de amar. E essa é a vida.