A Protegida.

Um

Hoje de novo ele chegou bêbado e dessa vez não foi diferente, me agrediu, e dessa vez foi a gota d'água eu cansei de ser o saco pancadas dele quando ele resolve colocar uma gota de álcool na boca. Eu não vou mais me sujeitar a tratamento abaixo de lixo.

E algo me faz acreditar que não é só álcool, ele dessa vez ele teve alucinações e viu um homem deitado ao meu lado. Eu não tive como reagir eu nunca poderia reagir a força de um homem.

E isso me faz dele ainda mais covarde.
Eu não sei mas eu sinto que ele tenta me punir por algo, como se eu tivesse feito algo muito ruim pra ele. Mas não é assim, no começo ele era perfeito.

Pra vocês terem uma ideia eu deixei minha família ir embora e eu fiquei aqui com ele, por amor porque eu achava que ele era o homem da minha vida. E em seis meses, SEIS meses ele mostrou oque ele realmente era.

- Sai da minha frente! Da minha vida! __ Pela primeira vez Gritei com ele; mas ele tentou de novo vir pra cima de mim.

Eu corri pela casa com ele atrás de mim até que eu cheguei na cozinha e peguei uma faca ameaçando ele.

- Você vai continuar aqui nessa casa, comigo, você não vai se livrar de mim __ deu dois passos e eu apontei a faca pra ele com as mãos trêmulas.

- Se você chegar mais perto eu enfio essa faca em você. __ Ele riu de mim como se eu fosse uma piada.

- Oque você quer ? Me matar junto com você? Me afundar na lama junto com você ? Então pega essa faca __ Entreguei pra ele. - Me mata! Enfia essa faca em mim e acaba com com a minha vida! Com essa vida inútil que você fez questão de tornar. MARCELO ME MATA LOGO! VAI MARCELO ME MATA ACABA COM ESSA VIDA MISERÁVEL, ISSO É UM CASTIGO! FICAR DO TEU LADO É UM CASTIGO!!_ Eu quase arracava meus cabelos com as próprias mãos de tanto desespero.

Naquele momento eu senti vontade de cometer um suicídio, tamanha dor e desespero que eu sentia.

Eu queria acabar de vez com a minha vida, só assim eu teria paz de novo.

- Eu te amo minha princesa __ Quando ele me tocou eu senti vontade de vomitar na cara dele. Ele é um psicopata agora eu tenho certeza.

Ele me bate pra depois fazer carinho, que tipo de homem eu estava dividindo a minha cama.

Vocês mulheres que são agredidas, não acreditem em mudança, não acreditem naquele papo de que foi a raiva, a bebida o caralho a quatro! Denuncie ou largue esse cafajeste.

Depois das agressões ele prometia mudar, dizia que não sabia oque dava nele! E eu acreditava na mudança dele, eu sempre fui tão boba, durante seis eu aguentei humilhações, agressões, surtos até sexo sem o meu consentimento ele me obrigava a fazer.

Eu era violentada de todas as formas eu não tinha coragem de ir em uma delegacia e muito menos contar pra alguém o inferno que é morar com esse homem. Era vergonhoso demais.

E ele continuava com aquilo porque era conveniente pra ele ter uma mulher que lava, passa, cozinha que é extremamente submissa a ele. Pra ele eu não era nada mais que um objeto, um objeto sexual, um saco de pancadas pra descontar as frustrações.

Na verdade eu me sujeitei a isso durante tempo demais.

E toda vez que ele me batia era a última vez até que a última vez chegou e foi hoje! E ao invés das outra vezes eu não lhe dei uma segunda chance eu mesma decidi que essa foi a última vez!

- Você não me ama Marcelo, olha oque você fez com o meu rosto! __ Eu chorava de soluçar.

- Olha meu amor __ Passou a mão no meu cabelo e colocou pra trás da minha orelha. - Eu não sei oque deu em mim, foi a última vez eu juro! __ De novo a mesma coisa.