A Protegida.

Vinte

Minha cabeça parecia querer explodir em mil pedaços, meu coração ainda estava acelerado e as lembranças me faziam ter a certeza de que eu não iria voltar a dormir nem tão cedo.

Lucas ficou lá embaixo eu subi em silêncio afundada nos meus pensamentos que não eram nada bons garanto.

Depois do banho sequei o cabelo, me olhando o espelho eu só conseguia pensar em como eu sou burra e em como tudo de ruim acontece comigo.

Como ganhar na mega Sena, se isso fosse uma coisa ruim acontecia comigo.

Ao sair do banho vi a imagem do lucas sentado na ponta da cama com os cotovelos apoiados nas pernas e as mãos a cabeça, ele ainda estava com a mesma roupa suja de sangue.

Eu paralisei completamente não sabia oque dizer ou oque fazer. Acho que ele sentiu minha presença e levantou a cabeça olhando pra mim.

Então eu quebrei o silêncio

- Por que você ainda não tomou um banho?

- Eu não posso tomar um banho aí? __ Eu tremi mas segui com o olhar alto.

- E a sua irmã? Ela não pode deixar você usar o banheiro dela.

- Fica de boa louise, só vou tomar um banho e você esqueceu que esse aqui também é o meu quarto?

Eu fechei os olhos na medida que repetia pra mim mesma " Evite uma briga "

Ele passou para o banheiro com uma bolsa com roupa e enquanto ele estava no banheiro eu me vestia embaixo da coberta.

Eu ainda estava nervosa, eu queria alguém pra conversar estava precisando de um ombro amigo.

Lucas saiu do banheiro vestido apenas um short e deixando todo aquele corpo amostra, mas eu garanto que nenhuma coisa obscena passou pela minha mente.

Os punhos estavam machucados e ele balançava a mão em sinal de desconforto e nada mais justo do que eu fazer um curativo.

- Senta aí que eu vou fazer um curativo __ Passei por ele indo até o guarda- roupa onde guardei a caixa de remédios.

Não dizíamos nada só o som do ar pairava no ar.

- Você está melhor __ Sua voz rouca me causou arrepios.

- Estou, obrigada por ter ido atrás de mim __ Eu precisava agradecer.

- É o meu trabalho.

- Eu sei disso. __ respirei fundo tentando sentir um ar que não seja o maldito cheiro daquele perfume dele.

- Eu nao quis dizer que eu não importo contigo. __ Eu soltei suas mãos pegando a outra para fazer o outro curativo.

- Eu sei bem com oque você se importa.. Eu estou agradecida, mas acredite que você não vai conseguir se aproveitar desse momento, então depois daqui você vaza

Desabafei eu odeio que ele sempre me trate como um pedaço de carne.

- Por que tu sempre ta pensando o mal de mim cara __ Ele soltou as mãos me encarando.

- Talvez seja porque você só me mostre isso; o seu pior.

- Ah então eu tô sempre sendo ruim contigo, se eu soubesse que tu era tão mal agradecida eu nem tinha largado a festa pra ir atrás de tu.

- Você está sendo pago pra isso, então faça sem reclamar.

- Tu deve tá achando que eu sou um morto de fome né __ A voz estava em um tom elevado - Eu não dependo desse dinheiro nem pra comer mulher, qualquer hora dessas eu ligo pro teu pai e mando tu e teu macho se virar que eu já tô cansado de ficar atrás de tu como se tu fosse uma criança __ Minha voz embargou e por alguns segundos o silêncio pairou.