Capítulo 29

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Tamires estava disposta a nunca mais voltar, esvaziou completamente a casa, mandou uma transportadora levar tudo, incusive a moto.
Alugou uma casa de frente para o mar era paz para onde olhasse, mas por dentro sua mente e coração estavam em guerra...

Quando Cris acordou já era de manhã, eu continuava sentada na janela tentando adivinhar o que Tamires estaria fazendo, eu precisava tirar ela da minha mente e do meu coração.
- Porque não foi para cama - perguntou o Cris entre um bossejo, chegando devagar e me abraçando por trás, beijando meu pescoço com ternura.
- Fiquei sem sono - respondi com um meio sorriso na tentativa de afastar todos os pensamentos de minha mente, virei e beijei seus lábios com intensidade.
Mais tarde fui à delegacia vi que tinha aberto vagas para as provas para delegado, haviam outros policiais olhando e comentando o mural informativo.

- E aí Liny vai se candidatar? Uma mulher delegada e sexy. - disse um policial colega de trabalho olhando e avaliando meu corpo, com sorriso malicioso.
Olhei com desprezo -  Policiais como você com comentarios inadequados e machistas como os seus serão suspensos, quando eu estiver no comando. - disse sem desviar os olhos do quadro informativo, vendo todos os pré requisitos para a vaga.
A criminalidade cresceu na região, estava seguindo rastros e fazendo investigações sobre um suposto chefe do trafico de armas e drogas, chamei alguns suspeitos para interrogar, passei a noite na delegacia.
De manha liguei para Cris.
- Cris, me desculpe não ter ido para casa, fiquei atolada de serviços aqui - disse o que realmente era verdade, estava cansada.
- Tudo bem Liny, hoje eu devo ir para minha casa... - interrompi antes dela terminar de falar.
- Por favor, não vai! - disse tentando não mostrar desespero - Não quero ficar sozinha - disse admitindo.
- OK. Você esta bem? - disse parecendo confusa.
- Estou, só não quero ficar sozinha - tentei parecer convincente.

O dia foi longo, quando cheguei em casa  abrir a porta ela estava vendo TV e veio me receber com um beijo dizendo toda feliz que havia feito o meu prato predileto, a vida estava começando a ficar como deveria ser.
Cris me contou durante o jantar sobre seu novo trabalho e que estava tentando abrir sua própria empresa, fiquei feliz por ela, mas meu pensamento estavam longe...
Quando fui tomar banho me olhei no espelho e vinha em minha mente que Tamires provavelmente estava descarregando sua dor em alguém, fechei os olhos para afastar os pensamentos e lembrei da minha quase morte na banheira a vontade de trancar a porta fazer novamente, era quase sufocante, mas eu precisava viver, ela me deixou! Eu não deveria querer morrer por ela, eu a odeio por fazer eu me senti assim, por me fazer sua complice, mas a amo com todas as forças que há em mim, abri os olhos, olhei para o espelho e vi seu rosto, sem pensar soquei o espelho, os cacos caíram no chão, sentei junto a eles coloquei as mãos no rosto e comecei a chorar, quando me dei conta que minha mão estava sangrando. Olhei os cacos no chão, peguei um e encostei em meu pulso, apertei o vidro furou minha pele, era só puxar sangraria ate morrer... Não consegui. Recolhi os cacos, limpei o sangue sem que Cris visse, tomei meu banho, pus curativos na mão e no pulso.
Quando sai do banheiro, Cris olhou os curativos
- O que aconteceu - perguntou franzino a testa.
- Esbarrei no espelho tentei segurar, mas ele caiu e eu me cortei - disse tentando ser convincente sem olhar em seus olhos.

Mais tarde eu já estava dormindo quando Cris se levantou para atender o telefone.

- Oi Jéssica pode falar - disse sussurrando para ninguém ouvir.
- Eu só queria ouvir sua voz Cris, você disse que viria me ver hoje - disse Jéssica com ternura de um tanto desapontada para Cris.
- Jéssica nós não podemos continuar eu voltei com Liny,  finalmente eu estou feliz. - disse Cris, olhando para mim enqnto eu dormia.
- Cris você não pode fazer isso comigo, eu te amo ... - antes que Jéssica terminasse, Cris a interrompeu.
- Não dá, eu e Liny estamos bem, ela me deu mais uma chance e dessa vez não vou desperdiçar - disse Cris e desligou o telefone.

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