Capítulo 23

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Quando recuperei a consciência eu estava em um quarto que eu não reconhecia.Tamires estava vindo até mim com pano úmido nas mãos, cuidando do ferimento em minha cabeça.
- Se afaste de mim! O que que eu tô fazendo aqui? -disse ainda meio zonza.
-  Hora eu te salvei - disse ela colocando o pano úmido com água morna em minha cabeça.
- Me salvou? - disse com ironia - Você que me colocou nisso - com um tapa, tomei o pano de sua mão - Me solta eu preciso ir embora... - disse por fim, e tentei me levantar mas logo desequilibrei e cai sentada no sofá em que eu estava, Tamires só me observava.
- Estou tentando entender como foi que eu te coloquei nisso - perguntou ela sarcasticamente e eu poderia jurar que havia humor em seu tom.
- Como? Para de mentir pra mim, eu sei que você que matou aquelas pessoas. E eu achei que podia acreditar em você - disse quase cuspindo as palavras - Se eu quisesse te entregar eu poderia - disse com tom de ameaça.
- Eu não matei aquelas pessoas Liny , e eu não to te segurando - disse-me com um olhar muito sério - Se eu quisesse te matar ou fazer alguma coisa com você, eu já teria feito e teria feito naquela noite, eu não matei ninguém, não desta vez, mas se você quer me entregar entregue, o que posso fazer?! - disse-me ela ainda com um olhar muito sério.
Eu podia ver tristeza ou talvez decepções seu olhar mas como acreditar nela?
- Qual é a prova que você pode me dar pra que eu possa pensar ao contrário? - perguntei automaticamente.
- Eu ando seguindo o rastro de alguns assassinos que andam se "inspirando" com minha forma de matar, eu estava tentando salvar aquela garota, quando alguém me acertou na cabeça, eu tentei ne defender mas não consegui, quando acordei estava em um hospital com uma mão algemada a cama e minha companhia era um policial que quando tive alta não se poupou em me bater para arrancar de mim o que "eu fiz" - disse-me com um olhar escuro, ódio, revolta... Não dá para descrever.
- Não está certo que eu estou fazendo, estou acobertando seus crimes - disse tentando quebrar o silêncio que ficou.
- OK. Façamos assim, vou te levar para casa para sua "namoradinha" cuidar de você, e da próxima vez em que eu ver alguém querendo te matar vou vir para minha casa, estoura pipocas e assistir tv, para acordar de manhã e ver nos noticiários que uma policial foi assassinada - disse-me e com voz alterada olhando em meus olhos - Ver que a única mulher que eu am... Esquece! - ela não terminou a frase, se interrompeu. Vestiu sua jaqueta pegou as cheves encima da mesa e e foi ate a porta.
- Vou te levar pra casa - disse-me escondendo sua expressão.
Quando ela abriu a porta vi que não era uma casa, era só mais um quarto de hotel, ela iria sumir novamente.
Mesmo ser ter condições no momento caminhei até aporta e tentei segura lá, mas não tive força então desmaiei.
Quando acordei o dia já estava clareando, Tamires estava dormindo toda torta em uma cadeira perto da cama, minha cabeça doía e eu não fazia nem idéias de o que foi que bateu em minha cabeça causando este ferimento.
Eu sei o que ela é, mas tenho sentimentos intensos por ela e nem o ódio mais profundo pode ocultar isso, queria ela aqui na cama comigo, queria que tudo isso não estivesse acontecendo, queria que ela fosse uma pessoa normal e que eu não precisasse guardar seu segredo.
Mais era uma troca justa?
Será que sofrer por alguém assim vale a pena?
Minha cabeça latejava de dor por causa da pancada, percebi que ela estava acordando e logo fechei os meus olhos para ver o que ela e para ouvir o que ela iria fazer. Ela se levantou caminhou até ao lado da minha cama se sentou, tocou meu rosto de forma tão suave que eu só sentia o calor da sua mão.
- Me deaculpe por ser assim, juro que se pudesse escolher eu seria melhor... Eu preciso de você! - sussurrou tão baixinho que quase não pude ouvir as palavras que saíram da sua boca.
Desenhou com a ponta dos dedos o contorno de todo meu rosto, aproximou seus lábios dos meus e subiu até a testa, deu  beijo. Seu corpo estava apenas debruçado por sobre o meu.
Ergui a mão e toquei seu pescoço quando ela estava se afastando, eu precisava sentir o seu beijo, seus lábios eram quentes me desejavam tanto quanto eu a desejava, logo seu corpo estava levemente por sobre o meu, suas mãos deslizavam por minhas coxas em baixo das cobertas, seus lábios beijavam o contorno do meu pescoço, em baixo do meu queixo. Subiu com o seu corpo por cima do meu me acariciou delicadamente, cada membro, cada parte do meu corpo, beijava meus lábios de formar ardente, mas ao mesmo tempo suave. Um rádio no canto do quarto  tocava uma música bem baixinho, empurrei ela para o lado, sentei em seu colo e comecei a dançar para ela, sem desviar os meus olhos dos dela nem um momento, ela me desejava mais do que tudo neste momento e sim eu também a desejava, suas mãos deslizavam por minhas coxas junto com o movimento do meu corpo em cima dela.
Ela colocou suas mãos por baixo da minha blusa e foi tirando delicadamente, tocando os meus seios e beijando meu pescoço, coloquei minhas mãos em sua nuca entrelacei meus dedos com seu cabelo que eram curtos, mas grande o suficiente para que eu pudesse puxa-los.
Ela se rendeu a mim tão facilmente, tão confiante, e cada vez mais ela me surpreendia e me fazia a renovar minhas esperanças.
Então me deixei levar, deixei que ela me mostrasse que devo confiar nela de novo. Recebo uma ligação é Cris.
- Line, onde você está? Você sumiu ontem à noite, estou preocupada! - disse Cris do outro lado da linha com voz um tanto alarmada.
- Eu estou bem Cris eu só precisava sair um pouco, tive uma chamada de emergência - tentei mentir, não queria magoa-la.
Quando Cris desligou o telefone Jéssica que estava perto dela.
-  Afinal o que aconteceu ontem - disse Chris impaciente.
- Eu não sei apareceu alguém, estava escuro e me bateu e eu não lembro de mais nada - disse Jessica.
Assim que Cris desligou o telefone, Tamires veio até mim.
- Line não dá para ficarmos juntas...- deu uma pausa fitando o chão e continuou -  afinal qual é o lance que você tem com aquela garota? Não dá para você ter as duas - disse Tamires estudando cada palavra que ela falava.
-  Tamires você precisa entender, você desapareceu. E mais uma vez me deixou sozinha e eu não gosto de estar sozinha - disse fancamente.
Tamires apenas se aproximou e beijou meus lábios devagar. Sei que é difícil até mesmo pra mim entender, mas quando estava com ela eu tinha paz e era livre ao mesmo tempo, me sentia segura apesar de tudo, mesmo em meio a tudo isso que acontece, eu quero acreditar que ela me quer bem, ela me protege. Sim era com ela que eu queria estar...
Eu sei que  te deixei varias e várias vezes, mas não foi por mal Liny eu precisava ir atrás de pistas pra me deixarem livre da perseguição e então voltaria para os seus braços.
  Não conseguir dizer nenhuma palavra naquele momento, eu apenas dei um sorriso e a abracei forte.
- Não me deixa por favor.- Disse a ela enquanto chorava.
- Eii princesa eu to aqui e não vou te deixar. Eu prometo.- Disse-me dando um lindo sorriso.
- Eu prometo te fazer uma pessoa melhor a cada dia Tamires  e fazer você acreditar de que é capaz de mudar - disse com a voz abafada em seu peito.
Nos amamos e isso está estampado em nós para quem quiser ver. Os opostos sempre se atraem, o bem e o mal, o certo e o errado, o crime e a lei.

IntensidadeOnde histórias criam vida. Descubra agora