02 de dezembro de 2003 – Columbus, Ohio
Minha mãe me acordou deixando um cesto de roupa limpa dentro do meu quarto para eu dobrar.
Eu levantei e ela ficou lá, me olhando de perto da porta.
“Tyler não sabe que você não pode dormir fora de casa?”, ela perguntou, mas seu tom não era rude.
“Não”, eu respondi, frustrado. Ainda estava sentado na cama, então ela veio e se sentou ao meu lado.
“Você ainda não contou pra ele, não é?”
“Eu não sei se quero contar,” eu falei.
“Mas ele é seu amigo, Josh”, minha mãe me aconselhou.
“Eu sei,” respondi, mas depois me arrependi, porque eu pareci meio mal-educado em responder daquela forma. “Ele não precisa saber disso... Ainda.”
Minha mãe suspirou.
“Se ele for seu amigo de verdade ele vai entender e vai ficar ao seu lado.”
“Mas, mãe, eu não quero contar. Se eu contar vão acontecer duas coisas: ou ele se afasta de vez ou ele fica perto por pena. Eu odeio todas as duas possibilidades. Eu não quero ser visto por ele como “o garoto que tem dupla personalidade”, não quero que ele se veja preso a mim por ter pena da minha condição. Eu quero que ele goste de mim pelo que eu sou de verdade, a pessoa normal que tem dentro de mim, além das doenças, e não que ele tenha pena.”
Eu fiquei estranhamente sem fôlego após falar tudo isso. Minha mãe pareceu levemente chocada, mas segurou minha mão e me abraçou.
“Eu entendo a sua decisão, filho”, ela falou e me soltou do abraço. “Vá se arrumar. Você tem uma sessão hoje”.
“O quê?”, perguntei. “E a escola?”
“Eu falei com o diretor. A Dra. Eva precisa te ver.”
“Posso ligar para o Tyler?”, pedi.
“Você vai contar para ele que vai ao psiquiatra?”
Não tive resposta. Então ela me deixou sozinho, e agora estou em silêncio, esperando a hora de ir para o consultório.
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Goner (don't let me be)
Fanfic(baseada na música Goner) "Ele tirou de mim todas as esperanças que eu tinha de viver feliz por toda a minha vida. Ele é o que me faz ser infeliz. Você não fez nada de errado. A culpa é dele. A culpa é minha. A culpa é só minha. Eu já era um caso pe...